Episode 105
Desenvolvedor Flutter em Valência, Espanha, com Matias de Andrea #105
Nesse episódio o Matias, que é Desenvolvedor Flutter, vai nos contar como é morar e trabalhar em Valência. Esse é um episódio bem legal, pois vamos ouvir do Matias sobre como foi morar no Brasil como uruguaio, e agora morar e trabalhar na Espanha.
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Matias de Andrea
Uma pessoa que é de todos os lados e de nenhum ao mesmo tempo. Uruguaio que mora na Espanha e já esteve no Brasil, gosta de pets, jogar futebol, organizar e da tecnologia para a sociedade e não só como uma ferramenta.
Trabalha como desenvolvedor de apps com Flutter pra pagar as contar final do mês
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Palavras-chave:
- Morando na Espanha
- Morando em Valência
- Dev na Espanha
- Dev em Valência
Por Gabriel Rubens ❤️
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Transcript
Fala pessoal, bem-vindos ao TPA Podcast, aqui novamente o Gabriel Rubens, e hoje a gente
Speaker:vai para Valência, na Espanha, mas com uma história diferente da anterior que a gente
Speaker:teve, que é, a gente vai falar com o Matias de Andréa, que é do Uruguai, morou no Brasil
Speaker:e agora está em Valência, então vai ser bem interessante a gente conseguir comparar
Speaker:essas diferentes culturas que ele passou e também entender como que está sendo agora,
Speaker:depois de já quatro anos morando e trabalhando em Valência.
Speaker:Não é isso, Matias?
Speaker:É isso aí, Gabriel. Vamos lá conversar um pouquinho e ver o que dá tudo isso aqui.
Speaker:E cara, eu queria que você falasse dessa tua história aí.
Speaker:Você estudou no Uruguai, depois também estudou um pouco no Brasil e depois foi pra Valência.
Speaker:É, cara. Meus pais eram meio doidos, assim, com viagens até...
Speaker:Tipo, desde criança, assim, eles já saíram do Uruguai pra Espanha
Speaker:E eles moraram na Espanha 6 anos, de 2001 a 2007, então fiz uma parte aqui da primária, né, da escola, dos primeiros anos da escola na Espanha, daí depois voltaram para o Uruguai, ficamos 3 anos, daí não estava muito certo lá no Uruguai, e eles falaram, ah não, vamos para o Brasil, porque sim.
Speaker:Daí eles mudaram para Floripa lá, daí eu terminei o ensino médio lá.
Speaker:Mudei lá, tinha 15 anos, alguma coisa assim.
Speaker:E depois disso eu vi o Instituto Federal lá de Santa Catarina, bem legal assim.
Speaker:Vi um curso de eletrônica lá, gostei, falei, não, é isso mesmo.
Speaker:Aí eu fiz tal, muito... eu gosto muito dessa parte de tecnologia eletrônica.
Speaker:Daí eu fiz o curso, fiz os vários estágios ali e tal, e já a minha primeira e última experiência de trabalho formal foi no estágio,
Speaker:foi numa empresa lá que eu fiquei dois anos e quatro meses assim, lá no Brasil.
Speaker:E já depois vim para a Espanha, de novo, com a minha esposa, então, é meio doideira, assim, fiquei viajando, tanto meus pais viajavam muito, quanto eu, assim, já meio que peguei isso deles também, quis me mudar, mas agora a gente tá aqui faz 4 anos, com minha esposa, e a gente tá curtindo a cidade e tal, a gente ficar por aqui de momento, assim. Por enquanto, sim.
Speaker:Mas deixa eu perguntar uma coisa, cara. Como que é mudar de país quando você tem 15 anos?
Speaker:Como que foi ir para o Brasil? Você falava português já?
Speaker:Cara, eu nem sabia que era o português direito, tá ligado? Tipo, obviamente eu sabia que no Brasil você falava português e tal, né?
Speaker:Tem gente que não tá ligada, né? Principalmente aqui, mas a gente não sabia nada.
Speaker:Assim meu pai foi lá porque o Brasil naquela época estava bem economicamente, estava bem legal assim de oportunidade para Uruguai não tanto, até por ser um país pequeno né.
Speaker:Então eles falaram não a gente vai, meu pai foi para a Fernópolis, viu como estava as coisas e tal, pegou um trampo e a gente foi para lá,
Speaker:Daí, pra mim foi um drama, porque aquela coisa da adolescência e tal, tinha todas as amizades do Uruguai que eu tinha feito, enfim.
Speaker:No começo foi bastante drama e também no bairro que a gente morou, o pessoal não era tão receptivo.
Speaker:Ali e no Furi, o bairro que a gente mora. É com estrangeiros, você disse?
Speaker:É, com estrangeiros assim, em geral, e eu estudava à noite, assim, que era uma coisa nova também pra mim,
Speaker:Comecei o segundo ano lá no ensino médio.
Speaker:Mas depois, tipo, a gente ficou uns, sei lá, três, quatro meses nesse bairro, e depois a gente mudou pra outro, mais pra parte continental de Florianópolis.
Speaker:E daí foi outra experiência, assim, eu já conheci um monte de gente e tal, e fui aprendendo português aí na raça mesmo, pouco a pouco.
Speaker:E hoje em dia até é engraçado porque aqui em casa a gente fala português, porque minha esposa é brasileira.
Speaker:E a gente fala português e tal e eu já me acostumei assim, faz parte da... de mim, digamos.
Speaker:Sim. Bom, acho que primeiro, cara, eu fico até triste por saber do primeiro bairro que tu morou, né?
Speaker:Que bom que o segundo foi mais tranquilo, né? Porque, pô, tu tá fora do país ainda como adolescente, deve ser...
Speaker:Que é, né? O momento mais... sei lá, eu acho adolescência, comparando comigo, o momento mais delicado socialmente, né?
Speaker:Você quer ser, tá incluso. Sim, totalmente.
Speaker:É, você não sabe bem, tipo, você tá descobrindo quem você é,
Speaker:mas quem sabe como tá, né?
Speaker:Tá meio que virado adulto, mas não tá lá ainda, e não é criança também, então...
Speaker:Também tem adolescente, né? Que tem os hormônios lá pelas nuvens, né?
Speaker:Daí, doideira também. É, faz muita mudança.
Speaker:Mas, legal, então aí, tu mudou de bairro, né? Aí tá na escola nova já?
Speaker:Não, foi a mesma escola.
Speaker:Tipo, a escola não era de boa?
Speaker:Não, era outra escola já, era totalmente diferente assim. Sim, sim, troquei de escola.
Speaker:Até no mesmo Brasil já... Já também troquei de escola.
Speaker:Eu fiz as contas uma vez de quantas escolas eu estudei.
Speaker:Desde a parte fundamental, ensino fundamental, até o ensino médio.
Speaker:E era, sei lá, umas 12, 15, uma coisa assim.
Speaker:É, porque os meus pais gostavam de mudar mesmo. E daí quando eu mudei pra essa outra escola, assim, conheci gente nova e tal, até um pessoal um pouco mais velho,
Speaker:assim, sei lá, dois, três anos mais velho. E daí foi totalmente receptivo. Depois na faculdade também,
Speaker:conheci muita gente, assim, um brother até que se formou comigo e agora tá trabalhando e morando na Alemanha.
Speaker:A gente já tem uma amizade assim de 10 anos já e nossa foi depois tipo o meu amor assim
Speaker:pelo Brasil, pelas pessoas do Brasil, foi só aumentando assim.
Speaker:Legal. Então, e aí lá tu fez faculdade, né? E aí, cara, até pra ficar fácil de comparar,
Speaker:eu queria saber como foi a experiência de trabalho no Brasil, né?
Speaker:Acho que todos os episódios, ao contrário, eu pergunto pra galera qual que é a experiência de trabalho, né?
Speaker:Em algum outro lugar do mundo, mas, finalmente, eu queria saber como que é no Brasil.
Speaker:Tipo, o que é que tu sentiu trabalhando lá?
Speaker:Assim, eu acho que já foi fácil porque tu fez toda a escola,
Speaker:fez parte da escola e a faculdade, né? Então não foi nenhum choque cultural.
Speaker:Exato, exato. O pessoal, assim, em geral, quando eu falava, né, que era do UUAI e tal, nas entrevistas ou nas empresas que eu trabalhei,
Speaker:assim, o pessoal era muito receptivo, assim, realmente, ou seja, não tinha nenhuma, digamos, discrepância, assim, diferença por eu falar isso, sabe?
Speaker:Porque eles perceberam, assim, e o meu sotaque também, que já tinha mais carregado, hoje em dia tá mais ou menos, assim.
Speaker:Mas foi sempre de boa e nos estágios que eu fiz, foi bem tranquilo, eu fui sempre na área,
Speaker:eu só tive a sorte de sempre trabalhar na minha área, pelo menos no Brasil.
Speaker:Aqui já depois comentarei um pouco mais, mas foram experiências bem legais, acho que eu fiz
Speaker:uns quatro estágios, teve um que durou um pouco mais e o último que teve, a empresa era,
Speaker:uma empresa de fazer um produto de eletrônica e tal, toda a própria empresa, enfim, e fiquei
Speaker:dois anos, quatro meses, uma coisa assim, e daí até fiz amizade com o pessoal de lá, até hoje,
Speaker:a gente conversa e tudo, e foi bem legal, eu gostei, a experiência sempre tem suas coisas,
Speaker:Mas acho que é mais de empresa assim do que eu vejo mais culturalmente, acho que a questão cultural do Brasil permea todas as áreas, até mesmo no trabalho de questão de o pessoal ser mais aberto, de sempre querer ajudar, sempre dar um jeito também para resolver as coisas, isso que eu acho muito massa do brasileiro, sempre tem um jeito e consegue resolver as coisas.
Speaker:Sim, e o que que tu sentia a diferença, porque tu já tinha teu convívio no Uruguai, né,
Speaker:mas o que que tu sentia a diferença chegando no Brasil?
Speaker:Teve alguma coisa pra tu que se destacava de como que as pessoas agiam ou da cultura?
Speaker:Agora mesmo eu não gosto de saber dizer assim, mas acho que...
Speaker:Sei lá, todo mundo é muito aberto, até no Uruguai, talvez no Brasil seja um pouco mais aberto ainda, pelo menos a Dimitri Borei e tal, mas acho que o pessoal era mais, sei lá, talvez no Uruguai o pessoal é mais de casa assim, talvez, sabe, de não sair de tanto, sei lá, não, sei lá, fazer umas festas assim, mas mais tranquilo, mas no Brasil o pessoal sabe fazer uma festa, sabe, Tem essa coisa de...
Speaker:Ah, o pessoal fala, ai, nosso Brasil, o povo animado e tal. Às vezes é meio ruim generalizar assim, mas é o pessoal que...
Speaker:Realmente que eu vejo se o Brasil tem uma atitude positiva, sabe?
Speaker:É diferente das coisas até quando tem os diversos problemas que tem o Brasil e tal.
Speaker:Eu acho que o pessoal afronta de uma maneira mais positiva nesse sentido e tentar sempre...
Speaker:É como eu falei antes, arrumar as coisas e tentar fazer do melhor jeito as coisas virarem, sabe?
Speaker:Sim, isso é uma das coisas que eu acho mais legal, assim, da gente.
Speaker:O que eu acho que às vezes atrapalha é que às vezes eu fico medo da gente ser muito passiva, sabe?
Speaker:Coisa errada, eu percebo que...
Speaker:Pelo menos na Europa, não sei, na Espanha pelo menos o pessoal fala que não.
Speaker:Conheci uma espanhola que mora na Suíça que ela já reclamava da Espanha,
Speaker:mesma coisa que eu acho no Brasil às vezes, que é as pessoas elas toleram mais as coisas erradas, sabe?
Speaker:Tipo, e ela falava que na Suíça e na Alemanha que ela morou, se tipo, sei lá, o trem atrasou, a calçada não tá feita,
Speaker:as pessoas são chatas, vão reclamar, vão na prefeitura e é uma forma que na Espanha, tem menos esse tumenos no Brasil.
Speaker:Como se fossem mais estritas, né, em certos aspectos, sim.
Speaker:É, eu acho que vai um pouco isso, reflete um pouco da característica do pessoal de diferentes países e tal, né. Pessoa mais fechada,
Speaker:mas que gosta das coisas mais certinhas em diferentes aspectos.
Speaker:Mas, né, tem seus prós e seus contras, no fim. Tá, mas interessante. Eu tô te perguntando isso porque todos os grupos de
Speaker:latino-americanos eu não sinto muita diferença entre a gente sabe quando a gente conversa assim então por isso que eu queria saber qual era o teu ponto de vista quanto a isso
Speaker:tu sentiu essa diferença porque eu nunca fui em nenhum lugar na América Latina não sei no Brasil que eu nasci sabe para conseguir sentir
Speaker:e mesmo se eu for não é a mesma coisa turista né e morar acho que tu tem uma percepção
Speaker:é uma boa diferença realmente o que o que eu senti falta assim às vezes do Brasil assim essa coisa de.
Speaker:De brasileiro se sentir mais latino-americano, sabe? Às vezes. Às vezes pega muita referência, muita coisa, assim, dos Estados Unidos mesmo, assim.
Speaker:E não tanto, tipo, de países vizinhos, às vezes, do espanhol, que...
Speaker:Um movimento que eu vi legal, assim, é a questão de musical, por exemplo.
Speaker:Desde faz alguns anos atrás, assim, sei lá, 5, 10 anos, que teve essa coisa de mais intercâmbio cultural, assim, de música, principalmente.
Speaker:É um filme de rock, com as bandas latino-americanas, assim. Exato, até a parte do pop ali, por exemplo, Anitta, por ter um nome bastante conhecido e tal,
Speaker:que fez as músicas em espanhol, o pessoal fazendo também músicas em português,
Speaker:o pessoal que fazia música em espanhol.
Speaker:Então, acho legal esse intercâmbio, acho que favorece muito as duas línguas, as várias culturas que tem na América Latina.
Speaker:É interessante tu falar isso, porque uma portuguesa me falou a mesma coisa, porque ela trabalha com vários brasileiros,
Speaker:e ela falou que sentiu que nossas referências são muito mais dos Estados Unidos do que da América Latina.
Speaker:Não sei, quando a gente explicava alguma coisa, ou como a gente chamava, o porquê de algumas coisas...
Speaker:Sim. Assim, eu não consegui concretizar o que ela queria dizer, os exemplos, porque ela falou
Speaker:foi sobre traduções de algumas coisas que a gente falava em inglês, mas acho que conecta
Speaker:um pouco com o que você falou, porque realmente eu conheço muito pouco da América Latina
Speaker:em geral, parece que no Brasil a gente tá meio que isolado, né, do que os outros países.
Speaker:Assim. Mas interessante.
Speaker:Não entendo muito o porquê, talvez por causa da língua, eu acho.
Speaker:Eu acho que tem a barreira linguística e tem também a questão da história, né?
Speaker:De como foi formado também o Brasil, os países da Latinoamérica,
Speaker:depois como os Estados Unidos interromperam a Latinoamérica com essas ditaduras e tal,
Speaker:que acho que isso separou bastante assim como era formado.
Speaker:Faz sentido, faz sentido. Agora, vamos passar para a tua ideia de morar em Valência.
Speaker:Não estava satisfeito no Brasil, porque falou, pô, tem que mudar, né?
Speaker:Meus pais estão muito tempo aqui já, tá na hora de mudar pra continuar a ideia, né, a história da família.
Speaker:Então, cara, por que Valência? É porque tu já tinha morado aí ou algo mais de emoção?
Speaker:Então, a gente já tinha morado aqui, né, quando eu era criança.
Speaker:Meus pais tinham morado aqui, ou não?
Speaker:Obviamente, tive que seguir ele, e daí a gente morou aqui em Valência, acho que três anos, uma coisa assim, quando eu era criança, então tipo, conhecia um pouco lá.
Speaker:Ainda que eu era criança, eu tenho lembranças da cultura de como era.
Speaker:E a minha esposa, a Ana, ela também tinha vontade de ir para o exterior, para algum país da Europa e tal.
Speaker:Para Portugal, Espanha, enfim.
Speaker:Para tentar a vida lá fora. Era uma ilusão dela também, pessoal, que ela já tinha antes de me conhecer até.
Speaker:E daí a gente viu essa oportunidade, que meus pais estavam aqui, poderiam dar uma ajuda para a gente e tal.
Speaker:E falavam, não, vamos fazer, né?
Speaker:Porque quando a gente se conheceu, na real, foi em 2016, final, meus pais tinham vindo pra cá, né?
Speaker:Em 2016, meus pais vêm se ficarem aqui e tal, comigo ou nós não.
Speaker:E daí, a gente... eu tinha que terminar a faculdade, e depois de terminar a faculdade,
Speaker:daí aqui eu viesse também, né? Só que daí, no meio do caminho, eu conheci a Ana, né?
Speaker:E daí o amor foi... movi tudo, né?
Speaker:Então, eu falei, olha, minha ideia é ir embora do Brasil, assim.
Speaker:Daí ela ficou meio assim, né? Tipo, a gente tá se conhecendo, mas você vai embora e tal.
Speaker:Então a gente foi, deixando rolar, enfim, a gente morou junto bem cedo, assim, no namoro e tal.
Speaker:A gente, tipo, se dava muito bem, assim, se entendeu muito bem que a gente...
Speaker:Era mais que um pro outro, uma coisa assim, né?
Speaker:E a gente falou, não, então vamos fazer isso acontecer, a gente vai.
Speaker:Os dois, a gente decidiu isso, né?
Speaker:Tanto pelo seu lado quanto como um casal.
Speaker:E a gente se mudou, decidiu se mudar pra cá. Aí ela terminou a faculdade dela de história.
Speaker:E ela falou, não, vou tentar fazer um mestrado lá na Espanha, né?
Speaker:Fui com essa ideia de fazer um mestrado, ficar na área.
Speaker:E eu falei, não, eu vou continuar com a parte de Tecnologia.
Speaker:Eu já tinha migrado quase totalmente para a parte de Mobile,
Speaker:que é a minha experiência ali na eletrônica.
Speaker:E aí eu falei, não, chegando lá, procurando algum trabalho para o Mobile.
Speaker:E é isso, né? A gente decidiu assim, né, meio que um pouco por conveniência também que meus pais
Speaker:estavam aqui em Valência, um pouco porque eu conheci a cidade, eu gostava e também essa vontade
Speaker:de ir pra algum lugar que não seja... que seja um pouco conhecido culturalmente, digamos, né?
Speaker:Como pode ser Portugal, Espanha e enfim, a gente decidiu assim Valência e no fim a gente ama
Speaker:assim a gente tá faz quatro anos aqui a gente não se vê em outro lugar aqui longe de valência,
Speaker:assim e como que foi essa era tu tu tinha comentado trabalhou em várias coisas então,
Speaker:como se dá para ir tu conseguiu o emprego do Brasil a tua esposa conseguiu o mestrado aí
Speaker:com o que vocês foram. Foi meio rolo assim mas a ideia era eu primeiro porque tem toda a parte
Speaker:de burocracia né essa coisa chata aí de burocracia e tal documentação. Então a nossa primeira ideia
Speaker:era fazer eu fazer por parte dos meus pais e a minha esposa tem a cidadania italiana. Então
Speaker:para ela facilitava muito por esse lado. Mas no fim eu não consegui fazer por causa dos meus pais
Speaker:Fiz o arraigo familiar que chamam aqui.
Speaker:Que é como eu sou, né, é marido de Diana, e ela tem a cidadania, eu tenho direito também a essa documentação.
Speaker:E a gente fez tudo... Tipo reagrupamento, né, aqui em Portugal, por exemplo, eles chamam de reagrupamento.
Speaker:Exato, exato. Uma pessoa tem o visto, mas se vocês são casados, ou filho, ou talvez dependente, eu não lembro.
Speaker:Sim, tem todos esses casos, né.
Speaker:E daí com isso, facilitou, entre aspas, assim, tipo, ela fez a documentação dela e tal,
Speaker:viu pra fazer o mestrado, e eu comecei, depois que ela fez um dela, eu comecei a fazer a minha.
Speaker:Mas no começo, assim, foi bem complicado, a gente pegou um advogado ruim, começando por aí,
Speaker:E eles denegaram... eles me deram um número, né, porque aqui... nossa, a burocracia é muito complicada, assim.
Speaker:Aí eles me deram um número, que é o número de documento, digamos, de RG.
Speaker:Mas eu não tinha o cartão físico de RG.
Speaker:E aí isso me limitava um pouco, tipo, eu não podia sair do país, porque eu não sabia se ia me deixar entrar de volta e tal.
Speaker:Mas com esse número eu conseguia fazer tudo, assim. Tipo, eu já conseguia trabalhar, eu conseguia fazer as paradas.
Speaker:Só que foi uma demora, assim, a gente ficou mais tempo do que a gente gostaria na casa dos meus pais e tal.
Speaker:E depois a gente conseguiu e tal, eu consegui um trampo, enfim, ela tava fazendo mestrado, a gente se mudou.
Speaker:E daí até eu conseguir o cartão físico mesmo, o documento físico, demorou uns dois anos.
Speaker:Porque eles rejeitaram duas vezes com advogado, e na terceira eu mesmo fiz, assim, eu mesmo fiz
Speaker:eletronicamente, que eu já tinha certificado e tudo, falei, ó, por favor, eu quero ter filhos aqui na Espanha,
Speaker:eu quero pagar imposto, sabe, meio que suplicando, rogando pra eles, falando, ó, me deixa o documento aí,
Speaker:tipo, eu tô vivendo, sabe, não tem porquê não me dar.
Speaker:Só eu quero ficar oficial, né?
Speaker:Exato, exato. e pagar o imposto, já tá lá mesmo então.
Speaker:Exatamente, é isso.
Speaker:E foi um pouco assim, o sistema aqui realmente na Espanha, a nível nacional,
Speaker:eles têm algumas facilidades, né, o pessoal que vem de Latino-América e tal.
Speaker:Mas o sistema esse é o sistema fechado, né, querendo ou não.
Speaker:Eu acho que na Europa inteira mesmo, Deve acontecer isso de um sistema de não querer dificultar pro pessoal que vem de fora, né?
Speaker:De fora, principalmente nesses países que eles não têm tanto atrativo, né?
Speaker:Digamos assim, ou que eles não acham tão atrativo. De Latinoamérica, de diferentes países da África e tal.
Speaker:Então tem todo esse sistema criado para dificultar a vida da gente.
Speaker:Music.
Speaker:Você não conseguiu fazer nesses dois anos aí porque tu não conseguiria ter um contrato aí
Speaker:tu continuou trabalhando para o Brasil, para fora, qual que foi teu esquema?
Speaker:Então, eu consegui ter o contrato, aí é que tá, tipo, eu conseguia ter o contrato de trabalho,
Speaker:mas é tipo, é, eu pagava o imposto, fazia tudo, assim, eu fiquei, no começo eu fiquei
Speaker:vários meses sem trabalhar e tal, e daí foi que eu fiquei estudando mais a parte mobile,
Speaker:aí que descobri Flutter, que é a tecnologia que eu trabalho hoje em dia, e daí eu fiz
Speaker:uma entrevista, acho que foi em junho de 2019, sei lá, fiz uma entrevista lá, uma
Speaker:empresa de 10 pessoas, era totalmente presencial, e daí eu passei e fiquei lá um ano, mas,
Speaker:nesse um ano teve a pandemia, a famosa pandemia, parece que não aconteceu hoje em dia.
Speaker:E daí eles falaram, ah, não vai dar pra te manter assim, então quando finalizou o contrato de um ano e daí fechou.
Speaker:Mas esse foi, digamos, o início da parte laboral.
Speaker:Antes disso eu trabalhei, sei lá, acho que foi um mês assim, eu trabalhei de garçom e tal.
Speaker:Não muito mais assim. Eu queria tentar mais nessa área, porque eu sabia que tem um cenário mais estável, melhor assim, até para conseguir a Lua e outro, mas foi por aí o começo.
Speaker:E é o que você tinha estudado também, né?
Speaker:Exato. A ideia é continuar na área.
Speaker:Exato. O que que tu achou do mercado aí, a demora de conseguir esse trabalho foi por conta da documentação ou o mercado, a linguagem que tu sabia na época?
Speaker:É, eu acho... Não sei, na época, assim, eu era mais... Tinha pouca experiência, né? Tinha pouca experiência.
Speaker:Eu era uns seis meses, assim, na parte mobile.
Speaker:E tinha estudado ali...
Speaker:Flutter.
Speaker:Então foi... Era meio complicado, assim. As pessoas não queriam. Eu também tava tentando na...
Speaker:É... Entrevista na parte da área eletrônica.
Speaker:Mas, assim, o pessoal... Eu não sei se era por causa da documentação, assim, que eles vinham lá.
Speaker:Só tem o papel, sabe, não tem o cartão, o documento físico, não sei se ficava um pouco pé atrás, assim,
Speaker:pelo desconhecimento mesmo da lei, porque na parte de praticar é a mesma coisa,
Speaker:que uma pessoa que tem o cartão físico e um documento.
Speaker:Então, em geral, essas empresas dependiam um pouco do que você achava, né?
Speaker:Mas como eu tava trocando de área, nesse momento você meio que aceita muita coisa, né?
Speaker:É, no primeiro trabalho, sim.
Speaker:Sendo mais júnior, né?
Speaker:É, sendo júnior, fora que você quer entrar logo na área, né?
Speaker:Exato. Falar o prato se mudar.
Speaker:Exatamente.
Speaker:E foi um pouco por aí tudo o que aconteceu.
Speaker:Tá bom. E como que é trabalhar em Valência? O que tu tá se sentindo comparando com o que tu tinha no Brasil, né?
Speaker:Quais são as diferenças do teu ambiente de trabalho, pessoas, do chefe?
Speaker:Então, quando eu trabalhei nesse primeiro emprego, que foi um ano assim, foi meio ruim, assim.
Speaker:Porque era totalmente presidencial e era num...
Speaker:Eu não sei como é que chama.
Speaker:Tipo, é... em lugares, municípios que é só de empresas, tem tudo empresa, tem tudo a parte de polígono industrial que chama aqui.
Speaker:É, o polo industrial. É, tipo isso, é, exato.
Speaker:Tipo um polo industrial e tal, e daí você era meio que obrigado a ter carro.
Speaker:Porque o transporte público era longinho, era 3 horas por dia, 2 horas por dia.
Speaker:Gastava, se quer, era o mesmo que eu gastava no Brasil, então tava meio que acostumado.
Speaker:Então, foi isso a minha experiência, assim, com o pessoal, era, sei lá, não era tão próximo, assim,
Speaker:porque eu também não tinha muita referência atuais, digamos, da cultura daqui e tal.
Speaker:Então, às vezes, eu ficava meio boiando em questões de fora do trabalho, né, digamos assim,
Speaker:que não tinha tanta relação com o trabalho, mas em questão de trabalho e invalência eu só tive essa
Speaker:mesmo presencial não foi tão boa como aconteceu então
Speaker:mas acho que eu fui dessa empresa sim, depois eu consegui uma vaga para uma empresa remota de Madri,
Speaker:que foi minha experiência anterior a esta, e na empresa atual também trabalho remoto para Madri.
Speaker:Então acaba que eu não tenho tanta referência de como funcionam as empresas aqui em Valencia, sabe?
Speaker:E da parte presencial também. Isso, mas na Espanha em geral, assim, o que tu sentiu diferente?
Speaker:Mesmo no remoto, assim, como que a galera trabalha. Sei que é diferente, né, que no Brasil é presencial.
Speaker:Isso muda muito, né, porque tu não tá o dia inteiro com a pessoa.
Speaker:Não é a mesma coisa, mas teve algo que tu notou da cultura que...
Speaker:Tu deixaria, assim, de alerta pra quem for trabalhar na Espanha ou com espanhóis?
Speaker:Não só espanhóis, né, porque eu aposto que tu tem mais estrangeiros também, né? Sim, sim, exato.
Speaker:É... Assim, coisas que eu gosto, digamos assim, que eu vou pontuar primeiro,
Speaker:assim, um pouco da parte de...
Speaker:Acho que na UROP inteira, né, que se tem muito em conta a vida fora do trabalho, sabe?
Speaker:Tipo, o trabalho não é a vida inteira. Que isso eu via muito no Brasil,
Speaker:às vezes, tipo, e principalmente nas grandes capitais, né?
Speaker:Que parece que o trabalho é quem te define, assim, às vezes.
Speaker:Mas aqui não, o pessoal vive muito a rua e tal, eu gosto de sair e aproveitar mesmo.
Speaker:E também relacionado com isso, a parte de luta digamos de direitos trabalhistas assim, luta sindicais aqui,
Speaker:Eu acho bastante forte, sabe?
Speaker:Não tanto na ANSI TI, mas em geral o pessoal tenta bastante lutar pelo direito de, sei lá
Speaker:de na sexta-feira sair mais cedo, de no verão ter aquele horário que chamam de intensivo,
Speaker:que você faz sete horas diretas de manhã e tal, que essas coisas eu vejo diferenças assim,
Speaker:digamos, com o Brasil e tal. E já na parte assim, mais de... que eu acho, sei lá, diferente,
Speaker:Às vezes, as soluções que o pessoal vê é meio que limitada, sabe?
Speaker:Por exemplo, a solução para um problema, às vezes, vem numa visão limitada, sabe?
Speaker:De que poderia ser. E no Brasil, assim, pessoal do Brasil, eu vejo muito que, como eu comentei antes, tem
Speaker:a questão de se virar e tentar ampliar um pouco o contexto de que pode ser uma solução ou um problema.
Speaker:Na área da LTI a gente basicamente só resolve o problema, como desenvolvedor, então isso
Speaker:às vezes complica o dia a dia, mas não é nada demais.
Speaker:O que é legal, hoje em dia as empresas que eu tenho trabalhado são bem diversas na questão
Speaker:de pessoas de vários lugares que estão morando na Espanha, até pessoas que estão de fora, para uma área remota.
Speaker:Então acaba que todo mundo acaba se complementando nesse sentido.
Speaker:Mas além disso, eu não vejo outras grandes diferenças, que não seja a nível europeu também, porque tem outros países.
Speaker:Interessante isso que tu tá falando, porque é uma coisa que as pessoas falam, até as brasileiras,
Speaker:eles falam com bastante frequência disso, das soluções criativas.
Speaker:Acaba tendo um pouco mais dos brasileiros, não sei se talvez dos latinos-americanos, eu diria,
Speaker:Mas que na Europa tem um pouco mais disso de, cara, o que a gente vai fazer é esse aqui, e é assim que a gente vai fazer, sabe?
Speaker:Então, eu não consigo eu mesmo ter um exemplo prático, porque não é uma coisa que eu senti, sabe? No trabalho, assim.
Speaker:Mas é uma coisa que eu ouço de muitas pessoas, né? Então, parece que é uma coisa que todo mundo, ou muitas pessoas, têm percebido.
Speaker:Interessante ouvir isso de ti. Eu não tinha ouvido ainda na Espanha, mas até porque teve pouquíssimos episódios sobre a Espanha,
Speaker:então é o que eu tenho um pouco menos de conhecimento da experiência da galera.
Speaker:Exato, exatamente. E agora na parte da vida aí em Valência. Eu queria começar perguntando, porque na tua resposta anterior tu falou sobre a...
Speaker:Você não tinha contexto cultural, né?
Speaker:Tu falou assim, ah, no trabalho era ok, mas fora do trabalho não tinha nenhum contexto cultural.
Speaker:E o que que tu queria dizer com isso? O que que acontecia que tu via,
Speaker:que o teu contexto cultural ainda era limitado.
Speaker:É, tem muita... Como o Paulo, eu vi o episódio com o Paulo, que é o Monequinho Valência,
Speaker:ele falou, tem a Espanha meio que dividida em regiões, assim, né?
Speaker:Então, às vezes você tem um contexto de Espanha em geral, assim, e tal,
Speaker:que é a cultura de, sei lá, de seriados, de filmes e tal, mas às vezes de Valência, esse é mais complicado, né?
Speaker:Então, eu sentia um pouco disso, que às vezes não tinha o contexto de, sei lá, coisas que estavam acontecendo na cidade, sabe, de projetos, sei lá, de festas e essas coisas.
Speaker:E também tem a questão do valenciano, né, que o idioma que eles têm aqui, co-oficial, que ele chama, né, junto com o espanhol, é oficial também.
Speaker:Então às vezes você ficava meio fora, então é a questão de, sei lá, por exemplo, memes, né,
Speaker:que às vezes você vê na internet, que o pessoal compartilhava, assim,
Speaker:pra fazer ideia, tipo, de quem era a pessoa do meme, por exemplo, sabe?
Speaker:Enfim, mas é um pouco disso, né, essa questão cultural.
Speaker:E tem uma coisa aqui, que eles... que é todo dezenove de março, que se chama Fajas.
Speaker:É uma festividade, basicamente, que ocorre todo ano, onde tem...
Speaker:Eu comparo muito com o que seria as escolas de samba, talvez no Brasil, nesse sistema de organização.
Speaker:Você tem uma escola em cada bairro, ou mais de uma em cada bairro.
Speaker:Eles, durante o ano, vão aqui, no caso, eles vão criando uma maquete grande para
Speaker:expor e tal, na frente de cada escola.
Speaker:Essa maquete, diferente do Brasil, não é, tipo, aquelas que vai na passarela e tal, Até a próxima!
Speaker:Eles criam essas culturas e tal, e essas culturas tem toda uma questão de crítica social,
Speaker:todas essas coisas,
Speaker:e a ideia disso, se não me engano, pelo que eu tinha ouvido da história disso,
Speaker:é meio que para celebrar a chegada da primavera e tal.
Speaker:Então, no fim, eles meio que escolhem uma que é, sei lá, pelo jurado, assim, que é a melhor e tal,
Speaker:mas eles ficam a campeã, digamos, mas o resto, eles queimam.
Speaker:Então, no dia 19 de março, eles queimam e daí tem toda essa festividade, né?
Speaker:E é bem legal, assim, a questão como eles fazem, porque eles ficam, sei lá,
Speaker:duas, três semanas, o ano inteiro eles ficam economizando e fazendo essas paradas,
Speaker:e daí essas duas, três semanas antes do 19 de março, eles ficam de festa, montam as tendas, umas tendas assim de grandes para todo mundo comer junto, assim, da escola, né, cada escola e tal.
Speaker:E fica nessa curtição, digamos assim, da festa. Então, a cidade muda, tem sua parte positiva e negativa, digamos assim.
Speaker:Mas num contexto cultural, por exemplo, se você tá inserido nesse contexto,
Speaker:Valência meio que vira outra coisa, sabe, pra você.
Speaker:E às vezes, tipo, a gente não... no fim, a gente não conhece, né,
Speaker:ninguém ali de alguma escola e tal.
Speaker:E então a gente acaba não se inserindo nesse contexto. Mas é bem legal.
Speaker:A única questão é disso que junto com essas faixas tem um negócio que ele chama de mascletá.
Speaker:Que é basicamente uma tradição assim que você pega como seria sabe aqueles não é
Speaker:fogo de artifício mas é aquele fogo de artifício que não faz que não faz luz e sabe que você
Speaker:joga no chão só explode só explode exato seria o rojão é rojão pode ser Eu não lembro o nome.
Speaker:É, tipo rojão, mas tem tipo diferentes tipos de rojão. E daí, toda... durante, acho, duas, três semanas, assim,
Speaker:todo meio dia, tem as... também as escolas, digamos assim,
Speaker:que fazem um show de pirotecnia, que eles chamam, né, que soltam um monte de rojão juntos ao mesmo tempo,
Speaker:pra dar um som diferente, digamos assim, Uma experiência sonora diferente.
Speaker:Só que tu imagina soltar isso um monte durante 10, 15 minutos lá no centro da prefeitura.
Speaker:É, tipo, é legal assim, ver uma vez assim, mas acontece todo ano, são três semanas seguidas, então às vezes você cansa, e não só isso, porque também as pessoas têm o costume de pegar uma caixinha e tal, ir na rua, tipo as crianças mesmo, assim, e soltar o rojão durante o dia inteiro.
Speaker:Então, você tá na rua, às vezes você pega o rojão no teu pé, assim, sabe?
Speaker:Então, é meio doido assim. E tem a questão também de tudo que isso gera, enfim, então é bem polêmico essa questão, né, porque tem a parte do turismo que atrai toda a questão da festividade.
Speaker:Das fajas da masculinidade mas também a masculinidade gera muito digamos consequências
Speaker:medialventais consequências de ser ruim para os pets né, para os cachorros, os gatos, enfim para todas essas coisas,
Speaker:mas é bem polêmico assim a cidade nessa época se divide em pessoal que curte que vai lá nas tendas e fica comendo nas escolas
Speaker:e pessoal que vai embora de Valência para ter umas férias assim sabe,
Speaker:Acho que para o pessoal visualizar, nas FAJAS, eu cheguei para Valência e fiz aquele free walking tour, sabe aquele tour guiado que a pessoa vai contando, mas eu não lembro muito bem, então foi legal tu relembrar disso, porque eu queria ter rido esse ano e eu nem lembrava disso, então preciso anotar aqui para o ano que vem, deve ser legal como turista né, não morando.
Speaker:É, exato. E pra o pessoal visualizar, né, vão criar esculturas representando alguma coisa e são
Speaker:gigantes. qual é o tamanho mas são sei lá coloca aí
Speaker:Não mesmo são 5 metros, mas são esculturas gigantes mesmo, né?
Speaker:Sim. Depois vão colocar fogo.
Speaker:E aí o guia falou que a cidade fica até meio laranja, né?
Speaker:Porque tem fogo em vários lugares no dia. Sim, sim. E depois, tipo, isso aí é final da noite que eles fazem, né?
Speaker:Essa queima. É, a noite fica laranja.
Speaker:Exato. Fica laranja no começo e depois fica tudo preso, né? Por causa da fumaça e tal.
Speaker:Fumaça, é. Então tem isso aí ainda e tal, mas é...
Speaker:Eu acho essa parte até legal, né? Toda parte dessas esculturas e tal, na frente da prefeitura que eles fazem a principal, digamos assim,
Speaker:é uma, sei lá, de 10, 15 metros, e são todas bem bonitas e tal, é um trabalho bem legal.
Speaker:Pra quem estiver ouvindo, eu vou colocar na newsletter algumas imagens de como que é lá, e aí vocês vão visualizar melhor.
Speaker:Essa eu acho que é uma coisa que o Guia tinha falado mesmo, que é meio polêmico, que toda vez, todo ano, tu tem a galera que reclama da poluição, do barulho e dos fogos, e tem o pessoal que reclama, quer dizer, que quer, né, que é uma tradição da cidade, que já tá lá há muito tempo e atrai muitos turistas nessa época, né?
Speaker:Exatamente. Mas o que mais tu daria aí de ponto positivo, Morae?
Speaker:Então ontem eu tava com uns amigos brasileiros também, e a gente tava comentando um pouco
Speaker:sobre isso, que acho que valência, na média geral, pra viver assim, é o que atrai mais,
Speaker:sabe?
Speaker:As coisinhas assim, talvez ruins, o que o pessoal não gosta tanto, tipo essa coisa.
Speaker:Das fajas, mas em questão geral, por exemplo, é você ter bastante verde na cidade, você poder viver à rua, sabe? Poder sair no parque, poder estar à noite, né?
Speaker:Tranquilo e tal, na rua.
Speaker:A questão da comida é muito bom, mas eu acho que isso é para a Espanha inteira,
Speaker:a questão culinária é de boa qualidade, diferente em cada lugar.
Speaker:Isso atrai muito. A questão do clima é demais, para quem curte sol e calor, essas coisas, é ótimo,
Speaker:porque aqui uma das coisas que a Valência se promociona como cidade,
Speaker:é que tem mais de 300 dias de sol ao ano.
Speaker:Então imagina né, ou seja, você tem um ano de inverno e tal, que chove um pouquinho e tal.
Speaker:Agora é abril, chove um pouco e tal, mas é isso, assim, você pode curtir a rua,
Speaker:porque vai estar sol, sabe, você pode sair tranquilo.
Speaker:E também assim para a questão acho que diário até até psicológico e tal para o pessoal que está
Speaker:trabalhando remoto também acho que ver o sol que muda a questão afeta muito o corpo.
Speaker:Sim psicológico também. Exatamente, então acho que são pontos assim, a questão das ciclovias, né, de poder andar de bike aqui, tem bastante ciclovia, não é igual a Amsterdam e tal, mas eles têm feito um trabalho bastante bom assim com essa parte,
Speaker:Eu uso bastante bike, questão do transporte público, assim, do metrô, ônibus, que
Speaker:agora tudo meio que integrado num cartão só
Speaker:Então, isso atrai muito, né? E o pessoal daqui, em geral, acho bem simpático, sabe?
Speaker:Bem aberto, em geral. Até mesmo em Valência, por ser uma cidade tão cosmopolita, assim,
Speaker:pessoas de todos os lugares, o pessoal é bem receptivo, tanto com turista quanto com o pessoal, digamos,
Speaker:que não é daqui, entre aspas, né? E que mora aqui e tal. O pessoal é bem tranquilo.
Speaker:Gostou bastante da cidade por todas as coisas. Tio, é uma dúvida, porque eu nunca fui pra Amsterdã e o que eu achei legal em Valência foi realmente a ciclovia.
Speaker:Foi a melhor cidade com ciclovia que eu já vi.
Speaker:Mas, não sei, você já foi pra Amsterdã? É muito diferente? Ainda não fui, mas eu sei que o pessoal...
Speaker:O pessoal também fala que é o melhor lugar pra andar de bike e eu fiquei pensando,
Speaker:é melhor que em Valência deve ser muito top, porque em Valência eu me senti muito seguro
Speaker:tinha escolovia em todo lugar, onde não tinha, tinha na calçada marcado né e as pessoas como pedestre respeitavam muito, os carros também
Speaker:eu sentia que eu tinha preferência sempre
Speaker:Sim, sim, é totalmente isso assim, eu uso a bike toda semana assim e os carros mesmo você tem muito cuidado e tal, tipo é muito raro ter um acidente, coisa assim
Speaker:pessoal de bike assim eu vejo bastante gente usando né tem aquele sistema de
Speaker:bike digamos da prefeitura e tal que se usa bastante se não o pessoal com as
Speaker:próprias bikes então é bem eu acho bem legal e talvez o que tem diferente é a
Speaker:estrada é que tipo ainda tem espaço para o carro mas como as bike tipo tá.
Speaker:Começando esse movimento pessoal usar cada vez mais ainda não tá lotado assim
Speaker:porque eu sei que as vezes tem engarrafamento de bairro que as paradas e aqui não é que você tem bastante opção
Speaker:até mesmo dentro do parque naquele parque gigante que atravessa a cidade.
Speaker:O Túria ali você pode andar tudo de bairro que como atravessa a cidade você pode.
Speaker:Comentar disso como ponto positivo.
Speaker:Estava esperando aqui tu falar de Valência do Rio Túria.
Speaker:Sim sim é engraçado. A gente fala de Rio mas quando a minha esposa veio aqui ela ficava ouvindo desse rio
Speaker:e tal, ai cadê o rio, cadê o rio?
Speaker:Daí ela chegou no rio e ué, cadê a água do rio? Teve isso que eles mudaram o curso do rio pra ele não gerar enchentes,
Speaker:poder causar enchentes quando transformar.
Speaker:Então agora estou nessa parte do rio que passa pelo centro da cidade, que antes era rio.
Speaker:Agora é todo um parque bem grande e gigante assim, com todo tipo de coisas.
Speaker:E vai até mais além de Valença, tem os municípios no começo de Valença, que é Mislat,
Speaker:a Quarta do Pobleto, que também pegam parte do Rio e agora estão querendo até unificar mais ainda,
Speaker:ou seja, fazer maior essa parte de parques para o pessoal curtir.
Speaker:E o Rio Túria é incrível, é uma coisa maravilhosa de você ter no dia a dia.
Speaker:Às vezes não é tipo uma escultura que você vê, nossa, uau, mas você ter no dia a dia é incrível.
Speaker:É impressionante, é impressionante. Eu andei de bicicleta e é infinita a parada.
Speaker:E quando eu estava lá, dentro de Valencia mesmo, eu estava ampliando uma parte lá dentro,
Speaker:por outro lado, por outra cidade também.
Speaker:Sim, se não me engano, até tem um projeto para a parte que vai para a praia, digamos, para o mar.
Speaker:Ali está tendo um projeto, mas não sei se começaram ainda.
Speaker:Mas também de ampliar um pouco mais ainda para essa parte que é a parte onde está a cidade das artes e das ciências e tal.
Speaker:Mas assim, é cada vez maior o rio ali, o parque, e é muito legal.
Speaker:É, não, isso é sensacional. E até, novamente, pra quem estiver ouvindo visualizar, né, basicamente, tinha um rio e aí precisaram secar, porque enchia, né, o rio enchia, enchia tudo em volta.
Speaker:O guia comentou que eles queriam, um dos projetos era ser um autostrada, sabe, porque aí cortaria a cidade inteira e aí entra, né, o poder da população, porque ele falou que teve um protesto geral na cidade, que a população não quis e queriam um parque no lugar, né.
Speaker:Exatamente. Impressionante. Fizeram as estradas por fora, então evita o barulho e a poluição.
Speaker:E pegaram o rio inteiro, fizeram um parque que é sensacional.
Speaker:Eu fiquei ali mesmo... Se alguém me falasse sobre aquilo, tipo, olhando fora não é a mesma coisa
Speaker:do que você estar andando de bicicleta, quilômetros e quilômetros, eu falaria, cara, não acaba, tem campo de futebol,
Speaker:tem tipo um lago, tem um lugar com ponte, né, então é...
Speaker:É mesmo surreal. É muito legal. Essa coisa da história, né, que foi as associações vecinais assim que lutaram contra isso porque quem queria fazer a estrada se não se não me engano era na época do Franco que foi o ditador que teve aqui na Espanha.
Speaker:Então eles lutaram contra isso conseguiram e é muito é muito massa ver ver como isso impactou nessa essa luta dos vizinhos da desvalência impactou não só naquela época quanto agora e vai continuar impactando.
Speaker:Então acho que é o futuro né, essa criação desse parque.
Speaker:É, é mesmo muito legal. Eu acho, cara, que das cidades que eu visitei...
Speaker:Como turista, eu sei que morar é diferente, eu sempre falo isso, mas eu acho que,
Speaker:talvez a cidade mais legal pra morar que eu já vi, assim, olhando como turista, fiquei lá uma semana, dez dias, não lembro direito, mas eu fiquei bem impressionado, assim.
Speaker:Acho que a mais bonita pra mim ainda continua como Sevilha, que eu acho que é a cidade mais impressionante,
Speaker:mas de qualidade de vida parecia, sei lá, eu sei que Barcelona eu acho fantástico, por exemplo,
Speaker:mas Sevilha parecia muito mais legal ter uma vida mais tranquilinha, de bicicleta, ir pra praia,
Speaker:tu tem um parque ali perto, sabe, tudo ser plano e tal, então, não sei, é uma coisa que eu acho que no futuro eu quero morar em Valência, sabe?
Speaker:É, tem ainda a questão da praia, né, que você pode chegar ali no verão e tal.
Speaker:No verão aqui bastante calor, mas por exemplo, comparando com Sevilha, Sevilha é infernal, assim, tipo, no verão.
Speaker:Já na primavera calor, no verão acho que chega a 40, 45, tranquilo, e não ter esse,
Speaker:vento do levante, do lar, acho que piora um pouco.
Speaker:Aqui também é calor realmente no verão, o pessoal...
Speaker:Sim, um dia das férias tava bem quente mesmo, quente pra mim, que normalmente não reclamo
Speaker:de calor. Realmente é aqui aqui realmente pega assim mas não é a mesma coisa e acho
Speaker:que Valência não no geral é valeu valeu muito a pena agora para a gente fechar porque.
Speaker:Music.
Speaker:Acho que a gente falou de coisas bem interessantes aqui principalmente da cidade e dá para falar
Speaker:muito mais né acho que valer a pena história bem legal fazer o walking tour lá foi fantástico
Speaker:eu acho que eu fiz dois eu fiz um um de arte também que foi a noite street art walk então,
Speaker:tem uma história fantástica a gente pode voltar para a história romana né também
Speaker:tem ruínas romanas sim um monte de coisa dentro então acho que dá para explorar em
Speaker:em outros episódios, mais coisa, porque é realmente uma cidade que eu gosto bastante.
Speaker:Mas antes de fechar, eu queria deixar um espaço pra ti, se quiser deixar alguma mensagem também,
Speaker:por favor, teus contatos, porque não é o primeiro podcast que você participa, né,
Speaker:tem mais coisa por aí e onde o pessoal pode achar isso
Speaker:Então, atualmente eu tô aí num processo de detox de redes e tal, então eu já não tenho Facebook, Instagram também deletei, eu tô saindo fora do Twitter, né, tá acabando o Twitter, faleci.
Speaker:Mas assim, o pessoal pode me achar no GitHub e no LinkedIn, meu nick é sempre de André Matias, assim, em todos os lugares, meu site com os links também.
Speaker:E eu tô por aí, atualmente trabalhando como desenvolvedor de Flutter.
Speaker:E sempre que eu posso, participo, acho muito legal participar das comunidades de espanhol e de português.
Speaker:Na parte de tecnologia, de mobile especificamente também.
Speaker:Então eu fiz já alguns vídeos, algumas participações em vídeo e tal.
Speaker:Alguns artigos, tinha um podcast também de Flutter, novidade de Flutter, que já não estou mantendo muito mais.
Speaker:E algumas outras participações em podcasts em espanhol e contribuições de código aberto.
Speaker:Eu estou sempre tentando interagir com a comunidade, porque eu acho muito bacia essa troca.
Speaker:Acho que aporta muito para a gente e também para as pessoas que possam ouvir.
Speaker:Então, qualquer pessoa que quiser trocar uma ideia de qualquer coisa, de Mobile, de Tech, de Valência,
Speaker:pode entrar em contato aí pelo LinkedIn, até pelo Telegram também, se quiser.
Speaker:Mesmo o Nick também.
Speaker:Então, fique à vontade. Vão ficar aqui os links para o teu LinkedIn e para o GitHub,
Speaker:e no GitHub tem os links para as tuas apresentações também, né? Então, tem uma...
Speaker:Exato. Tem todos os outros links, então, pessoal.
Speaker:Pode achar tudo lá. Matias, cara, muito obrigado mesmo, foi muito interessante pra mim,
Speaker:eu acho que eu comecei a aprender, e é uma coisa que eu já queria fazer há muito tempo,
Speaker:que é trazer alguém que também passou pelo Brasil, né, porque eu queria saber também como que é a percepção.
Speaker:Eu tô fora há um tempo, eu nunca voltei no Brasil, devo voltar esse ano, assim,
Speaker:então fico com essa, como que vai ser eu voltar, e também veio na minha cabeça,
Speaker:cara, como que é a percepção de outras pessoas lá, né?
Speaker:Eu já trabalhei com pessoas da Espanha quando eu estava lá no Brasil, de Portugal também,
Speaker:então eu já tinha perguntado, mas a curiosidade hoje é muito maior,
Speaker:porque eu estou na mesma situação de estar fora no Brasil.
Speaker:Então, muito obrigado por compartilhar, cara. É uma história de vida bem interessante, todas essas mudanças,
Speaker:parece coisa de filme, tipo, os países, os pais sempre viajando.
Speaker:Então, foi legal demais, cara.
Speaker:Ah, muito obrigado a você pelo espaço aqui e tal, eu fiquei muito feliz quando vi você lá no grupo da Slack,
Speaker:de saber uma pessoa que tinha aí um podcast falando sobre tecnologia, porque eu sempre gosto de conversar com as comunidades e tal,
Speaker:eu acho muito legal a ideia do podcast e tal, de todas as experiências que você já gravou e compartilhou com o mundo,
Speaker:Então é um prazer imenso e nada, qualquer coisa se vier pra Valência de novo, já sabem, eu vou por aqui.
Speaker:Claro, claro, certeza que eu vou, é a certeza sim. No final de setembro, não nesse ano provavelmente, porque eu vou pro Brasil, mas ano que vem ou na primavera ou outono.
Speaker:Cara, eu tô aí de novo. E vamos ver né, porque da outra vez que eu fui, eu e minha esposa, em certo dia, acho que no quarto dia, a gente parou e falou
Speaker:que será o aluguel aqui, pra tu ter ideia de como foi legal a viagem.
Speaker:A gente, por um momento, a gente gosta muito do porto, né?
Speaker:Então sair daqui também seria meio dolorido, porque eu gosto muito mesmo daqui, e ela também.
Speaker:Mas, vou te falar que Valência, acho que foi nas primeiras vezes que deu uma balançada legal, assim.
Speaker:A gente fala, caramba, tipo... É, se você vier a próxima vez, já vai estar pensando em dar uma entrada ali pro aluguel já.
Speaker:É isso, então.
Speaker:Cara, até a próxima então. Obrigadão mesmo, um abraço. Um grande abraço!