Episode 113

Animador 3D na Série Monstros no Trabalho, em Vancouver, Canadá, com Matheus 3D #113

Nesse episódio, o @Matheus3D nos conta como ele conseguiu entrar no mercado de animação 3D no Canadá e trabalhar na série Monstros no Trabalho, pós ter se frustrado com o mercado brasileiro. E vamos ouvir sobre dicas para quem quer entrar na área, o mercado brasileiro e canadense, a também sobre as dificuldades e alegrias de morar fora quando você tem saudade da família no Brasil.

Matheus 3D (Matheus Teixeira)

Animador 3D Senior, trabalhou em series para Netflix e Disney+, atualmente trabalha na serie Monstros no trabalho da Disney/Pixar. Ensina animação 3D no canal do Youtube e no curso Beyond Animation.



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Palavras-chave:

  • Animador 3D
  • Animação 3D
  • Trabalho em Vancouver
  • Trabalho no Canadá
  • Migração para o Canadá

Por Gabriel Rubens ❤️

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Transcript
Speaker:

Fala pessoal, bem-vindos ao TPA Podcast, onde semanalmente a gente aprende sobre como é

Speaker:

morar e trabalhar fora do Brasil, ou até mesmo trabalhar remoto para empresas do exterior.

Speaker:

E no episódio de hoje a gente vai novamente para o Canadá, em Vancouver, para falar,

Speaker:

o papo vai ser aqui com o Matheus Teixeira, que vai falar com a gente sobre como está

Speaker:

sendo morar e trabalhar por lá como animador 3D.

Speaker:

Tudo bem, Matheus?

Speaker:

Tudo bom, e aí? Pra quem não me conhece, então, eu sou o Matheus, trabalho como animador aqui em Vancouver,

Speaker:

já tenho mais de 4, 3 anos e meio mais ou menos.

Speaker:

Já trabalhei pra séries pra Netflix, pra Disney+, trabalho atualmente pra Monstros

Speaker:

no Trabalho, que é a série derivada de Monstros S.A.

Speaker:

E tamo aqui na luta. Seria legal também falar que quem quiser te achar, Matheus3D,

Speaker:

é normalmente como vão te achar lá no YouTube, vão te achar também no Instagram,

Speaker:

e onde tu compartilha material sobre essa vida e trabalho aí em Vancouver.

Speaker:

Isso, isso. No YouTube eu falo principalmente, no YouTube Matheus3D,

Speaker:

eu falo principalmente de ferramentas, de coisas técnicas, como aprender animação 3D, como entrar nessa indústria.

Speaker:

O meu Instagram é mais para apoio do canal. Eu posto algumas coisinhas lá,

Speaker:

estou sempre fazendo lives no YouTube toda sexta-feira, fazendo projetos animados ao vivo,

Speaker:

para poder tentar compartilhar um pouco de conhecimento para todo mundo,

Speaker:

responder as perguntas de todo mundo lá o tempo todo.

Speaker:

E eu tenho o site, o meu site é m3danimation.com, que é onde eu tenho os meus cursos também.

Speaker:

Legal, então todos os links vão ficar na descrição, a gente volta a repetir tudo isso no final do episódio também.

Speaker:

E eu queria começar sabendo qual é a tua história com Canadá.

Speaker:

Cara, eu sei que o mercado de animação, games, ele é muito forte aí.

Speaker:

Eu queria saber se a tua ida para aí já foi com essa intenção ou não.

Speaker:

Como tu foi parar no Canadá.

Speaker:

No começo eu pensava que era praticamente impossível vir para o Canadá por causa de

Speaker:

situação financeira e tal sempre vim de família mais humilde.

Speaker:

Então...

Speaker:

Meu sonho, desde pequeno, sempre foi ser animador 3D ou trabalhar nessa área.

Speaker:

Desde pequeno, eu não sabia exatamente como funcionavam as funções,

Speaker:

as profissionalidades, enfim, mas eu sabia que eu queria trabalhar nessa área.

Speaker:

Mas aí eu tive a oportunidade, meus pais me deram a oportunidade,

Speaker:

eu sou muito grato por isso, eles fizeram empréstimos e se endividaram

Speaker:

para poder conseguir pagar a escola para mim,

Speaker:

para eu estudar na Vancouver Film School.

Speaker:

Então, eu vim para Vancouver já na intenção de estudar, de ter um bom aprendizado para poder realmente conseguir entrar nessa indústria.

Speaker:

Eu vim para cá em 2015, nesse meio tempo eu fiquei muito...

Speaker:

Eu tive muita saudade da família, então eu pensei, Agora, com o meu estudo, com esse background,

Speaker:

com essa base que eu tenho em animação 3D,

Speaker:

de um curso renomado mundialmente, eu acho que posso conseguir trabalhar no Brasil mesmo, como animador 3D.

Speaker:

E aí, em 2016 mesmo, o curso durava um ano. Assim que acabou o curso, eu voltei para o Brasil,

Speaker:

e eu fiquei três anos no Brasil tentando trabalhar na área, Mesmo com a minha formação, não consegui nada.

Speaker:

E aí eu desisti de tentar trabalhar no Brasil nessa época. Agora eu imagino que já está mais aquecido, o mercado já está um pouco diferente.

Speaker:

Mas na época, até 2019, não consegui nenhuma oportunidade. Daí eu falei, chega, não quero ficar mais aqui no Brasil só patinando.

Speaker:

Daí, resolvi aplicar para o visto permanente para poder vir para Vancouver.

Speaker:

No Canadá, né, aqui em British Columbia, que é o estado ou província, e daí assim que o vício deu,

Speaker:

certo, eu e minha atual esposa, né, a gente veio pra cá e daí, cara, em três anos de luta no Brasil,

Speaker:

de não conseguir nada, o que eu alcancei, o que eu cresci em três anos aqui no Canadá, é bizarro,

Speaker:

comparar. É bizarro. Mas sim, toda a minha intenção desde o começo da ideia de tipo, por que que eu tenho vontade de vir para o Canadá, para Vancouver, foi sempre trabalhar na área de reanimação.

Speaker:

E como que era o teu inglês lá em 2015?

Speaker:

Cara, eu nunca fui um bom aluno, na verdade, então nunca estudei muito.

Speaker:

Nunca fui um aluno muito dedicado na escola em inglês, mas assim que eu percebi que era possível vir pra cá,

Speaker:

e me dediquei bastante no inglês.

Speaker:

Mas eu sempre gostei de assistir desenhos e séries em inglês.

Speaker:

E isso me ajudou muito de ter essa experiência de ouvir e assistir coisas em inglês.

Speaker:

Ajudou bastante no meu listening. E aí, quando eu entrei, eu comecei a estudar, a me dedicar,

Speaker:

fiz um intensivo de inglês. Fiz um ano, na verdade, de um curso intensivo de inglês.

Speaker:

Tipo, eu tava sempre perguntando pros meus professores, você acha que o meu inglês tá o suficiente pra poder ir morar no Canadá e tal?

Speaker:

E esse era o meu objetivo, ter um inglês...

Speaker:

Não fluente, mas bom o bastante para eu poder conseguir me comunicar e entender,

Speaker:

porque se entrar num curso com inglês ruim, o problema não é nem você não conseguir falar,

Speaker:

o problema é você não conseguir entender e absorver o conteúdo.

Speaker:

Então, eu entendia muito bem, mas eu falava não tão bem. Eu conseguia me comunicar, assim, tropeçando aqui e ali,

Speaker:

mas dava para poder absorver o conteúdo.

Speaker:

Então, meu inglês não era 100%, O que foi muito bom pra mim foi que eu cheguei aqui, eu morei numa república com oito pessoas e cada uma de um país, não tinha ninguém, tinha um canadense só, entre essas oito pessoas, então todo mundo tinha um sotaque muito forte, diferente, tinha indiano, italiano, acho que tinha um sueco, tinha, enfim, tinha gente de tudo quanto é canto, e a gente se virava, todo mundo falando meio mais ou menos e conforme foi indo, em três meses meu inglês ficou melhor.

Speaker:

Ficou muito melhor por causa disso. Mas assim que eu cheguei meu inglês não era tão bom. Sendo bem sincero.

Speaker:

E cara como foi chegar aí nessa primeira experiência estudando né porque primeiro

Speaker:

isso foi a sua primeira experiência fora e aí depois eu queria saber como que foi a galera aí

Speaker:

a outra cultura vários países né então como que foi se adaptar e provavelmente não sei se

Speaker:

da escola nessa época, já tava um pouco mais velho?

Speaker:

Já tinha saído da escola, já tinha um tempo. Cara, foi... eu não sabia o que esperar, né? Eu não tinha noção.

Speaker:

Uma coisa que é bom mencionar, que é um pouco triste, é que tipo, a gente pensa, ah, Canadá, país de primeiro mundo,

Speaker:

não existe... sei lá, até é chato falar dessas coisas. Não existe droga, não existe mendigo e tal.

Speaker:

Eu cheguei aqui no meu primeiro dia, o caminho pra minha escola,

Speaker:

pra que se tiver alguém ouvindo aí conhece a Hastings, que é uma rua famosa aqui.

Speaker:

Que a Hastings é uma rua que tem, tipo… vamos dizer assim, é….

Speaker:

É um pedaço meio ruim com os mendigos e drogados ali, eu passei e vi isso no caminho,

Speaker:

que eu só coloquei no Google Maps, né, e falei, deixa eu pegar o caminho mais curto

Speaker:

pra poder ir pra escola, era nove quilômetros de distância da casa que eu tava até a escola,

Speaker:

eu falei, eu não vou pegar táxi, não vou pegar ônibus, eu quero absorver o máximo

Speaker:

possível e vou mandando, né, e aí eu peguei um pedacinho que me assustou um pouco, eu

Speaker:

Eu lembro disso, mas só para poder colocar um pouco o pé no chão, para as pessoas pensarem,

Speaker:

para quem estiver ouvindo aí, não existe, pelo menos eu nunca vi aqui no Canadá, não

Speaker:

existe lugar perfeito, muito melhor com certeza do que o Brasil, mas essa foi tipo, contando

Speaker:

assim um pouco dos meus passos, o primeiro momento quando eu cheguei aqui foi tipo meio

Speaker:

que um choque de realidade, é bom, é bem melhor do que o Brasil, mas ainda tem que,

Speaker:

não é perfeito, né? Mas, voltando no inglês também, que você perguntou antes,

Speaker:

assim que eu cheguei na escola, com essa insegurança de falar inglês bem ou não,

Speaker:

na primeira aula, a gente teve uma aula que é muito legal, o esquema da Vancouver Film School,

Speaker:

que eles trazem um professor que ele é terapeuta, e ele tenta fazer Hehehehe.

Speaker:

A sua turma, o seu grupo, tipo, se comunicar bem, ele sabe que todo mundo é cada um de um país,

Speaker:

ele tenta, tipo, trazer todo mundo junto, porque trabalhar em equipe nessa indústria é muito importante.

Speaker:

E aí, ele pediu, assim, pra todo mundo se apresentar, fala seu nome, de onde você é e tal,

Speaker:

se você quiser contar alguma coisa de você.

Speaker:

A primeira coisa que eu falei foi, antes de qualquer coisa, sorry about my English, tipo, falei desculpa pelo meu inglês,

Speaker:

que não é muito bom, tô aprendendo.

Speaker:

Daí o professor, ele já me parou e falou assim, pode parar agora.

Speaker:

E aí falou assim, até onde a gente sabe aqui, você que é uma pessoa de um outro país

Speaker:

você fala a sua língua e fala o inglês, que é uma segunda língua.

Speaker:

Então até onde a gente sabe, você é a pessoa mais inteligente da turma.

Speaker:

Todo mundo que é nativo, que mora aqui, que fala inglês só, que só fala uma língua,

Speaker:

tem menos conhecimento que você. Então, você tá muito melhor que todo mundo.

Speaker:

O importante é a gente conseguir se comunicar, não importa se você tá falando gramaticalmente incorreto, às vezes, ou não.

Speaker:

Não se preocupe com isso, o importante é a gente conseguir se comunicar.

Speaker:

E se a gente ver que você tá falando alguma coisa errada, se você não se importar, a gente te corrige pra você aprender mais.

Speaker:

Pode continuar. Daí, tipo, nisso já foi um peso das costas que saiu, foi tipo assim,

Speaker:

que bom que todo mundo da minha turma tá aqui pra poder ver isso,

Speaker:

porque a gente acaba que se apoia nesse argumento desse professor, né?

Speaker:

Tipo, se eu tiver falando errado, vou falar, tipo, pô, mas você sabe que não é a minha primeira língua, tô tentando me comunicar e tal.

Speaker:

E isso foi a minha primeira introdução, assim, à cultura canadense, que eu percebi

Speaker:

que as pessoas são muito educadas, elas acolhem você bastante, são muito receptivas, né.

Speaker:

Isso foi muito legal, falando da minha primeira impressão, quando eu cheguei na escola, quando

Speaker:

eu cheguei aqui no Canadá, isso foi muito bacana.

Speaker:

Tem pessoas que não são tão receptivas tem pessoas que são mais preconceitos existem aqui e ali.

Speaker:

A gente não pode achar que que não tem não tem outro país.

Speaker:

Canadá não é perfeito também mas as pessoas canadenses no geral elas são muito educadas e são muito receptivas é bem legal isso.

Speaker:

Que legal! E a tua experiência morando numa república também, como que foi?

Speaker:

Ah, foi... a gente tem um grupo e tal, a gente tenta manter contato com as pessoas até hoje.

Speaker:

A gente fala que a gente teve uma experiência meio que tipo a série de friends, assim.

Speaker:

É... foi bem legal conhecer todo mundo, a gente ficou muito amigos.

Speaker:

E a gente passava perrengue juntos, a gente se apoiava, né. Então, foi bem legal, apesar de ter sido um período curto.

Speaker:

Eu fiquei morando nessa República por seis meses, na verdade.

Speaker:

E aí, depois de seis meses, a minha atual esposa eu conheci ela lá, né, nessa República, que é a Marina.

Speaker:

Às vezes, se alguém estiver assistindo aí, conhece a Tuca que ela tem um canal no YouTube também, fala de imigração aqui pro Canadá.

Speaker:

Mas eu conheci ela lá.

Speaker:

E aí, depois de seis meses, a gente falou… A gente pensou aí, tipo, vamos morar junto?

Speaker:

Vamos ver, a gente pode, às vezes, encontrar um lugar um pouco melhor.

Speaker:

Porque a casa que a gente tava, na verdade, era bem caindo aos pedaços.

Speaker:

Tipo, tinha racoon atacando lixo toda noite, tipo assim. Era o mais barato do mais barato possível.

Speaker:

Pra gente só conseguir uma estadinha, conseguir estudar.

Speaker:

Mas aí, conforme a gente foi se conhecendo, foi ficando junto.

Speaker:

A gente pensou, vamos morar junto essa última metade do curso.

Speaker:

Daí a gente achou uma casa que era, tipo, se eu não me engano, eu pagava 650 no quarto,

Speaker:

650 dólares na época, canadenses.

Speaker:

Não levem em consideração esses preços que eu vou falar agora, porque o mercado de

Speaker:

aluguel, no geral, está muito diferente de 2015 para cá, mas só para poder ter uma

Speaker:

Uma base de comparação, eu pagava 650 no quarto.

Speaker:

E aí, a gente achou uma… um basement, que eles falam aqui.

Speaker:

Que é tipo… é tipo porão, mas não é o porão, né. É só o… É uma casa, né, na real, abaixo.

Speaker:

É numa casa, tipo, as pessoas moram na parte de cima da casa.

Speaker:

E o andar de baixo, onde normalmente eles colocam, tipo, lavanderia essas coisas, eles fizeram um flatzinho, um estúdio, né.

Speaker:

Era cozinha, quarto, banheiro, era só isso. A gente achou por 800 dólares.

Speaker:

Pra poder dividir entre eu e a Marina, né? Então, foi...

Speaker:

Uma economia boa, mas foi muito legal morar e passar por essa experiência, super indico.

Speaker:

É meio que uma loteria, você não sabe com quem você vai acabar morando dentro da casa,

Speaker:

mas a gente teve a sorte de morar com pessoas muito boas, pessoas dedicadas,

Speaker:

que a gente compartilhou uns momentos bacanas, então foi bem divertido morar nessa república

Speaker:

nesses primeiros seis meses.

Speaker:

E cara e tu contou que tu contou sobre essas conquistas aí nesses últimos anos tá no Canadá né ainda conseguiu nada no Brasil.

Speaker:

Então eu queria começar a perguntar sobre como foram as entrevistas aí porque tu já vinha tentando no Brasil e não conseguiu nada e chegando aí tu conseguiu.

Speaker:

Mas eu quero saber como foram as entrevistas até para ficar de exemplo para outros animadores ou quem quer ser animador ou quem está estudando e quer entrar no mercado

Speaker:

saber como que foram as entrevistas e se elas foram diferentes.

Speaker:

Eu não sei se chegou a fazer no Brasil nesses três anos que tu não conseguiu nada,

Speaker:

ou nem entrevista que conseguia fazer por lá. Nem isso.

Speaker:

Não, no Brasil eu não consegui nem entrevista, nada, nada. Parece que o processo não é tão,

Speaker:

não foi tão bem estruturado pelo menos pelas empresas que eu cheguei a ver.

Speaker:

A pessoa chamava para poder conversar e aí não era nem uma entrevista parecia que era só um papo e tal e falava a qualquer coisa se tiver um projeto e te

Speaker:

chamo e tal nada era bem concretizado nada dava no Brasil uma firmeza no Brasil no Brasil Obrigado. Obrigado.

Speaker:

E aí, enquanto eu estava no Brasil, eu procurei sites de freelancer mesmo.

Speaker:

Tipo, 99, Freela, Workana, tinha, sei lá, uns quatro sites que eu mantei portfólio.

Speaker:

E tentava ficar aplicando pra projetinhos aqui e projetinhos ali.

Speaker:

E pra animação 3D, ninguém queria pagar o que é justo, né? principalmente para sites de freelancers.

Speaker:

Todo mundo ficava, não, isso é muito caro, não dá, isso é muito caro, não dá.

Speaker:

Daí eu fiquei, nesse tempo que eu estava no Brasil, eu falei, eu preciso ganhar dinheiro de alguma forma.

Speaker:

Então, eu vou deixar a animação 3D como uma possibilidade, continuar aplicando para algumas coisas,

Speaker:

mas eu preciso trabalhar com outras coisas também. Foi aí que eu comecei a estudar motion graphics.

Speaker:

Com o meu background de animação, eu consegui aprender Motion Graphics no After Effects com um pouco de facilidade,

Speaker:

então em um mês eu montei um demo real básico, bom o bastante,

Speaker:

para poder conseguir pegar projetinhos de vinhetas e coisas assim.

Speaker:

E daí durante esses três anos eu praticamente só trabalhei fazendo vídeos de startups, pra empresas, vinhetinhas, coisas assim, mas tipo, entrava mais dinheiro

Speaker:

de forma mais fácil do que com animação 3D.

Speaker:

Então eu trabalhei mais com motion graphics enquanto eu tava aí no Brasil, e a frustração

Speaker:

só aumentava porque não era que eu queria trabalhar, mas eu tava trabalhando porque

Speaker:

eu precisava pagar aluguel e tal, e aí decidi vir pro Canadá, né.

Speaker:

Quando o meu visto foi aprovado, eu ainda estava no Brasil e o mercado não estava tão.

Speaker:

Bom quanto tá hoje aqui no Canadá então as respostas que eu tinha,

Speaker:

por alguns motivos, né? As respostas que eu tinha não eram tão positivas, por quê?

Speaker:

Um, o meu trabalho de animação 3D, o último que eu tinha era de 2015,

Speaker:

eu tava começando a aplicar pra vagas aqui em 2019, eles não gostam de ver,

Speaker:

um período parado, eles querem ver, tipo, seu demo reel mais recente,

Speaker:

ou se não tiver um demo reel, um projeto mais recente pra poder demonstrar,

Speaker:

eles querem ver que você estava trabalhando em alguma empresa.

Speaker:

Porque eles sabem aqui que depois que você trabalha em uma empresa,

Speaker:

leva às vezes até um ou dois anos para liberarem o acesso para você colocar o seu projeto no seu demo reel.

Speaker:

Então, eles querem ou um demo reel muito bom, recente, ou eles querem ver que você tem experiência na indústria,

Speaker:

ou pelo menos que você acabou de terminar um curso.

Speaker:

Então, eu tinha esse gap, esses três anos aí, sem trabalhar com animação 3D que complicou um pouco para mim conseguir entrevistas, conseguir ser aceito, né?

Speaker:

Isso enquanto eu ainda estava no Brasil, eu estava aplicando e eu só recebi e-mails assim, tipo,

Speaker:

ah, seu perfil não se encaixa com o que a gente está buscando agora.

Speaker:

Basicamente, respostas automáticas, assim, por um tempo enquanto eu estava no Brasil.

Speaker:

Eu cheguei aqui, continuei aplicando, continuei aplicando, tentei atualizar o meu demo reel,

Speaker:

tentei fazer projetos novos enquanto eu estava aplicando.

Speaker:

Enquanto isso, no primeiro dia que eu cheguei aqui no Canadá, eu fui numa London Drugs,

Speaker:

que é uma farmácia, que é tipo um Walmart, na verdade. Ela começou como uma farmácia, cresceu e ela vende de tudo hoje em dia.

Speaker:

E aí, eu perguntei se eles estavam contratando, eles falaram, ah, sim, toma aqui, vem fazer

Speaker:

uma entrevista hoje à tarde, e aí eu consegui um emprego e fiquei trabalhando por cinco

Speaker:

meses na área de venda de televisões e equipamentos para audiovisual.

Speaker:

E aí, enquanto eu tava trabalhando na London Drugs por esses cinco meses, eu tava fazendo essas coisas, atualizando meu demo reel, fazendo projetos, aplicando pra outras páginas.

Speaker:

Desculpa, o que é demo reel? É tipo um projetinho?

Speaker:

Demo reel é uma animação de demonstração, demonstração.

Speaker:

Ok, ok.

Speaker:

Então, tipo, é a mesma coisa que um dev teria que fazer... É o seu portfólio. Exato, exato.

Speaker:

Exato. Supertifólico, a palavra que eles usam mais aqui é demoril, é um vídeo de demonstração.

Speaker:

Mas aí enquanto eu tava trabalhando na London Drugs eu fui tipo vendo o que que tava acontecendo na indústria

Speaker:

e aí aqui eles têm alguns eventos e tinha um evento que se chamava Spark, é faísca né, Spark.

Speaker:

Nesse evento, os estúdios de Vancouver vão para lá para poder mostrar os projetos que eles estão fazendo

Speaker:

e os recrutadores vão para lá.

Speaker:

Você pode ir com o seu celular, com o seu tablet, se você tiver, mostrar o seu email para a pessoa e trocar cartão.

Speaker:

Trocar cartão de visita.

Speaker:

E aí foi nesse evento que eu conheci um estúdio que chamava Atomic Cartoons.

Speaker:

Nessa Atomic Cartoons eu consegui uma entrevista e aí fiz a entrevista com eles pessoalmente.

Speaker:

Foi a única entrevista pessoal que eu fiz aqui em Vancouver, porque depois começou a pandemia, né.

Speaker:

Mas fiz a entrevista com eles, super bacana, tipo, veio os responsáveis do projeto e tal,

Speaker:

Perguntaram qual que era a minha experiência, eu falei que tipo, fui sincerão assim, tipo, contei a minha história

Speaker:

Eles perguntam, fala um pouco de você, conta a sua história, eu contei um pouco disso que eu falei aqui com vocês aqui no podcast,

Speaker:

Falei, eu tô em busca de uma oportunidade pra poder mostrar meu valor, né?

Speaker:

E aí, nessa entrevista, foi o meu primeiro emprego de animação 3D aqui no Canadá.

Speaker:

Depois disso, a pandemia começou.

Speaker:

E daí, os projetos foram pausados. Daí, o meu contrato não foi pra frente lá.

Speaker:

Mas isso me levou... eu acho que se eu não tivesse sido... se meu contrato não tivesse sido descontinuado lá,

Speaker:

eu não tinha chegado no projeto que eu tô agora, que é o maior projeto que eu já fiz até hoje.

Speaker:

Eu tô muito feliz de estar aqui, né?

Speaker:

Mais!

Speaker:

E as outras entrevistas que eu tive foram todas online ou por telefone.

Speaker:

E qual que eram as etapas? Eles pediam o demo reel e depois a conversa para saber o que era você.

Speaker:

O primeiro passo de todos é você entrar. Você tem que ter algumas coisas preparadas.

Speaker:

Uma principal é o demo reel.

Speaker:

Mas é muito importante você ter seu link atualizado com as suas experiências, se você tiver um site pessoal mostrando quem é você

Speaker:

o seu demo real lá, tipo, algumas coisas assim.

Speaker:

Hoje em dia, eu não tenho mais, porque o meu...

Speaker:

Eu tenho um site, que é o site do curso que eu dou de animação mas eu não tenho um site portfólio, um site que mostra quem sou eu

Speaker:

as coisas que eu fiz, porque o meu LinkedIn já é o suficiente tipo, o recrutador consegue ir lá no meu LinkedIn,

Speaker:

ver toda a minha história, né, a minha carreira,

Speaker:

e por lá mesmo ele avalia.

Speaker:

Mas para quem está começando, é muito importante ter o LinkedIn atualizado com um possível site mostrando quem é você,

Speaker:

a sua experiência, seu estudo e tal.

Speaker:

E aí, você aplica por vagas, você pode aplicar diretamente no LinkedIn,

Speaker:

tem alguns estúdios que fazem, dão essa opção.

Speaker:

Você acha lá, por exemplo, Sony. Você entra lá no LinkedIn da Sony e vai estar lá uma lista de jobs.

Speaker:

Daí você faz a aplicação, clica num link, vai ter um formulário pra você preencher todos os pré-requisitos, né?

Speaker:

Tudo que você precisa saber e lugares pra você enviar o seu vídeo de demonstração.

Speaker:

Esse é o primeiro passo, o primeiro contato.

Speaker:

Uma coisa que eu indico muito a todo mundo fazer quando tá aplicando pra vagas é além de você.

Speaker:

Aplicar, preencher esse formulário, é você entrar no LinkedIn da empresa que você tá tentando entrar

Speaker:

e procurar, você consegue ver quem é funcionário dessa empresa no LinkedIn. Aí você vai lá, caça

Speaker:

que é recrutador e aí você manda uma mensagem pessoal, chateia a pessoa, fala ó, eu acho

Speaker:

que eu vou ser, porque isso mostra muita iniciativa, né, e mostra que você tem a intenção e

Speaker:

você é esforçado, então você achar o recrutador no LinkedIn, mandar uma mensagem,

Speaker:

Estou muito interessado nesse projeto, nessa vaga.

Speaker:

Eu sou uma ótima pessoa, você é um perfeito encaixe para o seu time por causa disso, disso, disso, vende seu peixe.

Speaker:

Eu acabei de aplicar para a vaga tal e eu ficaria muito feliz,

Speaker:

É muito agradecido se você desse uma olhada com carinho na minha aplicação.

Speaker:

Foi exatamente assim que eu fiz no estúdio que eu tô hoje. E muita gente desanima, aplica pra um estúdio, recebe aquela resposta automática.

Speaker:

Você não foi um encaixe pro que a gente tá buscando agora.

Speaker:

O estúdio que eu tô hoje, eu apliquei pelo menos umas 12 vezes, eu acho.

Speaker:

Então assim, você aplicar novamente não é uma coisa ruim.

Speaker:

Porque o recrutador vai te ver de novo, de novo, de novo. ele ia falar, pô, vou dar uma chance pra esse cara, né, porque ele quer entrar no estúdio, né.

Speaker:

Tu fez várias entrevistas com eles? Tipo, tu fez, aplicou uma?

Speaker:

Fiz várias aplicações.

Speaker:

Ah, e aí só te chamaram uma vez, que foi que tu passou? Me chamaram uma vez, e aí eu fiz uma entrevista online, e aí nessa uma vez que eu fiz, eles me chamaram,

Speaker:

e aí foi quando eu trabalhei no projeto da Alice no País das Maravilhas.

Speaker:

É, o primeiro projeto aqui no estúdio que eu trabalhei.

Speaker:

A minha intenção já era entrar, eu queria entrar nesse estúdio, porque eu vi que eles estavam fazendo Monstros no Trabalho, a primeira temporada.

Speaker:

E aí eu falei, eu preciso entrar nesse estúdio, esse estúdio tá fazendo projetos desse nível e é aqui que eu quero entrar.

Speaker:

E aí, quando eu consegui a entrevista, eu já, tipo, cara, eu fiquei mentalizando tanto que eu ia entrar aqui,

Speaker:

Eu acho que foi de tanto foco mesmo que tudo deu certo.

Speaker:

Mas aí assim que eu entrei eles falaram, ó, você vai trabalhar nesse projeto, no da Alice,

Speaker:

é um projeto mais infantil, mas não era um projeto no estilo que eu gostaria de estar entrando,

Speaker:

mas a gente tem que estar sempre muito agradecido de estar no...

Speaker:

Principalmente de já estar entrado no espaço que a gente estava buscando, né?

Speaker:

E eu sempre falo, não dá a metade do seu potencial porque você está num projeto que você não gosta.

Speaker:

Você tem que dar 100% do seu melhor, 110%, porque é aí que você vai conseguir mostrar

Speaker:

que você tem a capacidade de ir pra um projeto melhor.

Speaker:

E aí, eventualmente, você vai chegar em algum ponto que você quer.

Speaker:

Então, tipo, eu cheguei e trabalhei em Alice, dei meus 100%, fiz meus contatos pra poder

Speaker:

conseguir entrar no Monstros, na série do Monstros, né.

Speaker:

E aí, tudo deu certo. Mas foi assim, primeiro passo, LinkedIn, tenha seu LinkedIn preparado.

Speaker:

Se tiver eventos, tenha um cartão de visita.

Speaker:

Se você for num evento e não tiver um cartão de visita na mão,

Speaker:

vai ficar difícil da pessoa entrar em contato com você.

Speaker:

Aliás, foi entregando um cartão que eu consegui... Que a pessoa entrou em contato comigo no primeiro estúdio que eu trabalhei.

Speaker:

Então tem que ter uma base de preparação, LinkedIn, cartão de visita, site,

Speaker:

aplicar no LinkedIn ou aplicar no site, e aí depois de tudo isso você vai conseguir atrair uma entrevista.

Speaker:

Esses são os passos.

Speaker:

Legal, legal. E como que é trabalhar com a galera aí? O Canadá é um país com muitos estrangeiros, então como que é trabalhar com essa galera do mundo?

Speaker:

Cara, eu nem sei quem é canadense dentro do projeto. Eu acho que no meu time...

Speaker:

Não tem nenhum outro brasileiro. É importante lembrar que quando eu falo meu time,

Speaker:

meu time de animadores são algumas pessoas, são tipo 16 pessoas, 20 pessoas.

Speaker:

Mas no projeto todo, para cada episódio, tem time de storyboard, tem time de rigging,

Speaker:

tem time de render, composição, então, dentro de um grande time que faz o projeto acontecer,

Speaker:

tem times seccionados, né? Então, no meu time, que eu tenho mais contato, são os animadores,

Speaker:

que a gente tá sempre conversando, sempre se ajudando, eu acho que só tem eu de brasileiro.

Speaker:

Eu sei que tem um outro time, de um outro episódio, com um outro diretor,

Speaker:

Porque cada episódio tem um diretor e um time que trabalha, né.

Speaker:

Então, por exemplo, na segunda temporada, agora foram dez episódios.

Speaker:

Eu trabalhei em três episódios desses dez, e tinha cinco times.

Speaker:

Então, alguns times trabalharam em dois episódios e o meu, acho, trabalhou em três.

Speaker:

Então, eu nem conheço todos os animadores que trabalham na temporada toda.

Speaker:

Eu conheço alguns animadores que trabalharam em alguns projetos.

Speaker:

Mas como eu tava falando, no meu time só tem eu de brasileiro, daí tem gente da Espanha, tem gente do Egito, tem gente...

Speaker:

O que mais? A diretora, a nossa supervisora, ela é, se não me engano, canadense, tem uma mulher da Austrália, tem...

Speaker:

O nosso diretor, eu nem sei de onde ele é, pra te ser sincero, mas é isso que a gente tem que esperar, cara, a gente...

Speaker:

Trabalhar com gente de todo canto do mundo, assim, sabe? A gente não vai trabalhar, chegar aqui e trabalhar só com canadenses, porque a gente tá no Canadá.

Speaker:

Sabe. Sim. E como que é trabalhar com essa galera assim. Tu sente culturalmente alguma diferença de quando você estava fazendo os outros freelance por exemplo.

Speaker:

Os teus freelance eles eram já para fora ou Brasil.

Speaker:

Não, meus freelance eram todos brasileiros mesmo. Quando eu trabalhava no Brasil era todos para o Brasil, para empresas startups mesmo, empresas que estavam começando.

Speaker:

Cara, aqui como eu tô trabalhando agora em home office, o contato com as outras pessoas é bem limitado, né?

Speaker:

A gente fala, a gente tem um chat onde a gente conversa entre a gente, mas normalmente tá o diretor ou a supervisora,

Speaker:

sempre meio que guiando. Ah, como vocês estão? O que vocês precisam? Daí a gente responde e a gente tá sempre se ajudando.

Speaker:

Mas, principalmente pra mim, nesse momento, trabalhando home office, com o meu filho nasceu tem sete meses, né.

Speaker:

Então, já limita bastante tempo, limita encontros com o time.

Speaker:

Então, acaba que eu não encontro muito com eles. A gente fala... muita gente eu não conheço a cara, porque não tem a própria cara no perfil do chat, sabe?

Speaker:

Mas a gente, tipo, como um time a gente trabalha muito bem, a gente tá sempre se ajudando

Speaker:

e com o direcionamento da supervisora, do diretor e da produtora também, sempre que

Speaker:

tem alguma coisa, tipo, pode dar um problema aqui, vamos resolver e acho que a gente vai

Speaker:

falar mais disso depois, mas dentro de um projeto eles estão sempre dividindo, vendo

Speaker:

Quem está com dificuldade, se tem alguém ficando um pouco mais atrasado,

Speaker:

eles passam para alguém que está mais adiantado.

Speaker:

E, tipo, a gente vai todo mundo se ajudando ali para poder não ter atraso nas entregas.

Speaker:

A gente nunca atrasa a entrega de mais de um dia de atraso.

Speaker:

Às vezes a gente tem que fazer hora extra, mas às vezes a gente fica horas,

Speaker:

mas entrega no dia da entrega, quando tem algum tipo de atraso.

Speaker:

E sempre que a gente trabalha a hora extra, é importante a gente falar A gente é pago pela hora extra.

Speaker:

Ah, isso é importante. Já trabalhei em lugar que eu não recebia, assim, por honra.

Speaker:

Antes de entrar em TI. E outro lugar em TI mesmo que o pessoal dava uma enrolada, assim.

Speaker:

Falava, não, mas eu não sei se ele tá o dia, mas não. Tipo, sempre tentava justificar de alguma forma.

Speaker:

Ah, tinha projetos aí no Brasil que eu peguei...

Speaker:

É... Tinha um... Ah, bom, melhor não falar os projetos. Mas... É...

Speaker:

Mas pegava projeto que tipo falava, ah, sua entrega é na quinta.

Speaker:

Daí eu ficava, putz, vou ter que passar três dias sem dormir.

Speaker:

E eu ganhava pelo que fechava no valor do projeto, né. Então era esse o valor, na verdade eu ficava, quanto mais cedo eu terminasse melhor,

Speaker:

porque eu dava tempo de passar pra um outro projeto e ganhar mais dinheiro.

Speaker:

Aí a agência falava, você tem que entregar na quinta. Lutava para poder entregar na quinta, passava duas semanas e eles me davam uma resposta.

Speaker:

E às vezes eu mandava tipo, e aí, preciso de uma resposta para poder ver se eu posso pegar outro projeto,

Speaker:

vocês já revisaram? Ah não, ainda não revisou não. Então por que vocês me fizeram trabalhar,

Speaker:

igual um maluco para poder entregar na quinta, sendo que vocês não visualizaram o projeto até agora, cara?

Speaker:

E isso acontecia muito constante, e isso era uma das coisas que eu ficava tipo, eu não quero, cara.

Speaker:

Conforme eu ia pegando projetos maiores no Brasil, eu via que a exploração era ainda maior.

Speaker:

Então, tipo, quanto mais próximo...

Speaker:

Eu conheci algumas pessoas que trabalhavam com os maiores projetos, assim,

Speaker:

principalmente na parte de marketing no Brasil.

Speaker:

Eu estava morando em São Paulo, que a vida dessas pessoas que trabalhavam fazendo esses projetos

Speaker:

eram, tipo, pior do que a minha.

Speaker:

E eu já achava que a minha tava muito ruim.

Speaker:

Obrigado.

Speaker:

Então... Enfim, só desabafava um pouco do estresse aí. Mas isso é ruim.

Speaker:

É isso aí.

Speaker:

Eu ouço muito essas coisas acontecerem em agências de marketing, né?

Speaker:

Até mesmo pessoas de ter trabalho em agências de marketing falam que são um pouco mais exploradas, né?

Speaker:

E tu vê essa mesma realidade aí, nesses dois trabalhos?

Speaker:

Quer dizer, tu passou por dois ou mais aí?

Speaker:

Passei por três estúdios, três estúdios, todos eles pagavam hora extra, tipo, pra gente nunca atrasar na entrega.

Speaker:

É bom a gente até comentar um pouco, porque às vezes tem gente que pensa em, tipo,

Speaker:

ah, eu quero trabalhar com animação, mas eu quero trabalhar animando pra filmes, pra live action, né?

Speaker:

Tipo, filme da Marvel, quero animar o Homem de Ferro, o Homem-Aranha, lá na cena que ele é, obviamente, CG, não é uma pessoa vestida lá.

Speaker:

E o trabalho do animador é exatamente igual. Tipo, se você faz uma animação, a única diferença é que na hora do render, um vai ser um render mais cartunesco e o outro vai ser um render mais realista, né?

Speaker:

Não tem diferença nenhuma no trabalho. Mas a indústria é diferente.

Speaker:

Tipo, o que eu vejo e o que existem muitas reclamações é que na indústria hollywoodiana,

Speaker:

é que as datas de entrega são muito mais apertadas e a exploração um pouco maior.

Speaker:

Apesar de que, até onde eu sei, eles pagam hora extra mas assim, trabalhar, sei lá, 14 horas por dia por duas semanas

Speaker:

sua cabeça derrete, né.

Speaker:

Mesmo que você esteja recebendo hora extra. Então existe muito, existe uma exigência, vamos dizer assim, para não falar, acho que

Speaker:

Aplauração é uma palavra meio forte, acho que...

Speaker:

Diferente, mas existe uma demanda um pouco mais exigente aí em trabalhos live action

Speaker:

para essa indústria. Enquanto para animação 3D mesmo, para projetos mais cartonescos,

Speaker:

mas vamos dizer assim, eu não gosto de usar a palavra infantil porque existe animação de desenho infantil

Speaker:

de crianças pra menos de tipo, seis, sete anos.

Speaker:

E existem animações que adultos assistem, né.

Speaker:

Mas nesse estilo mais cartunesco, as equipes e os estúdios são mais organizados

Speaker:

e eles protegem um pouco mais o funcionário.

Speaker:

Então a gente não tem retrabalho, normalmente. A não ser que seja culpa nossa, se a gente fizer alguma coisa muito errada

Speaker:

a gente vai precisar corrigir.

Speaker:

Mas se a gente segue bem na linha certinho o que precisa ser feito a data de entrega acontece bem tranquila e a gente não,

Speaker:

não passa por horas extras que vão deixar a gente muito destruído assim sabe bem mais mais organizado do que no Brasil

Speaker:

a gente nunca vai passar noites trabalhando.

Speaker:

E tu comentou de a equipe se ajuda troca a pessoa de lugar para o que alguém está atrasado que está com mais dificuldade.

Speaker:

Como que funciona isso porque eu acho que isso demonstra um pouco da cultura de trabalho que está exemplificando.

Speaker:

Isso é um exemplo real de como funciona.

Speaker:

É a gente falar um pouco da estrutura de um time a gente vai ter sempre.

Speaker:

Lógico que depende de projeto para projeto mas um projeto maior a gente raramente tem profissionais júnior

Speaker:

Júnior é quando ele acabou de entrar a primeiras experiências, em projetos mais exigentes.

Speaker:

A gente não tem tantos júniores, às vezes tem um ou outro, mas a gente tem bastante intermediários,

Speaker:

daí a gente tem animadores sêniors, e a gente tem animadores leads,

Speaker:

e também tem diretor ou diretora.

Speaker:

Daí, o que eu acho que é muito importante,

Speaker:

Normalmente, animadores leads, seniors, vão pegar shots mais complicados,

Speaker:

tecnicamente, mas não quer dizer que são shots mais longos.

Speaker:

Às vezes, um shot curto, mas tecnicamente mais complicado vai levar mais tempo,

Speaker:

dependendo da quantidade de personagens que tem, pode levar mais tempo.

Speaker:

Então, o trabalho do diretor, um dos trabalhos do diretor é é identificar qual shot que vai ser o melhor encaixe,

Speaker:

para determinada função do animador, para o nível do animador que está lá.

Speaker:

Só que o diretor, o trabalho do diretor também é descobrir se a pessoa tal está evoluindo.

Speaker:

Então, ele dá shots mais difíceis para animadores que são mais iniciantes.

Speaker:

E depende também de, tipo, às vezes um episódio tem 18 minutos,

Speaker:

Às vezes, um episódio tem 22 minutos, esses 4 minutos fazem bastante diferença

Speaker:

na quantidade de animadores que tem.

Speaker:

Enfim, o diretor vai distribuir os shots de forma igual, mas com complexidades diferentes para todos esses animadores.

Speaker:

E aí, conforme as semanas vão passando, ele vai vendo quem está mais para frente.

Speaker:

Eu tenho um sistema, conforme você termina um shot, você envia o shot lá.

Speaker:

Daí no sistema ele já fala, esse animador já animou 40% da cota que ele tem,

Speaker:

dos shots que ele tem para animar. Esse animador animou 25%.

Speaker:

Daí o diretor vai ter esse controle de tipo, essa pessoa aqui está mais atrasada,

Speaker:

essa pessoa aqui está mais adiantada. Então, o diretor normalmente ele fala, olha, É...

Speaker:

Se você precisar de ajuda, eles têm bastante cuidado com isso,

Speaker:

porque às vezes você está preso em um shot que vai dar mais trabalho e depois você consegue deslanchar e acelerar.

Speaker:

O diretor costuma perguntar, se você precisar de ajuda, me fala.

Speaker:

Eu tiro alguns shots seus e passo para uma outra pessoa para poder te ajudar.

Speaker:

Ele costuma perguntar primeiro.

Speaker:

Conforme vai chegando mais perto da deadline, daí ele só tira o shot, se você está começando a atrasar.

Speaker:

Mas aí, sempre acontece isso, né.

Speaker:

Tipo, no meu caso, normalmente, eu sou um animador meio rápido.

Speaker:

Então, conforme vai chegando perto da data de entrega eu tô bem terminando as minhas coisas.

Speaker:

E aí, começa pum, pum, aparecer mais trabalho, mais trabalho pra mim.

Speaker:

Mas esse é o trabalho, né. A gente tem que se apoiar.

Speaker:

Então, o diretor, ele vai ir fazendo esse equilíbrio pra todo mundo conseguir terminar na hora certa.

Speaker:

Às vezes, tira um pouco de trabalho de uma pessoa, às vezes, adiciona o trabalho para uma outra pessoa.

Speaker:

Normalmente, os animadores mais experientes, esse é o trabalho do animador mais experiente,

Speaker:

pegar shots mais complexos e acabar pegando um pouco mais de trabalho para a produção seguir.

Speaker:

Então, é assim que acontece.

Speaker:

A gente está sempre se ajudando, a gente tem sempre que lembrar que a gente não está fazendo um projeto sozinho,

Speaker:

que o resultado de todo mundo, em conjunto, vai afetar cada um, individualmente, na carreira.

Speaker:

Tipo, se um projeto for lançado e for bem visto, no geral, quando tiver sido lançado,

Speaker:

isso vai ser bom pra todo mundo, né.

Speaker:

Então, a gente tem que sempre lembrar que todo mundo, ajudando todo mundo, vai fazer uma diferença.

Speaker:

E é assim, o diretor ele vai dividindo os shots pra tudo dar certo.

Speaker:

Entendi. Legal, legal. Parece legal, assim, acho que a realidade de...

Speaker:

Pra tu falar desse, da pessoa perguntar antes de mudar, etc.

Speaker:

Eu acho que isso é legal, né.

Speaker:

Tipo, claro que em certo momento o diretor tem que tomar uma decisão,

Speaker:

como qualquer gestor, né.

Speaker:

Mas quando dá a oportunidade de perguntar, isso é sempre mais legal do que decisões top-down, né.

Speaker:

Em alguns momentos, ele vai precisar, tipo, tomar a decisão e falar esse cara não vai terminar, vou tirar esse shot aqui pra te ajudar, tá?

Speaker:

Mas tem alguns momentos de, por exemplo, só pra esclarecer, talvez quem tá ouvindo

Speaker:

não saiba o que é shot. Shot é tipo um vídeo, tipo, quando a câmera liga,

Speaker:

e quando ela desliga, é um shot, né?

Speaker:

E aí, tipo, uma cena completa é formada de vários pequenos vídeos.

Speaker:

E cada pequeno vídeo se chama shot, tecnicamente, né?

Speaker:

Já aconteceu comigo, de eu ter vários shots de, sei lá, um, dois segundos e um shot de dez ou doze segundos.

Speaker:

E aí, idealmente, a gente trabalha no shot mais difícil primeiro e depois a gente passa para os mais fáceis,

Speaker:

porque se você chegar no final, perto da data de entrega,

Speaker:

Se você deixou o shot mais difícil, não tem como dividir esse um shot mais longo e mais difícil

Speaker:

para vários animadores, só uma pessoa tem que dar conta.

Speaker:

Agora, se você está perto da data de entrega, você tem vários shots curtinhos de um segundo,

Speaker:

dá para o diretor espalhar esses vários shots para várias pessoas.

Speaker:

Então, por que eu estou falando isso? Porque a gente começa com um shot mais difícil, às vezes a gente passa uma, duas semanas,

Speaker:

em um shot só, e aí vai estar lá mostrando para o diretor, esse cara não entregou nada até hoje.

Speaker:

Mas por quê? Porque metade da cota de trabalho dele é um shot só, então às vezes chega no meio da data de entrega assim,

Speaker:

passou duas semanas, daí você entrega um, daí aparece lá, pum, 50%, opa, não, esse cara tá no tempo.

Speaker:

Mas enquanto nesse pequeno período no começo aí, às vezes o diretor vai ficar falando

Speaker:

esse cara não tá trabalhando, o que tá acontecendo?

Speaker:

Não, ele tem um trabalho grande ali, então dá pra poder esperar, dá pra poder perguntar você quer ajuda?

Speaker:

Se não, tipo, não, tô num shot longo aqui, mas depois que eu terminar esse eu consigo

Speaker:

fazer todos os outros no tempo, tá tranquilo, não precisa tirar os meus shots.

Speaker:

Até porque, quando a gente vai começar um episódio, eles perguntam, né, tipo, eles,

Speaker:

Eles querem que você trabalhe nos vídeos, nas animações que você vai se divertir mais.

Speaker:

Porque quando você se diverte mais fazendo uma animação, reflete, tipo, dá pra ver

Speaker:

que você se divertiu, que o shot ficou bem feito e tal.

Speaker:

Então eles perguntam, assistam o storyboard, se tiver alguma animação que você se apaixonou

Speaker:

e quer trabalhar nela, me fala, e aí o diretor vai te dar essas animações que você tem

Speaker:

vontade de trabalhar.

Speaker:

Então muitas vezes o diretor chega e fala, tipo, você quer ajuda?

Speaker:

Posso tirar alguns shots seus? Aí você tá, não, eu quero muito trabalhar nesses shots que eu tenho,

Speaker:

eles são meus, tipo, são meus filhos aqui, não me tira eles de mim, por favor.

Speaker:

Então às vezes é difícil a gente abrir mão de alguns trabalhos.

Speaker:

Às vezes é fácil, às vezes a gente pega umas bombas que a gente fala,

Speaker:

pode levar isso aqui, não quero não.

Speaker:

Mas ter essa consulta para o profissional, de tipo, posso tirar para poder te ajudar um pouco?

Speaker:

É bem legal, acho bem interessante.

Speaker:

E eles costumam fazer isso sempre aqui. Ah, isso é sempre bom, torna o ambiente melhor, né.

Speaker:

E no começo tu comentou que tu ficou um tempo no Canadá e tu sentiu saudade da família e quis fazer a carreira no Brasil.

Speaker:

Então eu queria saber sobre como tá sendo morar aí, né. Porque agora tu se estabilizou.

Speaker:

Então eu queria saber sobre várias coisas sobre morar aí. E começando sobre a cultura canadense.

Speaker:

Não dizendo canadense são dois canadenses mas a cultura do local em geral né como que é morar em Vancouver.

Speaker:

Eu vou dividir a pergunta para você mais específico né como é morar em Vancouver,

Speaker:

talvez fica muito aberto. O que você vai falar? Eu posso ir por partes aqui, vou ir meio que seccionando aqui.

Speaker:

Mas sempre tem pontos positivos e negativos, assim como eu falei, a saudade da família e amigos é um preço muito alto que a gente paga.

Speaker:

E pra mim foram dois momentos assim, principalmente na tecnologia também, hoje em dia o trabalho home office só é possível porque a tecnologia evoluiu,

Speaker:

E hoje em dia a gente consegue, eu por exemplo, eu trabalho no meu computador aqui, mas na verdade eu tô

Speaker:

trabalhando num computador que tá lá no estúdio, remotamente, né?

Speaker:

Eu tô controlando um outro computador, e eu trabalho, é liso, é como se tivesse aqui, não tem delay nenhum.

Speaker:

Por que que eu falo isso? Porque em 2015, pra poder falar com os meus pais, pra poder fazer uma chamada de vídeo,

Speaker:

Principalmente porque eu sou de uma cidade pequena também, a internet lá não era muito boa.

Speaker:

O meu tempo durante o curso era muito curto, quando eu não estava na escola, eu estava fazendo trabalho.

Speaker:

E quando eu tinha um tempinho para poder falar com eles, a chamada de vídeo não era boa.

Speaker:

Em 2015 ainda, pode ser que, sei lá, em São Paulo, cidades maiores aí, já fosse um pouco mais viável,

Speaker:

Mas eu estando aqui, utilizando o Wi-Fi da República, e tipo...

Speaker:

O contato que eu tinha com família e amigos era muito limitado, então a saudade foi muito maior, sabe? Isso apertou.

Speaker:

Agora, depois que eu voltei pra cá, eu agradeço muito que a gente tem essa tecnologia e chamadas de vídeo muito acessíveis hoje em dia.

Speaker:

Android, a gente tem várias opções, tipo, WhatsApp, sei lá, Udoo, Meet, Zoom, tem da Apple também, enfim.

Speaker:

A gente... é muito mais fácil e é nítida a chamada.

Speaker:

E chamada de vídeo, querendo ou não, faz uma grande diferença.

Speaker:

Eu falo com os meus pais, com a minha irmã, todo dia, praticamente todo dia.

Speaker:

A não ser que eu esteja muito apertado com alguma coisa, a gente não faz uma chamada.

Speaker:

Então é assim, é um apoio que a gente tem e ajuda bastante a gente ter esse...

Speaker:

E cara, não deixa de falar com a...

Speaker:

Pra quem tá ouvindo, não deixa de falar com a família, não deixa de lado, porque

Speaker:

às vezes você tá muito entusiasmado com as coisas que estão acontecendo na sua vida no momento,

Speaker:

mas tipo, a pessoa que você deixou lá atrás,

Speaker:

Provavelmente tá com muita saudade, então você tem que lembrar e tipo, falar um oi de vez em quando.

Speaker:

Então eu falo com os meus pais e com a minha irmã todos os dias e isso faz bastante diferença hoje em dia.

Speaker:

Foram dois cenários bem diferentes que eu conseguia conversar com eles enquanto eu tava estudando e hoje em dia.

Speaker:

Então a gente tem esse apoio.

Speaker:

Hoje em dia também mais estabelecido, a gente tenta ir para o Brasil pelo menos duas vezes por ano, né.

Speaker:

Às vezes não dá, por exemplo, o meu filho nasceu e a gente teve que esperar há um tempo e estava no meio de alguns projetos,

Speaker:

então acabou que faz mais de um ano que eu não vou no Brasil, mas eu pretendo ir mais, eu tô tentando ajudar os meus pais a tirarem vistos,

Speaker:

para poder conseguir vir aqui também.

Speaker:

Então, eu ir para lá duas vezes por ano, eles virem para cá.

Speaker:

Às vezes, uma ou duas vezes por ano já ajuda bastante.

Speaker:

Então, é assim que a gente planeja.

Speaker:

Continuar o contato de uma família, porque sinceramente é o maior preço que a gente paga, é a saudade, é um preço alto, viu?

Speaker:

Você que tá aí em Portugal provavelmente sabe disso, né?

Speaker:

Sim, sim, acho que de longe é a parte mais difícil. É a primeira coisa, tipo, o que você sente falta do Brasil? Minha família? Ah, mas e a comida?

Speaker:

Não, comida tem. Comida a gente dá um jeito, a fome eu não passo não, mas a família não tem substituição.

Speaker:

Eu ouvi uma coisa agora, eu tava vendo um podcast, até lembrando que tu tá falando da família, né, mas um...

Speaker:

O cara tava dando exemplo sobre a importância de família e amigos próximos, né, e amigos próximos ele até fala assim

Speaker:

Talvez eles mudem e tudo bem, mas quais são os teus amigos nesse momento é importante tu ter algum contato, né

Speaker:

E aí ele falou que nos Estados Unidos ele tava, a família acho que é de Washington,

Speaker:

ele tava morando em Nova York e aí um amigo perguntou pra ele assim,

Speaker:

quantas vezes tu vê o teu pai e tua mãe, né, ele falou lá, mais ou menos uma vez, duas por ano.

Speaker:

Ele falou assim, teus pais estão quantos anos? Tanto. Então provavelmente eles têm 14 anos de vida, levando a perspectiva da idade dele.

Speaker:

Então significa que tu vai ver eles 14 vezes até eles morrerem.

Speaker:

Eles morrerem, sabe? Ele falou, cara, isso foi um estralo. Eu tava ouvindo agora isso. E a gente tá falando isso também, né.

Speaker:

Esse é o preço de morar tão longe, se tu consegue viajar mais tu minimiza um pouco isso, né.

Speaker:

Ou chamadas com frequência, né. Mas se tu não tem tanto contato, tu mantém distante

Speaker:

tu sabe que é isso que vai acontecer.

Speaker:

Tipo, o tempo é limitado, só diminui, né. A chamada de vídeo ajuda bastante, mas o abraço faz diferença, cara.

Speaker:

Tanto que o meu objetivo, eventualmente, eu não falo que eu quero morar no Canadá ou fora pra sempre.

Speaker:

Eu tenho a intenção de viajar bastante ainda, conhecer outros países e tal, então eu tenho vários projetos aí,

Speaker:

a minha busca é eventualmente alcançar a liberdade financeira para poder ir para o Brasil, ver meus pais,

Speaker:

ou talvez falar para meus pais, vamos fazer uma viagem e tal, e tipo, esse tipo de coisa ser sempre possível.

Speaker:

Então, alcançar a liberdade financeira é um dos meus objetivos aí.

Speaker:

Justamente a principal motivação é poder ter mais encontros familiares e dos amigos próximos, com certeza.

Speaker:

Mas falando um pouco da cultura que você falou também, que você perguntou.

Speaker:

Aqui a gente tem, a gente vai sempre sentir falta é nas raízes assim né, tipo eu sou mineiro né, então sentar num boteco por exemplo

Speaker:

e beber uma cerveja com os amigos assim numa sexta-feira, eu nem assisto futebol mas sentar

Speaker:

numa quarta-feira do nada assim e tomar uma cerveja, jantar com os amigos, gritar, falar

Speaker:

bobagem esse tipo de coisa não acontece com com

Speaker:

Não é uma cultura que acontece aqui. Aqui, por exemplo, a gente não pode beber na rua, por lei.

Speaker:

Se você beber na rua, no parque, num lago, você vai ser multado.

Speaker:

Até tá mudando isso, parece que você já pode beber em alguns lugares, mas não acontece de você ir em um boteco aberto assim,

Speaker:

beber uma cerveja, juntar todo mundo e ficar, esse é o programa.

Speaker:

Normalmente quando a gente vai pro restaurante é tipo, você vai, senta, come, bebe um, dois copos e acabou, vai embora.

Speaker:

E o garçom, a garçonete já tá tipo assim, vocês já terminaram?

Speaker:

É a conta, porque você tem que ir embora pra liberar a mesa pro próximo cliente, né.

Speaker:

Não é aquele negócio de tipo, em Minas, principalmente, é tipo assim, não é se é que é a conta, se é que é outra cerveja.

Speaker:

Saideira, emboreira, vai tentando te manter mais, ao invés de fazer o giro.

Speaker:

Então isso é uma das coisas que eu mineiro sinto mais falta.

Speaker:

Mas outra coisa também, praia, cara. Praia que não tem praia igual no Brasil.

Speaker:

Tipo, aquele… a areia, aquele mar, lógico, tem várias praias diferentes aí no Brasil, né.

Speaker:

Mas aqui, por exemplo, é sempre lago, e quando você vai no lago, o lago é quase frio, congelante, assim, mesmo que seja no verão.

Speaker:

Então, em questão social, essas partes fazem muita diferença.

Speaker:

Ter um, marcar com os amigos, ah, vamos juntar todo mundo aí para o carnaval, para um bloco, alguma coisa assim.

Speaker:

Às vezes passa o carnaval, eu fico tipo, ah, teve carnaval? Não, não vi. Passou já.

Speaker:

Então, essas coisas sociais é uma diferença bem grande aqui no Canadá comparando com o Brasil.

Speaker:

Brasil é muito mais...

Speaker:

Mais próximo, né? A gente junta pra poder fazer os eventos bem mais do que aqui.

Speaker:

Aqui, às vezes, a gente vai no lago e tal.

Speaker:

Primeira coisa que eu, lógico que tem gente que não bebe, mas eu pensaria tipo

Speaker:

ah, a gente vai na praia, quantas caixas de cerveja a gente vai comprar?

Speaker:

Aqui, se a gente vai pro lago, você não pode levar bebida no lago, que vai ser mutado, né?

Speaker:

Canadá inteiro ou é uma parada em Vancouver? Cada estado tem as suas leis, né, diferentes.

Speaker:

Aqui agora, tem alguns parques que estão liberando pra você beber na rua.

Speaker:

Mas tipo, se você tiver bêbado na rua também provavelmente as chances de você ser multado são grandes.

Speaker:

Tipo, você não… tem um limite, assim, né.

Speaker:

Então a gente nem… Eu, enquanto eu tava no Brasil, principalmente por causa desses encontros sociais que tinha

Speaker:

A gente tava sempre bebendo uma cervejinha aqui, uma cervejinha ali.

Speaker:

Aqui eu parei, tipo, eu não bebo nada mais.

Speaker:

Pô, às vezes eu compro quatro latinhas de cerveja na Liquor Store, né.

Speaker:

Aliás, pra poder comprar bebida alcoólica não vende no mercado você tem que ir numa loja específica que só vende bebida alcoólica.

Speaker:

Não sei se aí no Portugal é assim também.

Speaker:

Não, aqui não, aqui é… Você compra no mercado também, né? No mercado, beber na rua.

Speaker:

É muito menos comum, mas no parque, sim, é mais comum.

Speaker:

Tipo, andar na rua, não, não vejo, pelo menos. No centro de Omor, não sei se estiver mais afastado, já sim.

Speaker:

Mas parque, praia também.

Speaker:

De vez em quando eu vejo a galera com aquele isopor também, assim.

Speaker:

Então já é mais comum.

Speaker:

É, tipo, aí no Brasil a caneca Stanley ficou famosa porque a cerveja não esfria e tal.

Speaker:

Aqui, caneca Stanley é pro café não esfriar.

Speaker:

Não é pra bebida.

Speaker:

É pra você poder levar o cafezinho.

Speaker:

Ou sei lá, qualquer outra coisa, né? Mas normalmente não é tão associado com cerveja.

Speaker:

É diferente, né? bem diferente essas coisas.

Speaker:

Agora, passando para outro aspecto de morar fora, que é o custo de vida comparado ao salário do animador aí, né?

Speaker:

Tu acha que, no geral, tem valido a pena?

Speaker:

Aqui em Vancouver, o mercado imobiliário para aluguel está bem caro.

Speaker:

Se não me engano, se não é o mais caro do planeta, tá ali no top 3 mais caros do mundo.

Speaker:

De todo jeito, lembrei do que eu ia falar, a questão mais de segurança no Brasil, né.

Speaker:

Hoje em dia eu chegando, só voltando um pouco, hoje em dia sempre que eu chego no Brasil,

Speaker:

que eu desço no aeroporto e pego um táxi em São Paulo, já começa a me dar uma crise de ansiedade.

Speaker:

Tipo, eu lembro que eu não posso ficar com o celular na mão, que é perigoso.

Speaker:

A abordagem dos taxistas já na saída do aeroporto ou numa rodoviária, você já fica

Speaker:

mais intimidado, tipo, a pressão que se vive morando em cidades grandes no Brasil.

Speaker:

Hoje em dia, eu penso, tipo, como que a gente, como brasileiro, consegue viver assim, cara?

Speaker:

Porque é uma ansiedade, é uma tensão constante.

Speaker:

E às vezes a gente tá tão acostumado e tão anestesiado pela sensação dessa tensão aí

Speaker:

que a gente não percebe o quão tenso a gente tá até a gente chegar num país diferente.

Speaker:

Aqui, por exemplo, tipo, eu não me preocupo de andar com o celular na mão,

Speaker:

Não me preocupa que alguém vai me assaltar quando eu tô voltando do trabalho pra casa.

Speaker:

Quando eu morava em Belo Horizonte, eu tinha que andar à noite, atravessar viadutos e tal.

Speaker:

Eu sempre andava com muito medo, né? Bem alerta o tempo todo.

Speaker:

E esse medo, apesar de a gente sempre ter um instinto, mas é bem menor aqui.

Speaker:

A gente se sente bem mais seguro, no geral, e isso faz bastante diferença.

Speaker:

E outra coisa também, que já entrando um pouco na parte de salários e tal,

Speaker:

é que tudo é mais acessível aqui.

Speaker:

A compra de, por exemplo, câmeras, todo o equipamento que eu tenho aqui para poder fazer meu canal no YouTube e tal, tudo que eu compro aqui, tipo...

Speaker:

Eu acho que eu gastaria anos e anos de trabalho para poder tentar e compraria várias coisas parceladas em 12 vezes

Speaker:

para poder conseguir comprar cada equipamentinho que eu tenho aqui.

Speaker:

E aqui tudo que eu tenho, aliás, pagamento parcelado aqui é bem incomum.

Speaker:

Praticamente não acontece, você compra tudo à vista e aí você vai pagando seu seu cartão,

Speaker:

mas normalmente você compra tudo à vista. Então, outra coisa muito grande é além da segurança que

Speaker:

você sente aqui no Canadá é o quanto equipamentos, principalmente eletrônicos, são acessíveis. Por

Speaker:

a televisão que eu tenho aqui atrás, no cenário aqui, né, que eu tava procurando

Speaker:

agora pra poder comprar uma TV pra minha mãe lá na... que a do quarto estragou.

Speaker:

É uma TV boa no nível de uma TV 4K, com áudio bacana, tipo, tudo legal, aí no Brasil,

Speaker:

é lá no Brasil a gente estava olhando na média de tipo 8 mil reais uma TV boa.

Speaker:

Eu sei que tem TV 4K que você paga tipo talvez 2 mil reais 3 mas uma TV boa de verdade,

Speaker:

você vai pagar uns 8 às vezes beirando 10 11 mil reais.

Speaker:

E aqui com 800 dólares você compra uma TV bacana de 55 60 polegadas às vezes mais caro essa que eu tenho aqui que tem algumas funções

Speaker:

não entrar nas tecnicalidades, mas algumas funções melhores foi 1.500 dólares,

Speaker:

mas não é 8 mil dólares, né?

Speaker:

Então, tipo assim, a acessibilidade de eletrônicos e de várias outras coisas

Speaker:

que a gente teria muita dificuldade aí no Brasil.

Speaker:

Falando mais pela minha visão, que principalmente no tempo que eu estava no Brasil

Speaker:

eu era mais humilde, não trabalhava, não recebia e não estava estabelecido na área, né.

Speaker:

Hoje em dia é mais estabelecido, eu consigo comprar com um pouco mais de facilidade.

Speaker:

Falar que eu gasto 800 dólares em uma TV para pagar na vista, às vezes pode até parecer ostensivo,

Speaker:

mas é que é mais acessível hoje em dia e a gente ganha bem o bastante para poder ter esse tipo de gasto.

Speaker:

Falando no aluguel, hoje em dia, aumentou tanto nos últimos anos.

Speaker:

Esse apartamento que a gente mora aqui, a gente tem dois quartos, dois banheiros.

Speaker:

Vamos dar uma base para as pessoas saberem.

Speaker:

Dois quartos, dois banheiros, tem esse espacinho aqui que a gente chama de den.

Speaker:

É tipo um quarto que não serve para nada, na verdade.

Speaker:

Um escritório. Não tem janela, não tem nada. E aí eu fiz o meu escritório aqui, mas é dois quartos, dois banheiros, tem a sala, a cozinha, esse espacinho aqui e aí a gente tem a varandinha, que a gente mora no térreo.

Speaker:

A gente paga hoje dois mil dólares, né? E...

Speaker:

A gente entrou nesse apartamento tem quase dois anos e hoje em dia ele já tá R$2,500.

Speaker:

Se a gente fosse entrar agora, aplicar, a gente já viu, essa mesma planta tá R$2,500, então aumentou muito, muito.

Speaker:

É a mesma coisa aqui em Portugal também, o meu apartamento eu mudei agora, mas deu um pouco de sorte, pelo preço que eu achei.

Speaker:

Mas também o meu aumentou muito, o contrato tinha acabado e ele ia aumentar absurdamente, tipo...

Speaker:

Não sei, mas era muito mesmo, pra você ver a diferença do que aconteceu nesses 4 anos, né?

Speaker:

É, então até a gente fala que tipo, se a gente quiser mudar pra um outro apartamento maior hoje em dia,

Speaker:

a gente vai ter que pagar muito, muito mais caro e vai fazer muita diferença no nosso estilo de vida.

Speaker:

Mas aí eu sempre falo, o que a gente precisa fazer não é focar em quanto a gente vai gastar mais,

Speaker:

mas enquanto a gente vai ganhar mais para esse gasto não fazer tanta diferença.

Speaker:

A visão às vezes a gente muda quando a gente pensa de um jeito diferente.

Speaker:

Pensar que tipo a gente vai gastar muito mais nesse lugar. Não, mas calma, você não pode pensar que você vai gastar muito mais.

Speaker:

Tem que pensar quanto eu preciso estar ganhando para esse gasto não fazer diferença.

Speaker:

E aí você busca uma renda extra e tal. Mas está muito caro aqui, está muito caro.

Speaker:

Concretizando também a parte de se um animador ganha bem o suficiente para poder morar bem,

Speaker:

um animador nunca vai ficar... eu acho que a maioria dos trabalhos,

Speaker:

você nunca pode contar que você vai ficar milionário, vamos dizer assim,

Speaker:

e poder gastar dinheiro do jeito que você quiser.

Speaker:

Enfim, você não vai ficar, você não vai alcançar a liberdade financeira só com o seu emprego, o seu um emprego.

Speaker:

Dá pra ganhar bem, o Animador3 dele é bem valorizado, a gente consegue, a Marina trabalha com cinema também,

Speaker:

com audiovisual, trabalha também remoto e os nossos salários aqui são parecidos, a gente ganha por volta,

Speaker:

A gente fala por ano aqui, não é por mês, por mês eu ia ter que fazer a conta, mas é por volta de R$70 mil por ano.

Speaker:

Ainda tem espaço para crescer, o animador 3D, vamos falar um range aí, um espaço do começo da carreira até o topo de um animador,

Speaker:

Eu acho que é uma coisa que as pessoas buscam saber né.

Speaker:

Eu vou falar por ano porque é mais fácil na minha cabeça quem está ouvindo aí faz a conta aí por mês.

Speaker:

São quantos salários por ano são 12. Perguntando porque aqui em Portugal são 14 por exemplo são 12.

Speaker:

São 12 são 12 mas dividam por 12 aí.

Speaker:

E lembrando também que tem taxa em cima desse salário. Por exemplo, se a gente ganha 100, você tem que tirar mais ou menos 16, depende de quanto você ganha a taxa varia.

Speaker:

Quando você ganha menos a taxa menor, quando você ganha mais a taxa maior.

Speaker:

Mas enfim, o animador 3D Júnior, o primeiro trabalho do animador, ele vai ganhar por volta de 45 a 50 mil dólares por ano.

Speaker:

O intermediário ele vai ganhar ali por volta de 65, já é um saltinho bacana, 65 mil por ano.

Speaker:

Daí o senior, ele vai ganhar por volta de 85 mil por ano, até estourando 90 assim.

Speaker:

E aí depende de estúdio que você tá também. Estúdio de visual effects, apesar de eu já falei antes.

Speaker:

Estúdio Live Action. Filmes de Hollywood, filmes reais.

Speaker:

Se você trabalhar nesses estúdios, você vai ganhar um pouco mais.

Speaker:

O senior, o animador senior, vai ganhar por volta de 100 mil por ano, 120 mil por ano.

Speaker:

Acho que 120 é tipo assim, o teto.

Speaker:

Até diretor de animação vai estar mais ou menos nesse nível aí.

Speaker:

Eu acho que eu vi poucos, poucos, em poucos lugares pessoas que ganhavam como diretores

Speaker:

mais do que tipo 130.

Speaker:

Então esse é mais ou menos o teto. Então assim, é um bom, é uma boa grana, ganhar até, de 80 mil por ano pra cima, pro

Speaker:

estilo de vida aqui em Vancouver, pras coisas que você tem que pagar, já dá pra ficar

Speaker:

bem confortável, eu diria.

Speaker:

É...

Speaker:

Mas você chegando ali até 120 mil por ano já é uma grana bem bacana,

Speaker:

mas você não vai ter uma liberdade financeira, você não vai alcançar riqueza, vamos dizer assim,

Speaker:

você não vai estar rico, acho que é a palavra mais comum que a gente pode usar,

Speaker:

não vai ficar rico sendo animador 3D.

Speaker:

Então é sempre bom em qualquer emprego, acho que eu diria isso para qualquer um que estiver ouvindo aí,

Speaker:

Pense em rendas extras, cara, porque tem algum investidor grande aí que já falou essa frase

Speaker:

de tipo ninguém fica rico trabalhando, você vai ficar com seu um trabalho principal, você,

Speaker:

vai alcançar liberdade financeira, você vai alcançar riquezas com trabalhos extras,

Speaker:

com rendas extras e principalmente rendas passivas, se você conseguir, se você conseguir,

Speaker:

Você vai conseguir, é óbvio que dá pra conseguir, mas rendas passivas, rendas essas vão ser a sua fonte de riqueza no futuro, o alcance da liberdade financeira.

Speaker:

Então, respondendo a pergunta, você vai ficar rico sendo animador 3D? Rico, rico não. Pode dar pra viver bem, mas não vai ficar rico não.

Speaker:

Vai conseguir viver confortavelmente. Quem fica rico é o cliente, tipo, a Disney que fez o projeto

Speaker:

eles vão ganhar muito mais, muito mais do que o animador.

Speaker:

Tipo, o quanto eles ganham com… É um exemplo também, né.

Speaker:

Tipo, Netflix, Disney Plus, todas essas coisas que você tem que fazer uma assinatura, é tudo dinheiro, renda passiva

Speaker:

que tá correndo e correndo pra essas grandes empresas.

Speaker:

Essas pessoas vão ficar ricas, vão ter uma riqueza maior porque eles têm essa renda constante, essa renda passiva, é isso que a gente tem que buscar.

Speaker:

Cara, a gente fechar. O teu nome aparece nos créditos de cada episódio? Como funciona isso?

Speaker:

No YouTube você fala?

Speaker:

Não, não, não. Na animação mesmo, no desenho. Tipo, tu como animador, tu trabalhando nos episódios.

Speaker:

O nome de vocês aparece sempre ou fica o nome do time?

Speaker:

Depende do projeto. O primeiro projeto que eu trabalhei pra Netflix, o meu nome tá lá.

Speaker:

Alice no País das Maravilhas, que foi o segundo projeto que eu trabalhei.

Speaker:

Eu trabalhei… desculpa. O meu nome não apareceu, só apareceu o nome dos animadores leads, diretores e supervisores.

Speaker:

Mas não apareceu o time de animador.

Speaker:

Monstros no Trabalho, na segunda temporada, que eu trabalhei só na segunda temporada que vai sair,

Speaker:

o meu nome vai estar lá, com certeza.

Speaker:

Não é em todos os episódios, né, vai ser só… Igual eu falei, eu trabalhei em três episódios.

Speaker:

Então vai nos que eu trabalhei meu nome vai aparecer lá.

Speaker:

A Marina por exemplo é legal legal demais ver o nosso nome.

Speaker:

A Marina trabalhou no Bullet Train no trem bala filme do Brad Pitt.

Speaker:

O nome dela está lá ela trabalhou também no Shazam 2.

Speaker:

O nome dela está lá também é bem legal ver o nosso nome aparecer nos créditos.

Speaker:

É uma loucura, cara, tipo, eu pensar… Sempre que eu penso nisso, eu me transformo na criança que eu era lá, com uns 12, 13 anos.

Speaker:

Quando eu tava assistindo um filme da Pixar, eu dava uma olhada nos créditos, assim.

Speaker:

Hoje em dia, pensar, tipo, se eu entrar no Disney Plus, e eu ir lá na janela Pixar,

Speaker:

Entrar no episódio e ver que meu nome tá lá dentro de alguma coisa da Pixar, é tipo….

Speaker:

É surreal, assim. É uma recompensa. Muita gente não vê os créditos dos projetos, mas é bem gratificante participar desses projetos que a gente tem tanta paixão.

Speaker:

Imagina, se você tivesse participado de uma animação, um shot, como você falou,

Speaker:

se tivesse participado de uma já, porra, tu tá lá, né?

Speaker:

Essa, o nome já tá lá. Tem milhões de pessoas assistindo.

Speaker:

Tu participou do episódio inteiro, melhor ainda, participou de uma temporada, claro que isso é gigante, né?

Speaker:

O Matheus lá naqueles três anos no Brasil tentando arrumar trabalho não conseguia só tava no motion graphics né se eu não me engano

Speaker:

motion graphics é tipo motion graphics,

Speaker:

tipo é muito louco né tu poderia ali ter desistido poderia ter ido pra outra carreira

Speaker:

poderia ter feito qualquer outra coisa,

Speaker:

virado em freelance fazendo freelance pra sempre então cara eu acho que é assim

Speaker:

é gigante e a gente tende a esquecer né esquecer, né, as coisas vão caindo na rotina, a gente tem que esquecer o caminho que a gente,

Speaker:

percorreu pra chegar até ali, né.

Speaker:

Não pode desistir, você sempre tem que lembrar de quem você era antes, porque lembrar da

Speaker:

aquela pessoa que você foi, que teve aquela, tipo, eu quero ser essa pessoa aí, tipo,

Speaker:

você chegar num ponto e lembrar de quem você era quando você teve essa faísca faz um….

Speaker:

É uma alegria bem bacana, uma gratificação, assim.

Speaker:

Você acaba lembrando de todo mundo que te apoiou e tal. Tipo, não é uma sensação só própria, é bem…

Speaker:

É quase que como se você estivesse pensando no time

Speaker:

de pessoas que participaram da sua vida, nessa sua jornada toda.

Speaker:

Todo mundo que teve do seu lado, tá? É muito bom, cara.

Speaker:

Então, não desistir e ter pessoas te apoiando do seu lado é sempre muito bacana.

Speaker:

Cara, para a gente caminhar para o fechamento, quero deixar aberto para ti, deixar qualquer palavra final, né?

Speaker:

Tipo, tu já deixou algumas coisas aqui de lição, incentivo para a galera, mas se tu quiser acrescentar alguma coisa

Speaker:

e depois, por favor, repete teus links aí, onde a galera te encontra, tu falou do teu curso também, então por favor,

Speaker:

fala um pouco mais sobre ele, YouTube, Instagram, qualquer outro link que tu quiser deixar.

Speaker:

Sim, é igual eu falei, desde que eu cheguei aqui...

Speaker:

Que ficou concretizado o objetivo de vir aqui pro Canadá e trabalhar como animador.

Speaker:

E a partir do momento que eu me tornei realmente animador, que eu podia falar, hoje eu sou um animador 3D profissional,

Speaker:

esse sonho foi alcançado, foi concretizado.

Speaker:

Apesar de ter muito espaço pra crescimento na minha carreira,

Speaker:

eu fiquei muito feliz com ter alcançado isso.

Speaker:

E aí, conforme eu fui, conforme eu estou crescendo na carreira,

Speaker:

eu fui pensando, eu acho que tem mais do que só ser animador 3D que eu posso alcançar, e que eu gostaria de alcançar.

Speaker:

Hoje em dia, eu falo isso nas minhas lives, com bastante frequência, no canal do YouTube,

Speaker:

que um grande objetivo meu hoje.

Speaker:

Principalmente porque eu gostaria de não ter precisado de sair do Brasil, sabe?

Speaker:

Eu gostaria que o Brasil fosse um país bom o bastante pra eu não precisar estar aqui, né?

Speaker:

Pra eu poder continuar perto da minha família.

Speaker:

E aí, pensando nisso, um pouquinho do que eu posso fazer, que eu acredito que eu posso fazer,

Speaker:

que é com o YouTube, com o meu curso, com todo o conteúdo extra que eu estou trazendo,

Speaker:

é trazer uma conscientização geral para a indústria brasileira,

Speaker:

para que todo mundo entenda o valor da função dos profissionais que são envolvidos na área da animação, não só o animador,

Speaker:

mas entender também, muita gente pergunta, animador modela também? Animador precisa saber desenhar e tal?

Speaker:

Então, conscientizar as pessoas que, para fazer um projeto, existe um profissional para cada parte do projeto

Speaker:

E cada um deles tem um grande valor.

Speaker:

Um grande objetivo meu é, talvez, algum dia impactar de forma tão profunda o Brasil,

Speaker:

a conscientização do valor dos profissionais,

Speaker:

que a indústria brasileira fique eventualmente melhor.

Speaker:

Então, só queria falar isso porque esse é o meu objetivo com o meu canal do YouTube,

Speaker:

trazer conhecimento sobre animação, trazer a conscientização dos projetos,

Speaker:

de como funcionam os projetos.

Speaker:

E o meu curso também, que você falou, o meu curso é praticamente todas as pedras que tiveram no meu caminho,

Speaker:

eu removi elas e fiz um caminho reto para quem quer se tornar animador 3D conseguir chegar nesse objetivo que eu cheguei de forma muito mais fácil.

Speaker:

Eu levei anos, muito mais tempo do que deveria ser necessário e o meu curso tá mostrando esse caminho que eu vi,

Speaker:

tipo, tirando todas as dificuldades.

Speaker:

Então, esse é o objetivo do meu canal, meu objetivo aí de vida no momento é trazer essa conscientização,

Speaker:

melhorar, impactar na indústria brasileira de animação.

Speaker:

E o meu canal no YouTube e o meu curso estão aí pra isso, pra todo mundo que quer aprender um pouco mais comigo também.

Speaker:

Obviamente, se inscrevendo no meu canal, participando dos meus cursos,

Speaker:

Além de estar expandindo a conscientização, vocês estão apoiando o meu trabalho também e eu fico muito feliz com isso, né?

Speaker:

Mas é isso aí.

Speaker:

Todos os links na descrição, quem estiver ouvindo não esquece também, vai lá, segue o Matheus, procura aqui os links

Speaker:

e também se estiver ouvindo o podcast pela primeira vez, aproveita e já segue lá no YouTube, Apple, Deezer, Spotify,

Speaker:

qualquer outra plataforma da sua preferência.

Speaker:

Matheus, muito obrigado pelo papo, muito legal, muito legal o papo até antes mesmo de começar a gravação,

Speaker:

Então ficou feliz, espero que tu consiga teu objetivo de impactar o Brasil,

Speaker:

porque todo mundo ganha, né.

Speaker:

Tu ganha realizando teu sonho.

Speaker:

Espero que ganhe financeiramente também, né. É muito legal quando tu consegue juntar impacto social com...

Speaker:

Reconhecimento, né. Isso, isso.

Speaker:

E reconhecimento também financeiro, porque é importante, né.

Speaker:

Até pra quem faz trabalho open source, ou pra quem faz curso, né.

Speaker:

Tipo, tu tem que ter algum reconhecimento, seja no mercado de trabalho de alguma forma, seja financeiro.

Speaker:

Eu acredito muito que tu tem que receber de alguma forma pelo que tu tá fazendo, porque não é fácil.

Speaker:

Eu sei, eu tô aqui criando podcast há mais de um ano e eu sei que não é fácil.

Speaker:

Dá uma desanimada às vezes, porque dá trabalho, tem mais coisa na vida pra fazer.

Speaker:

Então, imagino pra ti ainda, né, com criança, que não é fácil.

Speaker:

Então, torço bastante por ti, cara, e brigadão mesmo pelo papo.

Speaker:

Eu que agradeço, fico muito feliz pelo convite de ter participado, mas é isso, estou sempre

Speaker:

aberto aí, se precisar chamar em algum outro momento, vou ficar muito feliz de estar participando.

Speaker:

Bora, bora, então é isso aí, cara, até mais. mais. Um abração.

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