Engenheira de Software e Mãe em Lisboa, Portugal, com Carolina Cunha #102

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Fala pessoal, bem-vindos ao TPA Podcast. Aqui novamente o Gabriel Rubens, para falar de mais histórias de pessoas do Brasil que

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estão aí pelo mundo.

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E hoje estou aqui novamente com a Paula Santana para falar com a Carolina Cunha, que já está

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morando em Portugal há bastante tempo, quase o mesmo tempo que eu.

Speaker: 00:00:27

Olá, primeiro, bem-vinda novamente. Vai ser o quarto episódio, o segundo aqui como co-host. Tudo bem?

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Tudo bem, pessoal. Obrigada mais uma vez aqui.

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É isso, bem-vinda. E Carolina Cunha, como que você está? Como estão as coisas por aí, por Lisboa? Olá, tá frio.

Speaker: 00:00:49

Tá frio? Tá tudo bem. Tudo bem, muito obrigada pelo convite para falar sobre a experiência de morar por aqui,

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e ser mãe por aqui, que também estou aprendendo.

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Experiência e ser mãe, isso é importante porque não é fácil ter filho em lugar nenhum do mundo, né?

Speaker: 00:01:07

Pode estar no Brasil, já não é fácil. Imagina ainda ter essa experiência quando você está fora.

Speaker: 00:01:13

Então, antes de a gente começar a falar dessa experiência, eu queria que você falasse o que você faz, né?

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E quem que é você? Ok, quem que é você? Nossa né, esse momento é bom, eu sou Carolina né,

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sou mineira, de Juiz de Fora, Minas Gerais, comecei a trabalhar com TI lá mesmo,

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enquanto fazia faculdade, depois me mandei para o Rio, morei seis anos no Rio e aí em 2019,

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Eu vim pra cá, pra Portugal, eu vim através de uma consultoria.

Speaker: 00:01:51

E depois estamos aí, né? Trabalhando por aí.

Speaker: 00:01:56

Bom, eu vim... o meu processo foi muito assim...

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Eu não pensava muito em migrar. Na verdade, eu achava que não era pra mim, sabe?

Speaker: 00:02:06

Aquela coisa de você achar que é muito inatingível, assim.

Speaker: 00:02:10

Mas também nunca tinha procurado, só achava. E aí foram acontecendo no mundo algumas coisas em 2018, né?

Speaker: 00:02:17

Políticas, basicamente, a minha motivação foi basicamente essa E aí, falei, sabe, vou tentar sim

Speaker: 00:02:26

Aí comecei a fazer vários processos eletivos, etc E passei no Dica de Portugal

Speaker: 00:02:32

Aí conversei com meu marido, que era meu namorado na época,

Speaker: 00:02:36

Falei, o que você acha?

Speaker: 00:02:36

Ele falou assim, ah, então vamos E assim a gente veio Não teve grandes planos não, assim.

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Mas aí a gente começou a pesquisar lá sobre o país e tudo, a gente achou interessante, achou que ia ser uma experiência legal pra gente, tá?

Speaker: 00:02:50

E aí a gente resolveu vir.

Speaker: 00:02:53

É, foi assim que eu cheguei aqui.

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E assim já são esses quase quatro anos, ainda falta pouquinho, acho que quando o episódio for lançado já tem quatro anos aqui em Portugal.

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Então deixou, tu falou do teu marido também e aí acho que é legal para dar o contexto, como que foi a tua vinda para cá, né?

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Você que conseguiu emprego aqui, quando bateu essa vontade, foi ele, então como que foi essa organização e até mesmo a conversa, né?

Speaker: 00:03:23

Mudança gigante e tem que organizar com duas pessoas é mais difícil ainda.

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Sim, a gente só namorava na época, namorávamos juntos nem nada. O meu marido ele é formado

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em história e estava um pouco desiludido com a carreira dele, então estava buscando

Speaker: 00:03:42

migrar para a área de TI mesmo. Então ele estava investigando ainda coisas que ele poderia

Speaker: 00:03:47

fazer porque ele não é uma pessoa que ama programação sabe, ele sabe fazer alguma

Speaker: 00:03:52

coisa, mas não é assim muito perfil dele. Então ele tava ainda pesquisando coisas que ele podia

Speaker: 00:03:56

fazer e tem bastante área que ele poderia entrar com o background que ele tem, então ele tava ali,

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tentando, né, entender. Ele ia fazer isso no Brasil ou em outro lugar, ele tava nesse caminho mesmo

Speaker: 00:04:08

lá no Brasil. E nessa época eu comecei a ter contato com muitas pessoas que estavam vindo pra

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fora não só portugal vários países assim muitas pessoas mesmo muitos conhecidos meus aí eu comecei a me dão aquela famosa

Speaker: 00:04:23

poupa atrás da orelha né porque as pessoas estão querendo ir né

Speaker: 00:04:26

que está acontecendo assim aí eu fui vendo aí fui pesquisando mais sobre como era viver eu já conhecia a europa algumas cidades que eu vim passear já eu.

Speaker: 00:04:35

Vim em 2015 e em 2018 em 2015 eu fiz uma tour maior passei pela alemanha fui na

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na Holanda, fui na Inglaterra, em Londres e em 2018 eu fui só no Reino Unido, que eu

Speaker: 00:04:47

tinha muita vontade de conhecer vários locais lá e aí fui só por lá.

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Então eu conheci mais ou menos como era passear, não conheci como era viver e comecei a conversar

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com as pessoas que estavam vindo, o que elas estavam buscando, como era a questão salarial,

Speaker: 00:05:02

se era o custo de vida, como era viver e as questões de migração também, xenofobia,

Speaker: 00:05:08

Isso sempre me interessou pra saber porque...

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Assim, eu tava saindo de um lugar onde eu me sentia minimamente confortável, né?

Speaker: 00:05:16

Então eu precisava ter uma ideia. Eu gosto de ter um panorama geral.

Speaker: 00:05:19

Mesmo que a experiência seja individual, eu gosto de ter um panorama individual,

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mais geral, assim, de como é.

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A mesma coisa pra mim, sim. Então eu perguntava sempre as perguntas difíceis.

Speaker: 00:05:30

Eu fazia as perguntas fáceis, né? Que são as coisas boas. E pedia que as pessoas me dissessem o que era ruim nesses lugares.

Speaker: 00:05:35

O que pra elas era ruim, né?

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Porque aí eu podia julgar se pra mim seria ou não Aí comecei a perguntar,

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dos países que eu me interessei mais eram a Alemanha.

Speaker: 00:05:46

Alemanha eu acho um país muito legal porque eu gosto muito de história.

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Eu, inclusive, curiosidade, o meu marido fez história, né, mas eu sou doida pra fazer um dia um curso de história,

Speaker: 00:05:55

porque eu sou apaixonada com história.

Speaker: 00:05:57

E aí, Alemanha é um país muito legal, de equilíbrio de vida e trabalho também é interessantíssimo,

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a forma como eles lidam com isso, a Holanda também.

Speaker: 00:06:12

Alemanha eu não conheço muito, mas eu conheci Amsterdã só na Holanda e fiquei encantada.

Speaker: 00:06:17

A cidade é linda também, muito, muito linda.

Speaker: 00:06:19

Então eu me interessei na Holanda e Portugal me interessou pela facilidade da língua, né?

Speaker: 00:06:24

Pensei, a adaptação talvez fosse mais fácil e tal.

Speaker: 00:06:28

Então, estava ali entre esses três. Então eu comecei, aí arrumei meu linkedin, né?

Speaker: 00:06:32

Eu estava ouvindo o episódio com a Thais, não consegui terminar porque não deu tempo, mas...

Speaker: 00:06:38

Mas como ela, primeiro passo foi botar em inglês mesmo e acompanhar,

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para ver se eu ia chegar nas perfis recrutadoras, como é que ia ser.

Speaker: 00:06:48

Porque a minha experiência é muito diversa, eu não sou especialista em nada.

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Agora, eu tenho trabalhado só com Java e tecnologias afins, mas antes eu trabalhei com PHP, com C Sharp, eu não me preocupo muito com isso,

Speaker: 00:07:00

não me preocupava muito com isso.

Speaker: 00:07:02

Eu achava interessante a proposta do trabalho, Legendas pela comunidade Amara.org

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o que eu ia fazer e se era em outra linguagem eu ia aprendendo ali enquanto eu ia fazendo. Eu nunca tive isso.

Speaker: 00:07:12

Agora que fico mais preocupada com essa parte da minha carreira, não era assim tão preocupada.

Speaker: 00:07:17

Aí comecei a colocar e Java realmente tem muitas vagas. Quando eles veem lá as tecnologias que você trabalha, eles logo se interessam mesmo.

Speaker: 00:07:26

É verdade que tem muita vaga.

Speaker: 00:07:28

Aí eles começaram a entrar em contato comigo. Eu falo inglês, mas eu tenho muitos bloqueios, tenho muita vergonha de falar.

Speaker: 00:07:35

Eu entendo muito bem, mas falar pra mim é sempre muito difícil.

Speaker: 00:07:38

Mas conseguia, quando, às vezes, entrevistas, e aí fazer os testes e diversas provas.

Speaker: 00:07:44

Aí você... Fiz muitas provas.

Speaker: 00:07:46

Fiz aqueles... Como é o nome?

Speaker: 00:07:49

Whiteboard, que você chega e tem que fazer alguma coisa na frente.

Speaker: 00:07:53

Fazer o gorote monocuadro. Os primeiros eram terríveis, terríveis.

Speaker: 00:07:57

Depois foi melhorando, assim.

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Mas mais porque eu ficava nervosa. Às vezes era uma coisa muito simples, mas eu não...

Speaker: 00:08:02

E aí você tem que fazer isso, falar inglês, então me deixava meio...

Speaker: 00:08:07

Mas depois você vai pegando e tal. Aí comecei a fazer vários e tudo.

Speaker: 00:08:11

Aí no fim, eu passei nessa consultoria de Portugal, que foi uma prova, na verdade.

Speaker: 00:08:19

Não foi nem teste de casa, nem desse quadro urbano.

Speaker: 00:08:23

Foi uma prova.

Speaker: 00:08:25

Aí quando eles me deram a salária, proposta e tudo, Quando eu comecei a pensar, já sabia mais ou menos quanto era necessário pra gente

Speaker: 00:08:33

vir.

Speaker: 00:08:34

Meu marido ainda estava nessa de migrar, ainda não tinha conseguido um emprego.

Speaker: 00:08:38

Já tinha conseguido, assim, encontrar uma área que gostava, mas ainda não tinha conseguido

Speaker: 00:08:43

um emprego e tudo. Então, assim, pra ele também podia continuar o percurso aqui.

Speaker: 00:08:50

Aí a gente pensou, pensou um pouco, conversou Aí inicialmente a gente decidiu o seguinte Eu virei primeiro.

Speaker: 00:08:56

Ele ia tentar mais um pouco, ver se ele conseguia alguma experiência Ele vira depois,

Speaker: 00:09:01

Aí uma semana depois a gente conversou de novo Aí eu fiquei com medo Falei, ah, eu não quero ir sozinho,

Speaker: 00:09:05

Aí ele falou assim, ah, então vamos pensar mais um pouco Aí nos dois ou três dias ele falou, então a gente vai junto

Speaker: 00:09:12

Porque é difícil, né?

Speaker: 00:09:15

Você... Por mais que ele, no momento, não tinha nenhum vínculo profissional

Speaker: 00:09:19

É muito difícil você deixar tudo que você tem, tudo que é confortável pra você, pra

Speaker: 00:09:25

você arrumar sua mala e ir embora. Não é assim tão simples.

Speaker: 00:09:28

Por mais que muita gente diga assim, ah não, eu vou embora, que eu odeio aqui esse lugar,

Speaker: 00:09:32

não sei o que, você chega e sente muita falta.

Speaker: 00:09:35

Na hora que você chega, sabe, você sente falta do cheiro da comida da sua mãe, você

Speaker: 00:09:39

sente falta dos seus colegas que você ficou de vez em quando.

Speaker: 00:09:43

Então assim, não é mesmo fácil não. ele falou assim, então eu vou e pronto, aí decidimos isso e aí eu aceitei a proposta

Speaker: 00:09:53

aí fui entrar com os trâmites do vício, não é rápido, demoraram acho que três meses

Speaker: 00:10:01

ainda e a gente foi preparando os familiares e amigos etc para

Speaker: 00:10:08

Todo mundo se acostumou com a ideia, a gente também, porque a gente sabia o que a gente pesquisou,

Speaker: 00:10:13

mas você não sabe exatamente o que te espera até você chegar.

Speaker: 00:10:16

E aí, quando chegou em junho, saiu o visto. Na verdade, meu visto saiu em maio, no inicio de maio.

Speaker: 00:10:24

Aí a consultoria disse, então você pode vir o mais rápido possível.

Speaker: 00:10:29

Então a gente acordou em junho e aí a gente veio.

Speaker: 00:10:32

Basicamente foi mudar de país, casar, morar junto, tudo no pacote só, né?

Speaker: 00:10:37

Não foi só... foi muita mudança ao mesmo tempo, assim, né?

Speaker: 00:10:42

Imagina como foram os primeiros meses, porque é uma cultura nova, um novo país, novas regras...

Speaker: 00:10:51

E aí um novo mundo em termos de relacionamento humano mesmo, né?

Speaker: 00:10:56

Então foi muita coisa para os dois, né? Ao mesmo tempo.

Speaker: 00:10:59

Sim. A gente tinha... a gente convivia muito tempo junto porque eu morava sozinha, então ele ficava...

Speaker: 00:11:05

O fim de semana, por exemplo, ele ficava comigo.

Speaker: 00:11:08

Às vezes eu ficava na casa dele também o fim de semana todo.

Speaker: 00:11:11

Ele passava mais tempo comigo.

Speaker: 00:11:13

Mas é muito diferente morar, né?

Speaker: 00:11:14

Porque aí você encontra lá as manias da pessoa que você não via antes.

Speaker: 00:11:20

Aí você tem que adequar isso. Mas a gente até que foi se dando muito bem.

Speaker: 00:11:23

A gente tem uma vantagem que a gente tem bastante diálogo.

Speaker: 00:11:27

Porque pra você fazer grandes mudanças assim, você tem que ter bastante diálogo com a pessoa.

Speaker: 00:11:32

Porque se o relacionamento tiver alguma coisa que não tá bem resolvida, na hora que você chegar em outro país, em uma semana, vai aparecer.

Speaker: 00:11:40

Porque é muita coisa junto.

Speaker: 00:11:42

Se você não tivesse suporte, esse apoio, e tivesse essa ideia de que vocês estão fazendo algo junto,

Speaker: 00:11:48

você não vai... vai assim... vai ficar muito difícil, sabe?

Speaker: 00:11:52

E o relacionamento pode desandar um pouco.

Speaker: 00:11:55

Então, a gente já tinha essa...

Speaker: 00:12:00

Essa relação boa de diálogo. Então foi muito bom quando a gente chegou.

Speaker: 00:12:04

E ele me conta em coisas que eu sou ruim também. A gente tem isso, por exemplo.

Speaker: 00:12:08

Eu sou uma pessoa péssima de direção.

Speaker: 00:12:10

E quando você muda de país, você tem que aprender a ser adulto de novo.

Speaker: 00:12:15

Por exemplo, você quer ir no supermercado e você não sabe onde é.

Speaker: 00:12:17

Você tem a menor noção do que é o supermercado no outro país.

Speaker: 00:12:20

Você tem que achar onde é. Aí você...

Speaker: 00:12:23

A gente, por exemplo, tinha muita pesquisa. Então a gente sabia o nome e sabia mais ou menos o produto.

Speaker: 00:12:28

Depois a gente pesquisou, por exemplo, o custo de vida. Então a gente entrou no site dos mercados pra ter uma ideia.

Speaker: 00:12:32

Hoje aumentou muito, mas dava pra ter uma ideia boa de como era.

Speaker: 00:12:37

Aí a gente sabia o nome do mercado, botava no mapa. Ah, então tem um aqui perto. Então vamos lá.

Speaker: 00:12:44

E eu não sou boa em decifrar mapas, sabe?

Speaker: 00:12:47

Eu me perco um pouco.

Speaker: 00:12:48

Ele é ótimo nisso, então ele me ajudava nessa parte. É muito bom você ter alguém pra te ajudar nisso,

Speaker: 00:12:52

porque se fosse eu ia ficar rodando horas e não ia achar o lugar.

Speaker: 00:12:55

E ele é mais direto, consegue achar as coisas.

Speaker: 00:12:59

Eu acho engraçado que é pra você passar perrengue junto com outra pessoa,

Speaker: 00:13:03

acaba que todo mundo ri, né?

Speaker: 00:13:06

Do desastre, né? Das falhas. E se você passa sozinho, eu acho que é um pouco sofrido, assim,

Speaker: 00:13:12

é um negócio muito mais triste.

Speaker: 00:13:16

Então acaba sendo engraçado. Mas eu não entendi, ele acabou vindo por conta do seu visto.

Speaker: 00:13:22

Isso, aí para... não falei, né? No caso dos cônjuges não tem visto, né? Aqui em Portugal.

Speaker: 00:13:28

Então ele entra como turista mesmo, né?

Speaker: 00:13:32

Bom, lá eles... pra nós eles perguntaram na migração quando viram o meu visto,

Speaker: 00:13:37

perguntaram se ele era casado comigo, etc.

Speaker: 00:13:40

Nós temos só união estável, pra que pra Portugal já resolve pra fazer regrupamento.

Speaker: 00:13:45

E aí a gente explicou, ah, ele vai fazer regrupamento e tudo, então ele entrou com visto de turista, aí ele ficou, aí eu logo consegui uma rolada no SEF

Speaker: 00:13:56

pra poder fazer a minha atualização de residência, logo depois ele conseguiu também

Speaker: 00:14:04

então ele fica regrupado no meu visto

Speaker: 00:14:06

agora, quando ele renovar, quando ele tá trabalhando porque na última que ele renovou foi automático, eles tão tentando aligilizar

Speaker: 00:14:15

então, tão fazendo agora automático

Speaker: 00:14:17

Então, acho que eles só viram que ele ainda tinha... pediram que...

Speaker: 00:14:22

Não, dessa vez acho que nós nem mandamos documento. Não me lembro se a gente mandou algum documento pra eles revisarem, mas eles logo já deram pra ele.

Speaker: 00:14:30

Agora, na próxima, talvez ele já faça com um artigo que fala sobre o trabalho,

Speaker: 00:14:37

porque ele já tem um contrato, tudo direitinho, então talvez ele não precise mais do meu visto.

Speaker: 00:14:42

Mas, inicialmente, ele veio regrupado comigo no meu visto.

Speaker: 00:14:47

E você falou que ele já tem contrato de trabalho. Ele demorou um tempo pra... ele acabou se encontrando na área de TI? Sim.

Speaker: 00:14:55

A pergunta... demorou muito? Demorou um pouco, demorou. A gente chegou, eu comecei a trabalhar, ele começou...

Speaker: 00:15:02

Ele primeiro, inicialmente, tava incomodado de ficar em casa, foi tentar arrumar um emprego que não dependesse...

Speaker: 00:15:09

Que não fosse TI especificamente, ia estudando em paralelo.

Speaker: 00:15:13

Aí não tava dando muito certo, porque os empregos que as pessoas conseguem aqui ser residência

Speaker: 00:15:19

não são assim muito... são bem precarizados, é uma palavra melhor.

Speaker: 00:15:23

Então, não tava dando certo, sabe?

Speaker: 00:15:27

Aí a gente fez um plano, falou assim, então vamos fazer o seguinte O salário que eu vim era bom pra gente, a gente viveu confortavelmente

Speaker: 00:15:34

E a gente morava num apartamento pequeno, e os apartamentos pequenos mais baratos

Speaker: 00:15:40

a gente não morava no centro de Lisboa, então a gente conseguiu um aluguel legal.

Speaker: 00:15:44

Aí a gente combinou o seguinte, então você continua estudando, e aí ele continuava estudando

Speaker: 00:15:50

e a gente fez assim durante dois anos mais ou menos, demorou bastante, porque aí entra aquela questão, né?

Speaker: 00:15:58

Eles estão sempre procurando pessoas com experiência, então pra você conseguir a

Speaker: 00:16:01

primeira oportunidade é sempre muito difícil.

Speaker: 00:16:04

Aí ele gosta da área de testes, foi onde ele se encontrou, é o que ele faz hoje, ele,

Speaker: 00:16:09

E aí ele continua estudando, bateu na trave muitas vezes, mas aí quando foi no fim do ano.

Speaker: 00:16:20

Do ano passado não retrasado, 2021, ele conseguiu o primeiro emprego dele. Já tem um ano e pouquinho

Speaker: 00:16:28

já que ele tá lá. Aí demorou um pouco, demorou um ano e tanto, quase dois anos, mais que dois anos,

Speaker: 00:16:38

Demorou, demorou. Mas, assim, a gente fez um plano, né?

Speaker: 00:16:41

A gente, como a gente faz um projeto de TI, a gente estabeleceu metas,

Speaker: 00:16:45

ele foi cumprindo as metas e aí era esperar acontecer mesmo, não tinha jeito.

Speaker: 00:16:50

Porque eles aqui, como no Brasil, esperam sempre alguém com experiência.

Speaker: 00:16:55

O primeiro emprego é bem... é mais dificinho, assim.

Speaker: 00:16:58

Se você não tiver uma faculdade pra você fazer um estágio, por exemplo,

Speaker: 00:17:02

Esse primeiro emprego como júnior é sempre difícil.

Speaker: 00:17:06

É legal, porque é um cenário de alguém que migrou de carreira.

Speaker: 00:17:09

Sim, aqui. Fora do país. Sim.

Speaker: 00:17:13

E ele é bem, por exemplo, ele é diferente de mim em algumas coisas.

Speaker: 00:17:17

Ele é bem desenvolvido com o inglês, ele não tem vergonha, ele fala.

Speaker: 00:17:21

A equipe dele é internacional, tem alguns indianos, tem belgas lá, e aí ele precisa

Speaker: 00:17:25

conversar, ele não tem problema, ele fala, apresenta na reunião.

Speaker: 00:17:29

Ele é bem desinibido, isso contou muito a favor dele também, quando ele fez as reuniões pra sala.

Speaker: 00:17:35

Então foi bem legal, ele conseguiu logo de cara um emprego bem interessante pra ele desenvolver

Speaker: 00:17:39

essa experiência também de falar inglês e etc.

Speaker: 00:17:45

E a tua chegada aqui, voltando pra quando foi a chegada, o que tu achou?

Speaker: 00:17:49

Tu falou que tu pesquisou bastante, ouviu várias pessoas, né?

Speaker: 00:17:53

E o que era do que tu esperava pra quando tu chegou? O que tu sentiu?

Speaker: 00:17:59

Eu tentava manter as expectativas baixas, para não frustrar.

Speaker: 00:18:05

Eu faço isso a minha vida toda, com a migração não foi diferente.

Speaker: 00:18:09

E aí, quando eu cheguei, eu fiquei muito encantada com a forma como eles conservam as coisas.

Speaker: 00:18:18

Tem muito da história de Portugal, é muito legal você conhecer através dos museus, das ruas,

Speaker: 00:18:24

eles tentam preservar isso, então eu me apaixonei por essa parte,

Speaker: 00:18:28

do país assim, tal qual já tinha sido medido.

Speaker: 00:18:34

Os aluguéis eram difíceis para os imigrantes, a gente passou por esse perrengue aí também.

Speaker: 00:18:42

Quase todo imigrante, em quase todo país passa esse momento, não tem jeito.

Speaker: 00:18:46

O que a gente achou foi que foi mais difícil, porque o que disseram para a gente era assim

Speaker: 00:18:53

Você vai conseguir no final de uma semana, você deve conseguir visitar algumas casas.

Speaker: 00:18:59

A gente custou um pouco, foi no final de duas semanas.

Speaker: 00:19:03

E aconteceu casos assim, de a gente ir visitar, mas a pessoa já tá fechada.

Speaker: 00:19:12

Então ela só recebeu a gente porque já tinha marcado. A gente já foi ver, nem precisava ter ido também.

Speaker: 00:19:18

Quando cheguei, eu achei que ia ser mais fácil entender a língua também.

Speaker: 00:19:26

Você pensa, poxa, português, né? Poxa, eu vou entender.

Speaker: 00:19:30

Tranquilo, não foi tão simples pra mim, não.

Speaker: 00:19:34

Demorei um tempinho pra poder acostumar. Inclusive, porque eles usam algumas palavras que a gente não conhece,

Speaker: 00:19:40

e quando eles falam rápido demais, eu não pegava o que eles estavam falando comigo.

Speaker: 00:19:45

Então, achei que fosse mais fácil, não foi.

Speaker: 00:19:49

Eu gostei bastante, tive muitas boas experiências, não posso reclamar, desde que cheguei, encontrei pessoas legais no meu caminho,

Speaker: 00:20:00

Quando eu precisei de ajuda eles sempre foram muito solícitos comigo, então assim, não tive grandes problemas nesse sentido,

Speaker: 00:20:08

Quando a gente chegou, a consultoria também deixou a gente num Airbnb muito bacana, então a gente ficou num lugar muito legal

Speaker: 00:20:14

pude conhecer uma parte da cidade muito legal também.

Speaker: 00:20:17

E aí aquele início que você fica encantado pelo lugar assim foi muito legal porque a gente estava num lugar muito legal também de Lisboa e tal.

Speaker: 00:20:29

Deixa eu ver o que mais eu me lembro. A gente ficava muito surpreso como a gente chegou no verão.

Speaker: 00:20:35

A gente ficava muito surpreso com as pessoas ficavam na rua até tarde.

Speaker: 00:20:38

E aproveitando mesmo o verão e saindo e passeando assim.

Speaker: 00:20:44

Não sei se porque a gente morava no Rio, a gente não via tanto essas pessoas aproveitarem tanto a cidade.

Speaker: 00:20:50

O que é uma pena, porque o Rio de Janeiro é uma cidade maravilhosa, bonita, mas...

Speaker: 00:20:54

Não sei, parecia que as pessoas não curtiam tanto. Aqui a impressão que eu tenho é que as pessoas curtem mesmo a cidade, andam pela cidade.

Speaker: 00:21:01

E se sentem bem, se sentem seguras. Foi a primeira coisa que a gente percebeu.

Speaker: 00:21:07

A coisa que mais chamou a atenção da gente foi isso, assim. A gente andava pela cidade porque pra você conhecer, como eu falei, né, a gente...

Speaker: 00:21:14

Virar adulto de novo, né? Você precisa encontrar tudo, você não sabe modificar nada, você não sabe,

Speaker: 00:21:19

que documento você precisa, você não sabe mais de nada, tem que começar aí descobrindo.

Speaker: 00:21:24

E aí a gente ia nos lugares, a gente se sentia bem andando, podia ir andando, não tinha grandes problemas.

Speaker: 00:21:31

Aqui perto da minha casa, por exemplo, é mais vazio, vai dando seis horas da tarde, poucas pessoas na rua.

Speaker: 00:21:39

Você não sente medo se você quiser descer, sabe? Foi uma das principais coisas que a gente sentiu diferença.

Speaker: 00:21:43

A gente chegava tarde em casa lá, de olhar apartamentos, de passear e tudo assim,

Speaker: 00:21:49

E tava tranquilo, a gente chegava, não tinha assim aquela Ai graças a Deus que eu cheguei em casa finalmente

Speaker: 00:21:55

Não tinha assim, tava tranquilo Uma das primeiras coisas que a gente reparou assim,

Speaker: 00:22:00

É...

Speaker: 00:22:03

Muito diferente esse verão que escurece tarde também, esquisito pra caramba

Speaker: 00:22:07

A gente ficava, nossa mas que sol essa hora e tudo Era a primeira coisa que a gente falava quando ligava pro Brasil.

Speaker: 00:22:14

As pessoas, gente, mas que horas são? Tá esse calorzão aí.

Speaker: 00:22:17

A gente, não, já são nove horas da noite, tá, assim.

Speaker: 00:22:20

Então, umas coisas que a gente sentiu, assim, diferença. ♪ Acho que deu bastante diferença no quesito profissional, assim...

Speaker: 00:22:33

Do ambiente de trabalho, assim. Como que foi a sua experiência aqui?

Speaker: 00:22:37

Não sei se você tá na mesma empresa, em termos de carreira, o que que...

Speaker: 00:22:41

O que que você achou, assim?

Speaker: 00:22:44

Não sei se você trabalhou com times internacionais. Quando eu cheguei,

Speaker: 00:22:49

como eu vim por consultoria, eu não tinha cliente definido ainda, no meu caso.

Speaker: 00:22:52

Acontece muito que as pessoas virem com cliente definido, né?

Speaker: 00:22:55

Tipo, ela já vai pra um projeto específico. Comigo não foi assim.

Speaker: 00:22:58

Eu vim, e aí eu comecei e comecei a fazer vários testes em vários clientes.

Speaker: 00:23:05

Aí, o que que aconteceu? Calhou de entrar num cliente que era muito tranquilo em termos da equipe,

Speaker: 00:23:11

Todo mundo era muito legal, muito solícito, tudo certo Mas a tecnologia era muito velha Eu sofria muito.

Speaker: 00:23:19

Eu trabalhava com o JTF Era dois já?

Speaker: 00:23:24

Acho que era dois, ponto zero, sei lá, eu não me lembro mais Eu apaguei uma parte da minha memória porque eu sofria muito,

Speaker: 00:23:30

Era isso, e a gente trabalhava com Glassfish lá, e aquele Glassfish assim, que dava problema todo dia, sabe, era complicado.

Speaker: 00:23:40

Sobre dor de aplicação, né, já diz bastante sobre a ESSEC. Sabe, era uma coisa difícil. Então assim, eu não trabalhava com isso antes, eu trabalhava com Java, mas eu trabalhava com aplicações menores, mais pontuais, assim.

Speaker: 00:23:59

E então assim eu penei um pouco no início fiquei muito frustrada repensei a mudança

Speaker: 00:24:07

apesar de estar gostando de tudo de tudo o resto estava legal assim é repensei bastante a mudança

Speaker: 00:24:15

quando me deparei com isso assim mas o projeto mesmo da tecnologia isso porque porque a gente

Speaker: 00:24:23

tem essa expectativa, que apesar de eu ter mantido baixa, eu também tinha, de que você

Speaker: 00:24:27

vai fazer um grande upgrade na sua vida, né?

Speaker: 00:24:29

Só que na minha vida profissional não foi um grande upgrade, entendeu?

Speaker: 00:24:33

Em termos de carreira, não, não foi. Tira aquele desânimo, né?

Speaker: 00:24:37

Aquela frustração. Fiquei, muito tempo.

Speaker: 00:24:39

E eu já sofro com síndrome do impostor há muitos anos, né? Doeu novo.

Speaker: 00:24:44

E aí, quando eu caí ali, aí pronto, né? Ah, não, só consigo fazer isso, não consigo trabalhar com coisa nova, nunca vou conseguir.

Speaker: 00:24:52

Foi difícil. Aí a gente tenta sempre achar oportunidade de aprender nesses locais mesmo que

Speaker: 00:24:59

você não esteja assim amando, né. Então, aprendi pouco sobre o JSTF, não conhecia muito, conhecia muito

Speaker: 00:25:06

pouquinho, muito pouquinho. Conheci mais teoricamente, nunca tinha feito nada de fato, aí conheci um pouco,

Speaker: 00:25:13

sentei, nunca tinha usado o Glass Fischer, usava mais outras coisas, então tentei aprender um pouquinho e tudo

Speaker: 00:25:18

mas foi sofrido, não foi fácil não. Não encontrava motivação para estudar fora do trabalho porque.

Speaker: 00:25:28

Era, tava meio assim...

Speaker: 00:25:31

Tava tipo desanimada mesmo, tava chateada porque achei que ia ser uma grande coisa pra mim

Speaker: 00:25:37

e profissionalmente não tava sendo, né? Então tava assim meio desanimada apesar de gostar muito tanto da consultoria quanto do cliente que eu estava

Speaker: 00:25:44

que é um... é logo no governo português aqui, o pessoal era sempre bacana, assim

Speaker: 00:25:50

Tinha pouquíssimos... pessoas que eram funcionárias do próprio órgão trabalhando com a gente

Speaker: 00:25:58

A maioria dos funcionários eram de consultorias também.

Speaker: 00:26:03

Então, fiz amizades ali, conheci o universo das consultorias em Portugal,

Speaker: 00:26:07

que é uma coisa curiosa e tal. O Brasil teve esse mercado há um tempo, aí melhorou,

Speaker: 00:26:13

agora parece que tem tido novamente algumas consultorias voltando.

Speaker: 00:26:18

E aí, as pessoas que trabalham comigo eram muito legais, mas estava difícil a estaque.

Speaker: 00:26:26

Aí eu comecei a... Aí veio a pandemia, aí fui ficando, né? Aí você vai ficando.

Speaker: 00:26:33

Porque aí, quando veio a pandemia, todo mundo com medo, né? O que vai acontecer agora?

Speaker: 00:26:38

A gente vai perder emprego? O que vão fazer com a gente?

Speaker: 00:26:40

E você adiciona aí mais uns 100% de nervoso, porque você tá em outro país, meio que sentindo desamparado, né?

Speaker: 00:26:48

Então, assim, aquele momento foi muito difícil, assim. A minha consultoria correu pra avisar todo mundo pra ficar tranquilo,

Speaker: 00:26:55

que os projetos estavam garantidos e um projeto ligando ao governo era mais seguro também, né?

Speaker: 00:27:01

Então, assim, teoricamente estava mais tranquilo.

Speaker: 00:27:05

Então, logo eles resolveram a questão de você trabalhar de casa, logo eles forneceram equipamento pra todo mundo,

Speaker: 00:27:11

logo eles já colocaram todo mundo, muito rápido, assim.

Speaker: 00:27:15

Começou as notícias de que tava ficando ruim numa segunda, numa quinta, eles já estavam avisando que

Speaker: 00:27:21

na próxima semana a gente ia buscar equipamento, foi tudo assim, muito rápido.

Speaker: 00:27:26

Aí, foi ficando. Aí trabalhar de casa adiciona ali um conforto, né?

Speaker: 00:27:33

Aí aquilo que te incomoda, incomoda menos, aí você vai ficando...

Speaker: 00:27:39

Uma loucura, ninguém entendendo o que estava acontecendo Fecha o país, abre o país, fecha a cidade, abre cidade

Speaker: 00:27:46

Foi ficando, foi ficando confortável, né?

Speaker: 00:27:49

Todo mundo não sei, mas eu fiquei com o psicológico muito abalado Porque eu ficava com medo demais de sair de casa no início

Speaker: 00:27:55

Depois foi melhorando, mas no início ali...

Speaker: 00:27:57

Então fui ficando, fui ficando, fui ficando Até que as coisas começaram a melhorar

Speaker: 00:28:02

Aqui o assédio dos recrutadores, especialmente de consultorias é muito grande, uma vez que eles veem que você está em Portugal, eles começam a te mandar

Speaker: 00:28:13

e se você quiser fazer todo dia, você consegue fazer uma entrevista, porque o assédio é grande

Speaker: 00:28:17

mesmo que não vá pra frente, aquela primeira muitas vezes você consegue fazer e tal

Speaker: 00:28:21

Aí comecei a dar atenção, a ler, assim Eu sempre respondo não, obrigado, eu sou sempre muito educada com eles porque eu fico pensando

Speaker: 00:28:30

ninguém sabe dia de amanhã, né? Se eu precisar falar com ele, eu sempre converso

Speaker: 00:28:34

Aí comecei a aceitar, aí comecei a conversar com as pessoas e tudo assim,

Speaker: 00:28:39

Aí uma proposta me interessou, me chamou a atenção,

Speaker: 00:28:44

Porque era pra trabalhar com coisas bem mais novas do que eu trabalhava,

Speaker: 00:28:48

Inicialmente falei, ah, não vou dar conta disso, não vão nem querer falar comigo

Speaker: 00:28:51

Mas vou fazer essa primeira pra ver como é que é e tal, vou fazer Aí a proposta era pra trabalhar com quarcos.

Speaker: 00:28:59

Numa empresa que tinha times internacionais, onde eu ia precisar desenvolver meu inglês

Speaker: 00:29:10

eu fiquei bastante interessada, falei, olha, preciso perder essa vergonha,

Speaker: 00:29:15

então vamos ver se agora vai, né?

Speaker: 00:29:17

Aí imaginei, vai ter uma entrevista também em inglês, vai ser ótimo pra eu poder treinar também,

Speaker: 00:29:23

Falei assim, então vou aceitar esse contato.

Speaker: 00:29:24

Aí conversei, estiquei contato, tudo assim, aí marcamos a entrevista.

Speaker: 00:29:29

Aí eu expliquei desde o início, expliquei que eu não tinha experiência com os destaques que eles estavam propondo.

Speaker: 00:29:35

Tinha lá uma... eles estavam visando uma imigração pra AWS pra frente.

Speaker: 00:29:41

E eu falei, olha, eu nunca trabalhei com a AWS, nem com o quarto, etc.

Speaker: 00:29:46

Mas não me incomoda em aprender também, etc. E fui sempre deixando claro, achando que não ia dar, né.

Speaker: 00:29:51

Porque eu falei, eu não tenho nada disso, eles não vão, né?

Speaker: 00:29:54

Aí tudo bem, continuei, assim.

Speaker: 00:29:57

Mas eu tava fazendo, essa é a primeira entrevista que eu fiz, inclusive.

Speaker: 00:30:00

Foi mais, assim, pra testar, ver o que o mercado queria pra eu poder ver se eu conseguia

Speaker: 00:30:05

achar dentro de mim a motivação para estudar, porque eu estava bem desmotivada com a carreira e tudo.

Speaker: 00:30:12

Foi passando, aí fui pra entrevista com o cliente final, falei, olha Engraçado, quiseram fazer entrevista, aí fiz também entrevista

Speaker: 00:30:19

Foi muito legal, a gente fez várias trocas Foi uma entrevista interessante porque ele foi conversando comigo sobre os pontos

Speaker: 00:30:25

Me perguntando o que eu faria nas situações, o que eu não faria,

Speaker: 00:30:30

Me mostrou um cenário, disse que uma decisão foi tomada, o que eu achava daquela decisão,

Speaker: 00:30:35

Fizemos algumas... aí ele me fez umas perguntas em inglês e tal E eu sou muito sincera, teve uma hora que eu esqueci um termo,

Speaker: 00:30:43

Falei assim, olha, eu esqueci como fala em inglês Aí ele me respondeu e eu continuei, continuei falando,

Speaker: 00:30:49

E aí tudo bem, falei assim, foi legal, né?

Speaker: 00:30:52

Foi uma troca legal, mas não vai dar nada Aí quando deu... Isso foi tipo duas horas da tarde

Speaker: 00:30:57

Quando foi cinco horas, a menina me ligou Então, a gente gostou muito de você e tudo,

Speaker: 00:31:02

E a gente queria que você viesse trabalhar com a gente Aí eu fiquei muito assim...

Speaker: 00:31:07

Dividida, por quê? Não sei se todo mundo que veio por alguma empresa tem isso, mas eu fiquei muito assim

Speaker: 00:31:14

Nossa, a empresa me tratou tão bem, cuidou tão bem de mim, agora eu vou deixar ele, sabe?

Speaker: 00:31:18

Fiquei com esse sentimento, porque eu gosto muito deles, até hoje gosto muito mesmo.

Speaker: 00:31:23

Mas também eu não tinha nenhuma previsão onde eu poderia mudar de projeto

Speaker: 00:31:29

Porque eu entendi que eles estavam querendo de mim que eu estudasse antes ou adquirisse alguma competência antes,

Speaker: 00:31:37

E eu realmente não estava conseguindo ali.

Speaker: 00:31:40

E eu funciono melhor quando você me coloca num cenário onde eu preciso aprender rápido,

Speaker: 00:31:43

do que se você combinar comigo e disser assim, olha, quando você aprender isso, eu te coloco lá.

Speaker: 00:31:48

E isso é de perfil mesmo, né? Tem gente que funciona bem assim, tipo,

Speaker: 00:31:52

ah, vamos marcar aqui uma meta, você adquire essa competência, e aí a gente...

Speaker: 00:31:57

Eu funciono melhor quando você me joga lá e diz assim, olha, eu preciso que você faça isso.

Speaker: 00:32:02

Então, assim, eu vou fazendo. Aí, uma hora, eu vou fazer meio ruim agora,

Speaker: 00:32:05

Daqui a pouco eu volto ali e melhoro um pouquinho Aprendo uma outra coisa e completo, sabe?

Speaker: 00:32:09

Eu funciono melhor assim Aí me bateu essa...

Speaker: 00:32:13

Nossa, poxa vida, eles não trataram tão bem E tudo isso aqui e tal

Speaker: 00:32:17

Mas aí depois eu resolvi ir porque eu achei que ia ser bom pra mim,

Speaker: 00:32:20

Especialmente porque até como eu já era bem nova Eu conheci pouquíssimo de quartos

Speaker: 00:32:25

Eu sabia que existia Era que eu sabia até ali,

Speaker: 00:32:29

Eu achei, inclusive, que eu ia arrumar primeiro Alguma proposta que aceitasse Spring

Speaker: 00:32:33

se espringue, porque tem muito, né? Muito mais do que o Quarkus hoje ainda e não é,

Speaker: 00:32:40

que é mais fácil de aprender, mas tem mais coisa, né? Se você precisar aprender rápido,

Speaker: 00:32:43

ele vai ter muito mais informação do que o Quarkus ainda tem. Então, achei que seria

Speaker: 00:32:48

por ali. Mas ela falou, não, pode vir, gostar na mesa. Eu fui até um pouco incrédula quando ela me ligou.

Speaker: 00:32:54

Eu falei, sério? O pessoal gostou mesmo? Ela falou, sim, sim, foi muito bom e tal.

Speaker: 00:33:00

E aí, fiquei nessa tudo. Já tinha dois anos e...

Speaker: 00:33:06

Isso foi no final de 2021, já tinha dois anos e meio mais ou menos que eu tava na empresa que eu cheguei,

Speaker: 00:33:14

Você não precisou pagar a multa?

Speaker: 00:33:16

Não, não, já tinha dois anos e meio. A multa lá na minha era um ano Era um ano ou seis anos? Um ano, era um ano

Speaker: 00:33:23

Multa em contrato, né? Eles tinham essa multa Algumas pessoas dizem que isso não é legal, cobrar essa multa, mas enfim

Speaker: 00:33:32

Todas as empresas fazem isso no contrato Então não sei como funciona se alguém me descumprir não.

Speaker: 00:33:38

Aí eu conversei com eles eles até chegaram a fazer uma contra proposta mas eu tenho para mim que contra a proposta é complicado.

Speaker: 00:33:46

Acho que quebra um pouco a confiança. Você tem uma vez e me arrependi.

Speaker: 00:33:51

Quando eu falo assim tem que ser muito porque depois se depende do lugar mas eu fiquei com essa não mas já te demos um aumento

Speaker: 00:33:58

e porque não sei o que a gente já te deu uma chance. eu falo assim.

Speaker: 00:34:04

Então aí eu fiquei tenho meio que essa que quando eu vou falar que eu vou sair

Speaker: 00:34:07

eu tomo muito cuidado porque eu tenho muito que falar que eu não quero ver contra proposta, sabe?

Speaker: 00:34:13

Eu acho meio chato. Hoje já vai decidido pra recusar uma contra proposta.

Speaker: 00:34:20

Se você já tomou a decisão já incitou o desejo de ir pra outro lugar se ficar por um salário

Speaker: 00:34:27

você até pode ficar bem a Carol estava insatisfeita, uma hora a insatisfação ia voltar de novo.

Speaker: 00:34:35

É como se fosse uma maquiagem, né? Um pouco de aumento, enfim.

Speaker: 00:34:40

É, o que eu acho importante é deixar claros os motivos. Se eu falar que, assim, eu quero ganhar tanto,

Speaker: 00:34:44

e aí se tanto só vinha porque eu vou sair, aí é chato.

Speaker: 00:34:47

Porque se for pela tecnologia, também não tem o que fazer. É a tecnologia, né? Então...

Speaker: 00:34:52

E quando é consultoria, eles têm outros projetos, mas eu já vi muitos casos das pessoas prometerem,

Speaker: 00:34:58

não, a gente vai te trocar e isso não acontecer num período próximo, sabe?

Speaker: 00:35:02

É muito complicado também você esperar que eles façam isso em dois meses.

Speaker: 00:35:06

E era o que geralmente acontece, né? Tipo, você fica bem ali, passa um mês, dois meses, três meses e você já fica,

Speaker: 00:35:13

Ai, que saco, devia ter ido e tal.

Speaker: 00:35:16

Então, e o feedback da contraproposta que eu recebo é sempre isso.

Speaker: 00:35:19

Todo mundo me diz, ah, olha, eu aceitei, não foi bom e tal.

Speaker: 00:35:24

Fiquei chateado. Então, resolvi não aceitar e tudo.

Speaker: 00:35:29

E aí, entrei pra essa outra empresa que eu tô hoje. É uma consultoria também.

Speaker: 00:35:35

Mas eu entrei por um cliente específico, que foi o cliente que fez a entrevista final comigo, onde a gente trocou muitas coisas legais e tal.

Speaker: 00:35:48

E aí chegou lá, muito legal, a gente teve... Eu não tinha tido, por exemplo, eu tive algumas experiências que as pessoas têm no início da carreira, eu tive tarde.

Speaker: 00:35:58

Por exemplo, um onboard legal, te contando tudo o que a empresa oferece, o que é que você vai trabalhar,

Speaker: 00:36:07

os conceitos que você precisa saber para trabalhar naquela empresa.

Speaker: 00:36:10

Foi a primeira vez que eu tive, não tinha tido ainda. Eu não tive sorte de cair nessas empresas mais estruturadas, ainda não tinha tido ainda.

Speaker: 00:36:19

E aí, de você conhecer as pessoas que vão trabalhar com você, ou então eles fazerem uma...

Speaker: 00:36:25

De forma onde várias pessoas passam juntas e aí você já possa fazer alguma amizade ali no início,

Speaker: 00:36:31

foi muito legal. Mesmo a gente estando remoto, fluiu muito bem, foi muito legal.

Speaker: 00:36:37

Então, a empresa é de Coimbra, mas tem escritório aqui em Lisboa, tem escritório no Porto.

Speaker: 00:36:46

Com a pandemia eles expandiram bastante as equipes, agora nem devem caber as equipes mais nos escritórios deles,

Speaker: 00:36:52

também, muitas empresas passaram por isso e tal. E aí, cheguei lá, a minha equipe era nova,

Speaker: 00:37:00

entramos todos juntos, então fomos nos conhecendo ali, para poder trabalhar junto,

Speaker: 00:37:07

e a gente deu muito certo, a gente combina bem, trabalhamos juntos bem,

Speaker: 00:37:14

não tivemos problemas, tipo assim, uma pessoa mais sênior não quer ajudar

Speaker: 00:37:18

um outro, sempre todo mundo participa, então foi muito legal, foi uma troca que eu tava

Speaker: 00:37:23

com bastante medo, porque eu tinha ficado na mesma empresa durante dois anos e pouco,

Speaker: 00:37:27

mas foi muito legal, muito mesmo, gostei bastante.

Speaker: 00:37:31

E aí comecei a trabalhar com coisas novas, sim, comecei a trabalhar com coisas novas

Speaker: 00:37:35

finalmente, fiquei mais animada.

Speaker: 00:37:39

É, foi realmente uma mudança para a sua carreira, né? Eu fico pensando o quanto mudar de emprego

Speaker: 00:37:47

quando você tá fora do país, ainda mais a primeira troca. Eu acho que depois que você já mudou,

Speaker: 00:37:53

já tá muito tempo, se torna natural, mas eu acho que a primeira troca deve dar muito medo,

Speaker: 00:38:00

deve dar um medo diferente.

Speaker: 00:38:04

É porque a gente se sente, eu me sentia, muito desamparado, sabe?

Speaker: 00:38:13

Se desse errado, entendeu? Mas no Brasil, tá a nossa família, né?

Speaker: 00:38:17

Não sei se todo mundo tem, falando por mim, mas a minha família tá falando pra me ajudar. Tudo é diferente.

Speaker: 00:38:25

Você tá uma chance de errar menor.

Speaker: 00:38:28

Diria que essa é a minha sensação quando estava precisando mudar que eu não posso fazer cagada aqui.

Speaker: 00:38:35

Eu minha esposa e fazer bobagem significa por isso que é legal se preparar antes financeiramente também mas até isso tem

Speaker: 00:38:43

um certo limite de quanto tempo a gente consegue segurar uma cagada.

Speaker: 00:38:47

Cagada é uma palavra muito forte mas dizer assim é uma escolha que depois se arrepende é mais difícil.

Speaker: 00:38:52

É, porque nada impede, por exemplo, de você acabar caindo numa empresa pior, né?

Speaker: 00:38:58

Ou até mesmo a empresa, sei lá, agora que tá tendo essa onda de layoffs.

Speaker: 00:39:04

Já teve casos que eu ouvi, né? Que a pessoa trocou por uma empresa e passou alguns meses,

Speaker: 00:39:09

ela tava numa empresa super estável, foi pra uma outra empresa,

Speaker: 00:39:13

passou dois meses e foi mandada embora.

Speaker: 00:39:15

Nossa, deve ser algo inesperado. É.

Speaker: 00:39:20

Eu penso sempre nisso e eram as coisas que eu pensava na época.

Speaker: 00:39:23

Na época a gente não tava tendo essas coisas do layoff, assim, mas eu pensava muito isso.

Speaker: 00:39:27

Se eu for pra um lugar que for pior, né?

Speaker: 00:39:29

Porque, pra eu sair de um lugar ruim, mas que eu gosto das pessoas com as quais eu interajo.

Speaker: 00:39:33

Pra ir pra um lugar ruim e eu não gostar das pessoas, eu ter que conhecê-las, sabe?

Speaker: 00:39:37

Pensava bastante. Mas, por fim, eu tenho essa coisa de não conseguir ficar incomodada há muito tempo.

Speaker: 00:39:45

Eu preciso mudar, porque senão eu vou ficando muito ansiosa, afeta meu trabalho,

Speaker: 00:39:49

não dá, sabe? Então eu resolvi trocar, falei assim, não, vou trocar porque não vai dar,

Speaker: 00:39:56

Então troquei e fui feliz, graças a Deus fui feliz Sou, né? Eu gosto muito dele

Speaker: 00:40:03

Vou aproveitar e perguntar, você teve filho a pouco tempo?

Speaker: 00:40:07

É isso.

Speaker: 00:40:09

Aproveitando, você engravidou quando você estava nessa nova empresa?

Speaker: 00:40:13

Foi muito recente porque eu acho que deve ter mais assim aquela coisa...

Speaker: 00:40:18

Eu acabei de mudar para a empresa e tô grávida. Eu não sei, a gente vive se cobrando, então assim, eu pelo menos eu fico com muito receio, sabe assim?

Speaker: 00:40:29

É... de... Ai, porque aqui tem um tempo de experiência, né? Tem um tempo de experiência.

Speaker: 00:40:35

Quando você mudou conta esse tempo de experiência né? Eu não sei como que é por exemplo, como que

Speaker: 00:40:43

funciona se existe alguma estabilidade né? Por exemplo, você ainda tá nessa nesse período de

Speaker: 00:40:48

experiência e se você engravidar a empresa não pode mandar embora, eu não sei, eu sei que no

Speaker: 00:40:54

Brasil eu entendo como funciona, mas aqui eu já não saberia como que é. Como que foi pra você?

Speaker: 00:41:02

Agora eu vou te contar essa história.

Speaker: 00:41:04

Como é que foi a minha história? Eu tinha... Eu entrei em janeiro, em 6 de janeiro de 2022.

Speaker: 00:41:12

Aí comecei a trabalhar.

Speaker: 00:41:14

E aí, na minha vida pessoal, a gente já tinha tido alguns marcos pra poder pensar na ideia de ter filhos.

Speaker: 00:41:21

Que era o meu marido que tava empregado.

Speaker: 00:41:23

Eu já tava numa idade... Já cheguei numa idade que a mulher começa a desconfiar

Speaker: 00:41:27

de que não vai conseguir mais.

Speaker: 00:41:29

A gente se mudou pra uma casa maior porque quando chegamos a gente morava num T1,

Speaker: 00:41:36

que pra quem não é daqui é um apartamento de um quarto.

Speaker: 00:41:39

E ele era muito pequeno, muito, muito pequeno. Então não tinha possibilidade de a gente inventar isso, sabe?

Speaker: 00:41:44

E a minha mãe ainda ficou com a gente um tempo nesse apartamento pequeno.

Speaker: 00:41:48

Então assim, meu maridão é um santo, sabe? Vocês não conhecem ele, se eu tivesse aqui ele contava, mas é um santo.

Speaker: 00:41:53

Então, assim, ficamos ali apertadinhos, aí foram vários marcos acontecendo.

Speaker: 00:41:59

Aí a gente decidiu, bom, tá tudo indo, correndo bem. Tudo dentro do que a gente planejou.

Speaker: 00:42:08

Nós decidimos parar de evitar.

Speaker: 00:42:11

Mas o que você pensa? Vai demorar um tempo, né? Tipo, eu já era mais velha, eu tenho 35 anos, já tava numa idade

Speaker: 00:42:20

onde as mulheres já começam a perder fertilidade.

Speaker: 00:42:22

Falei, ah, não vai. No primeiro mês eu engravidei.

Speaker: 00:42:29

Entendeu? Eu fiquei muito surpresa. A gente parou de evitar e no primeiro mês eu engravidei.

Speaker: 00:42:37

Eu acho que ninguém espera isso. Ninguém espera.

Speaker: 00:42:40

Não, não tem como. Você nunca vai esperar isso no primeiro mês.

Speaker: 00:42:45

Eu falei, gente, tanto é que quando eu estava fazendo tratamento intradicional,

Speaker: 00:42:52

porque eu estava com umas vitaminas baixas, eu estava com algumas coisas importantes para a gravidez mesmo,

Speaker: 00:42:58

com essas coisas assim, eu tava com isso baixo, então assim, eu já tava fazendo

Speaker: 00:43:03

tratamento, sabe? Aí um dia eu fiz um exame de sangue e eu suplementando ferro e minha ferritina deu baixa. Aí meu marido riu e falou assim, eu acho que você já tá grávida

Speaker: 00:43:12

deve ser o ferro, porque é uma das primeiras coisas que abaixa. Aí eu falei, ah, não é possível

Speaker: 00:43:16

não pode. Aí passou. Nisso eu falei assim, vou fazer um teste, comecei a ver que podia ser

Speaker: 00:43:26

Quando eu fiz o teste deu, falei não é possível, aí fiz outro deu, aí eu fiz o de sangue, aí deu.

Speaker: 00:43:31

Então realmente foi isso.

Speaker: 00:43:33

Aí, o que eu fiz? Primeiro eu fiquei com esse medo, né? Falei, nossa, eles vão me mandar embora.

Speaker: 00:43:40

Eu tô na experiência ainda. Foi um tempo de presa mesmo?

Speaker: 00:43:43

Quando eu descobri, eu tava com dois meses e meio.

Speaker: 00:43:47

Dois meses e meio. Eu falei, não, não tem menor possibilidade, eles vão me mandar embora, tô na experiência, tudo assim.

Speaker: 00:43:54

Esperei eu fazer os três meses, que é o que é recomendado mesmo pra você poder comunicar

Speaker: 00:44:00

Peguei o telefone todo sem graça, né?

Speaker: 00:44:03

Falei, vou ligar pra lá e vou explicar Expliquei, falei, exatamente como eu tô falando aqui com vocês mesmo

Speaker: 00:44:08

Expliquei toda a história Aí ela, ah, mas parabéns e tudo assim, já achei estranho, né?

Speaker: 00:44:14

Ela não deu os parabéns, não teve, não modificou a voz, não nada, não ficou surpresa em nada,

Speaker: 00:44:19

Falei, não, mas parabéns e tudo assim Eu sei que você deve estar um pouco apreensiva de falar com a gente, mas não se preocupe,

Speaker: 00:44:28

Toda mulher vai passar por isso algum dia se ela quiser passar Foi muito receptivo para mim.

Speaker: 00:44:36

Ali eu já pensei, estranho né? Porque...

Speaker: 00:44:40

Deixa eu pegar esse ponto, isso, porque tá estranho, mas tu fala do receoso né?

Speaker: 00:44:43

E esse já começa errado aí né?

Speaker: 00:44:45

Porque tem medo né? É, tu sente medo de falar que engravidou, porque o que vai acontecer, o que vão falar é só parte da vida.

Speaker: 00:44:58

Na noite que eu decidi contar assim, falei assim, amanhã eu vou ter que contar porque já tô com 3 meses.

Speaker: 00:45:04

Eu não tive grandes sintomas, tipo assim, eu não tive muitos enjôos, não tive muitas

Speaker: 00:45:08

coisas, então as pessoas que trabalham comigo não percebiam que eu estava grávida, até eu contar pra elas.

Speaker: 00:45:13

Porque se eu tivesse que sair das minhas entradas reunidas pra vomitar, por exemplo, mas não

Speaker: 00:45:18

aconteceu comigo, sabe?

Speaker: 00:45:20

Então assim, eu falei assim, amanhã eu preciso falar, porque realmente já deu os dias e

Speaker: 00:45:24

aí eu não acho justo também ficar enrolando com as pessoas.

Speaker: 00:45:28

Eu falei assim, eu vou ter que avisar. Aí eu não dormia aquela noite, eu fiquei, meu Deus, eles vão me mandar embora

Speaker: 00:45:34

E apesar do meu marido estar trabalhando, a maior renda ainda é a minha na casa,

Speaker: 00:45:39

Eu disse, não, não posso, assim Porque aí você já pensa um milhão de coisas

Speaker: 00:45:43

Acabei de mudar para um apartamento maior, o apartamento é mais caro, sabe?

Speaker: 00:45:48

Aí, meu Deus, como é que vai fazer e tal?

Speaker: 00:45:51

Então eu fiquei com muito medo, muito mesmo Mas aí eles foram muito bem, muito receptivos comigo, assim

Speaker: 00:45:56

Não, fique tranquila, são coisas que acontecem as coisas acontecem bem na hora que tem que acontecer e tal.

Speaker: 00:46:02

O meu gestor lá no cliente final não, mas as coisas acontecem na hora que elas têm que acontecer, não se preocupe.

Speaker: 00:46:10

Um bebê é sempre bem-vindo e etc. Eu me senti muito acolhida, muito, muito, muito acolhida.

Speaker: 00:46:16

Muito mesmo. Eu tava com muito medo, mas desde o primeiro momento nunca teve assim, nenhum...

Speaker: 00:46:23

Nunca senti nenhum desconforto pra falar sobre isso, nunca. Nem depois disso, assim, você sentiu que... Vou dar um exemplo lá.

Speaker: 00:46:35

Ok, passamos. Durante a gravidez em algum momento você foi preterida assim de tipo olha ela não é uma

Speaker: 00:46:42

não vamos considerar ela para isso porque ela daqui a alguns meses vai estar fora sabe? Não sei se isso aconteceu.

Speaker: 00:46:51

Não aconteceu conosco. A gente tinha, eu tinha uma, a minha equipe tinha uma viagem para Munique e poderiam ir duas pessoas,

Speaker: 00:46:59

para o cliente, porque a gente trabalha para um cliente alemão.

Speaker: 00:47:02

E aí, eu falei, aí no dia, assim, eles queriam que alguém se oferecesse, né?

Speaker: 00:47:11

Porque eles não queriam, tipo, ditar quem é que vai. O líder da minha equipe não queria ditar quem é que ia.

Speaker: 00:47:16

Ele já tinha ido, então ele falou, então vocês veem se vocês veem se dentro de vocês.

Speaker: 00:47:21

Aí eu rindo, né? Descontraindo a minha... Falei, ah, eu não vou, né gente, porque daqui a pouco eu vou sair de licença e tal.

Speaker: 00:47:26

Aí o líder da minha equipe falou assim, mais um motivo pra você se quiser ir, pode ir

Speaker: 00:47:30

Você vai sair agora, você vai lá e conhece lá o cliente e tudo Aí eu achei que ele tava brincando, né?

Speaker: 00:47:36

Falei, se ele tá brincando comigo Aí eu falei assim, ah tá, agora que eu fui

Speaker: 00:47:40

Ele falou assim, ah claro, depois, a hora que você voltar já pode estar tudo diferente, agora que você tem que ir

Speaker: 00:47:45

Sabe, eles sempre foram muito, assim, muito receptivos comigo Quando eu precisava me adiantar pra ir ao médico,

Speaker: 00:47:51

Vez ou outra que eu não tava me sentindo muito bem, precisava dar um tempinho e tudo assim

Speaker: 00:47:55

sempre foram muito, muito receptivos. Fiquei muito surpresa. Eu percebia que na.

Speaker: 00:48:02

Minha equipe o líder, por exemplo, ele dividia a guarda da filha dele, então

Speaker: 00:48:07

quando ela estava com ele em casa, às vezes ele precisava se adentrar, quando ela

Speaker: 00:48:11

adoecia ele precisava sair. Isso nunca gerou desconforto também.

Speaker: 00:48:15

Então eu percebia que eles tinham uma cultura interessante nessa coisa de lidar com pais de filhos pequenos e tudo. Mas como eu tinha muito pouco tempo de

Speaker: 00:48:27

empresa, né, falei, ah, não vai acontecer comigo. Mas aconteceu, eles sempre foram muito

Speaker: 00:48:31

receptivos, muito, muito, muito. E sempre me ligavam pra perguntar como é que tava, se tava indo tudo bem.

Speaker: 00:48:37

A minha gravidez não foi a minha gravidez.

Speaker: 00:48:40

Vamos dizer assim, normal, porque eu tive uma gravidez de risco, eu tinha alguns fatores de risco,

Speaker: 00:48:45

Então a minha gravidez foi muito mais acompanhada, eu precisava ir no médico

Speaker: 00:48:49

Tinha época que eu ia de duas em duas semanas pra ele poder me acompanhar, pra ela poder me fazer outra ação e acompanhar,

Speaker: 00:48:56

E nunca foi um problema, sempre pude sair e...

Speaker: 00:49:01

Tinha dias que eu não conseguia voltar e não tinha problema, sempre era tranquilo demais, assim,

Speaker: 00:49:06

Sempre fui muito acolhida. Depois que o bebê nasceu, eles sempre perguntam notícias e tudo.

Speaker: 00:49:11

Então, assim, eles não sentiam em nenhum momento nenhum desconforto.

Speaker: 00:49:16

Nesse momento, você tá de licença? Tô.

Speaker: 00:49:20

Não, ainda tô. Aqui, a gente pode tirar... Tem vários tipos de licença.

Speaker: 00:49:24

Você pode tirar uma de 120 dias, que é a igual do Brasil, de 4 meses.

Speaker: 00:49:29

De 150 dias. Você pode tirar, partilhada com o pai. Você tira 150 e o pai tira 30 dias depois que você tira os 150.

Speaker: 00:49:42

E tem uma licença largada, que aí, acho que são... Depois dos 150, você tira mais 60 dias, algo assim.

Speaker: 00:49:49

Mas tudo depende dos rendimentos. Porque, por exemplo, na licença de 120 dias, você vai receber 100% do seu salário bruto.

Speaker: 00:49:59

Que tá lá definido na segurança social, que é o que sobrevincide os seus impostos.

Speaker: 00:50:06

Se você for 150, são 80%. Na licença alargada, são...

Speaker: 00:50:12

Depois dos 150 dias, são tipo 20%. Aí você tem que ver quanto que você pode dispor

Speaker: 00:50:18

do dinheiro e do tempo ali pra você decidir a sua licença.

Speaker: 00:50:22

Ele não sentia assim nenhum...

Speaker: 00:50:25

Nenhum momento alguém falou assim, é, olha, essa licença aqui pra você tirar é melhor, hein? Não.

Speaker: 00:50:29

Sempre eu só tinha que decidir por mim mesma e comunicar a eles quanto tempo eu queria

Speaker: 00:50:35

Nunca tive nada de... uma questão,

Speaker: 00:50:38

nesse tempo que eu tô de licença.

Speaker: 00:50:43

Ninguém nunca... Não sentindo nenhum desconforto. Eles ligam pra mim, por aí, de canete, pra saber se tá tudo bem, como eu tô me sentindo, etc.

Speaker: 00:50:51

É...

Speaker: 00:50:52

Mas nunca senti nenhuma pressão, nada, assim. Sempre muito tranquilos também. Sobre o salário...

Speaker: 00:50:59

Tu tem que decidir qual tipo de licença na hora que você vai tirar, ou tipo, tu tá nos 120, 130 dias,

Speaker: 00:51:06

aí depois tu vai lá, se estende mais, e mesmo assim o desconto já vem desde o começo,

Speaker: 00:51:11

eu vou tirar a licença atendida então já vou receber 80%

Speaker: 00:51:14

desde o primeiro mês ou é tipo 100%

Speaker: 00:51:16

que tu recebe e aí daqui pra frente vai ser 80%.

Speaker: 00:51:20

Não, no início. Quando você vai se meter aqui é possível você fazer isso tudo pela internet

Speaker: 00:51:28

na segurança social direta daqui.

Speaker: 00:51:30

E aí quando você vai decidir você tem lá o requerimento e aí você decide quantos dias você quer.

Speaker: 00:51:37

Se o pai vai tirar junto, você pode fazer tudo no mesmo requerimento.

Speaker: 00:51:40

Meu marido não tinha direito de tirar a licença junto porque na época que eu ganhei o Enem

Speaker: 00:51:44

ele estava recebendo os verdes, que não tem direito.

Speaker: 00:51:47

Tipo PJ. Isso, estilo do PJ.

Speaker: 00:51:51

E aí, ele teve alguns dias que a empresa dele deu também pra ele ficar em casa, acho

Speaker: 00:51:56

que foram tipo três dias. Os dias que ele esteve no hospital comigo, mas uns três dias eu acho.

Speaker: 00:52:00

Mas foi isso. Não teve licença. Como ele trabalha remoto, ele pôde participar bastante do início da vida, mas assim, não

Speaker: 00:52:07

teve licença.

Speaker: 00:52:08

Mas eu quando botei o requerimento, já tive que escolher ali, e ali eles já calculam, eles pagam por dia

Speaker: 00:52:17

Aí eles calculam em cima do seu salário o dia de trabalho, e aí eles pagam, aí por exemplo.

Speaker: 00:52:25

Esse mês de fevereiro que foi 28 dias, é 28 vezes aquele dia No mês que é 31 dias, é 31 vezes aquele dia, e eles pagam pra você,

Speaker: 00:52:34

Faz então, com bastante salada. Mas aí você já diz logo no início.

Speaker: 00:52:41

Você optou por qual licença? Eu tirei de 150 Vou ficar com ele em ETL e fazer 5 meses,

Speaker: 00:52:47

E depois... Aí a minha mãe tá aqui com a gente, né?

Speaker: 00:52:50

A gente vai ter que segurar ele até um ano pra botar na creche.

Speaker: 00:52:56

Eu... Ó... Eu botaria com 5 meses, assim A minha mãe é que tá mais apaixonada

Speaker: 00:53:02

Que é que ele fica em casa Então ele vai ficar com a gente

Speaker: 00:53:04

Mas será que é fácil colocar crianças na creche aqui?

Speaker: 00:53:07

Não, a creche... Não sei, estou perguntando porque tem países que é bem difícil. A creche é outra novela.

Speaker: 00:53:15

Existem creches públicas, né? Eu cheguei a olhar algumas, mas o problema são as vagas.

Speaker: 00:53:25

Para você conseguir, tem uma lista de espera imensa. Você se inscreve lá e aí você vai ter

Speaker: 00:53:33

para ver se vai ter ou não vaga. O ano letivo inicia em setembro, então você vai saber só lá em setembro

Speaker: 00:53:41

os planos que você se inscreve agora em março, numa pré-inscrição. Você vai saber só lá mais próximo de setembro

Speaker: 00:53:45

se você conseguiu vaga ou não, porque aí vai depender das crianças que saíram, que cresceram, etc.

Speaker: 00:53:52

As privadas acontecem também de não haver vaga, por incrível que pareça, porque no Brasil a gente tem uma ideia

Speaker: 00:53:59

que se for privado sempre tem. Eu tinha essa ideia, por exemplo. E não, aqui não é sempre não.

Speaker: 00:54:05

Eles têm lá o tamanho, eles não aumentam aquele tamanho que eles podem comportar só porque você

Speaker: 00:54:10

quer possuir ele lá. Então, o que a gente fez? A gente conseguiu olhar algumas crestas aqui perto da minha casa.

Speaker: 00:54:20

E aí nós fomos lá, conhecemos, gostamos, e aí escolhemos uma e já fizemos uma pré-inscrição

Speaker: 00:54:27

pra ele entrar em setembro ou novembro.

Speaker: 00:54:29

Novembro ele faz um ano.

Speaker: 00:54:31

Mas em setembro ele vai ter 10 meses. Se...

Speaker: 00:54:37

A gente não tem certeza como ele vai estar, se ele vai estar bem desenvolvido, se ele já vai estar...

Speaker: 00:54:44

A moça mesmo da creche diz que é mais interessante colocar eles quando eles começam a andar

Speaker: 00:54:50

porque eles interagem mais, é melhor e tudo assim, mas se a gente precisar colocar ele

Speaker: 00:54:54

com 10 meses e talvez ele não esteja andando, também é possível.

Speaker: 00:54:57

Então a gente fica o inhaberto ainda da data que ele vai entrar, mas já escolhemos a creche e tudo.

Speaker: 00:55:02

Mas não é fácil não, você precisa olhar isso das vagas com bastante antecedência,

Speaker: 00:55:09

às vezes perto da sua casa não vai ter, você vai ter que procurar uma mais longe de casa.

Speaker: 00:55:14

Quando você trabalha fora, você pode tentar perto do seu trabalho, né?

Speaker: 00:55:17

Mas quando não, você vai ter que tentar em outro lugar.

Speaker: 00:55:20

A crédito que vocês escolheram, ela é paga, então? Privada, nós vamos pagar.

Speaker: 00:55:25

É privada? Sim. A empresa que vocês trabalham tem esse tipo de auxílio? É muito caro?

Speaker: 00:55:31

Eu não sei se o governo também dá algum tipo de auxílio para a criança.

Speaker: 00:55:36

Tem alguns lugares que tem esse tipo de ajuda?

Speaker: 00:55:39

Sim, aqui nós temos... Eles têm alguns abônus, que eles chamam, né?

Speaker: 00:55:43

O pré-natal todo mundo recebe, que é o abono antes da criança nascer, do terceiro mês ao nono mês você recebe.

Speaker: 00:55:53

Eu não lembro qual foi o valor para entender. Mas sim, recebe. Recebe um valor?

Speaker: 00:55:58

Por mês você vai receber um valor que é calculado de acordo com o seu escalão de rendimentos.

Speaker: 00:56:04

Eles utilizam a sua declaração de imposto de renda para descobrir qual é o seu escalão de rendimentos.

Speaker: 00:56:09

Se você pode ser do primeiro, segundo, terceiro, quarto ou quinto, se não me engano.

Speaker: 00:56:14

Aí tem uma lista de valores.

Speaker: 00:56:17

E aí, dos seus rendimentos, dividido pelo seu agregado, que são as pessoas que dispõem daquele rendimento, como você.

Speaker: 00:56:24

Aí eles fazem um cálculo e dizem qual é o seu agregado. Aí, constante aquele agregado, você vai receber um valor do governo todo mês.

Speaker: 00:56:34

Quanto maior o seu escalão, significa que você tem mais rendimentos,

Speaker: 00:56:38

menor esse valor. E se você tiver um quinto escalão, que seriam os rendimentos mais

Speaker: 00:56:43

mais alto você não recebe nada.

Speaker: 00:56:45

Aqui nós caímos no quarto escalão, então a gente recebeu um pouquinho.

Speaker: 00:56:52

Quanto foi? Eu não lembro. Acho que foram 50 euros.

Speaker: 00:56:55

Algo assim. Não foi muito, assim. Foi mais de 50 euros. Durante todo o período de gravidez.

Speaker: 00:57:02

Se você entrar depois de um tempo, você recebe ele retroativo, direitinho lá.

Speaker: 00:57:06

Depois com a criança nasce, tem o que eles chamam aqui de abono-família,

Speaker: 00:57:10

que aí é algo parecido com esse pré-natal.

Speaker: 00:57:13

Eles também calculam de acordo com o seu escalão, só que ele tem outros valores.

Speaker: 00:57:18

Esse a gente caiu também no 4º escalão, acho que foi... acho que é 60 e poucos.

Speaker: 00:57:25

É 67, alguma coisa assim, o valor que a gente recebe. Até atualizou recentemente, aumentou um pouquinho, porque daí muda o índice que eles usam para calcular,

Speaker: 00:57:35

aí atualiza esse valor e às vezes você muda de rendimentos e aí você muda de escalão,

Speaker: 00:57:41

você para de receber, provavelmente é o que vai acontecer com a gente,

Speaker: 00:57:44

porque quando... como o meu marido começou a trabalhar, vai mudar o nosso rendimento final lá pra Segurança Social,

Speaker: 00:57:51

provavelmente a gente não vai mais receber, mas...

Speaker: 00:57:54

Depende do seu escalão. E aí você recebe por mês esse valor.

Speaker: 00:58:00

Aí, depende do seu rendimento, tá qual o valor das creches. As creches públicas você também paga de acordo com o seu rendimento também.

Speaker: 00:58:07

Se você tiver o primeiro escalão, que são as pessoas que têm um rendimento menor, você não paga, mas depois você paga valores, vamos dizer, simbólicos

Speaker: 00:58:16

você não paga muito, mas paga. A creche que nós escolhemos aqui, a gente vai pagar 300 euros por mês.

Speaker: 00:58:25

Não é barato, mas... é, pra Portugal é um valor bem pesado é alto, é alto, não é barato, mas por que a gente escolheu? Ela é bem perto da minha casa,

Speaker: 00:58:36

É uma criança pequena, não tem muitas crianças, não vai ter crianças grandes, porque...

Speaker: 00:58:42

Aí eu tô falando do que eu li, porque eu ainda não tinha sido mãe, né?

Speaker: 00:58:47

Não sei como vai ser, mas pelo que eu li, é melhor que você tenha crianças menores,

Speaker: 00:58:52

a sua criança vai ter mais atenção.

Speaker: 00:58:55

Se tiver crianças muito grandes, podem brincar juntos, pode acontecer alguma coisa, pode,

Speaker: 00:58:59

machucar e etc. Então, se você puder, para ser uma criança menor e etc.

Speaker: 00:59:04

A gente escolheu essa e a gente mora numa região que não é assim...

Speaker: 00:59:10

Não tem muita criança, vamos dizer assim. E aí, corri o risco de não ter nem muita vaga lá também.

Speaker: 00:59:18

Então a gente já fechou pra já deixar resolvido, sabe? E Portugal tem isso, né? Portugal quer muito

Speaker: 00:59:23

que as pessoas tenham filhos, porque eles têm problemas com a natalidade, mas não tem vaga nas creches.

Speaker: 00:59:27

Como é que faz, né? Não sei. Tem que só resolver essa conta aí.

Speaker: 00:59:30

Tem uma estrutura, né? Pra que se...

Speaker: 00:59:36

As pessoas queiram ter, né? Porque se uma mãe, por exemplo, se você não tivesse uma rede de apoio.

Speaker: 00:59:42

Como que faria, né? Quem é que não tem uma rede de apoio, como que faz, né?

Speaker: 00:59:47

E é muito comum... Se não tem onde deixar a criança. É muito comum que as crianças entraram novinhos, com 4 meses, na creche mesmo.

Speaker: 00:59:53

Eu acompanho várias mães que precisaram porque elas não tinham opção.

Speaker: 00:59:57

Tinha mesmo que ser. Tem uma outra coisa que eles têm aqui, que são as amas.

Speaker: 01:00:00

Que são as babás, que é o que eles chamam de alma.

Speaker: 01:00:03

E a segurança social credencia algumas AMAs pra você deixar o seu bebê lá Elas podem pegar no máximo 4 crianças, se não me engano,

Speaker: 01:00:15

É um valor um pouco mais barato que a creche,

Speaker: 01:00:18

Você só tem que confiar na pessoa e deixar lá Aí é uma escolha sua

Speaker: 01:00:23

Porque nos lugares onde a creche não tem vaga e você não pode pagar o valor da creche privada

Speaker: 01:00:28

As vezes é o que tem que fazer, é a alma. Se você não tiver como rede de apoio, vai ter que ser a alma mesmo.

Speaker: 01:00:35

E aí tem essas que são denunciadas pela segurança social. Se não me engano, no site eles mesmos te dão uma listagem pra você avaliar e tudo lá.

Speaker: 01:00:43

E as crianças que são novinhas mesmo, com 4 meses, porque a maioria trabalha, a maioria

Speaker: 01:00:50

esmagador do trabalho.

Speaker: 01:00:52

Eu queria voltar um pouquinho, porque a gente falou da sua gravidez, mas não falou muito como que foi essa parte do acompanhamento.

Speaker: 01:00:58

Você até falou que a sua gravidez foi de risco, né? Sim, sim.

Speaker: 01:01:03

Que teve que ter um acompanhamento.

Speaker: 01:01:04

Isso foi pela saúde paga, particular ou pública? Como que é o sistema aqui?

Speaker: 01:01:12

Bom, a saúde pública em Portugal, ela tem passado por alguns momentos difíceis agora.

Speaker: 01:01:19

Mas no modo geral ela é boa, eu conheci muita gente que teve muita experiência boa, mas também teve experiência ruim.

Speaker: 01:01:26

A imigração é assim, é muito individual a experiência

Speaker: 01:01:29

Mas eu escolhi a privada porque eu queria uma obstetra O acompanhamento aqui, em geral é feito num centro de saúde

Speaker: 01:01:42

Ou então, enquanto a gravidez é de risco, eles encaminham já pro hospital da sua residência

Speaker: 01:01:46

E o hospital da minha residência não era um hospital que eu gosto, assim.

Speaker: 01:01:51

Eu pesquisei muito sobre os hospitais, sobre os hospitais que te oferecem parques humanizados, etc.

Speaker: 01:01:57

E o da minha residência não era um deles.

Speaker: 01:02:00

Então, eu não estava satisfeita com essa ideia de ter o bebê lá.

Speaker: 01:02:05

Aí, pesquisando possibilidades, eu encontrei uma obstétrica privada, que atendi por meu seguro-saúde.

Speaker: 01:02:14

Aqui é seguro saúde, não é plano de saúde como a gente conhece no Brasil, né?

Speaker: 01:02:17

A gente precisa sempre pagar uma parte do tratamento, mas é uma parte bem pequena, assim.

Speaker: 01:02:23

E aí, aí eu decidi ir na obstetra privada pra ver se eu ia gostar dela, porque o acompanhamento do centro de saúde ia ser com o hospital já.

Speaker: 01:02:33

Eu nem ia passar pelo centro de saúde, porque quando a sua gravidez não é de risco, você é acompanhada pelo centro de saúde por uma médica de família.

Speaker: 01:02:41

Nem é um obstetra. Você vai ter contato com o obstetra, mas no fim da gravidez, que é quando eles vão olhar quando é que você vai ter o bebê,

Speaker: 01:02:49

se tá tudo bem com o bebê pra ele nascer, qual via vai nascer e tudo, eles sempre preferenciam

Speaker: 01:02:53

Então, aqui é o passo natural também.

Speaker: 01:02:57

Só fazem cesariana em casos onde realmente é muito necessário Então, não tinha... eu não estava satisfeita assim, não estava me sentindo segura com esse acompanhamento

Speaker: 01:03:07

Aí, conheci uma observatória privada, que eu gostei bastante.

Speaker: 01:03:11

E eu tive que ser acompanhada também por outra médica Que era uma médica de... aqui tem uma especialidade que chama Medicina Interna

Speaker: 01:03:18

Eu não lembro no Brasil alguma coisa que seja correspondente,

Speaker: 01:03:23

Mas ela era uma médica que foi... que trabalhou muitos anos aqui numa das maternidades públicas aqui.

Speaker: 01:03:32

Eu descobri ela pesquisando em fóruns de grávidas.

Speaker: 01:03:36

Eu sou pessoa que pesquisa muito, infelizmente, não é bom sempre.

Speaker: 01:03:40

Mas eu encontrei ela... Então, deixa eu pegar...

Speaker: 01:03:42

Senhora, você precisa por causa do tipo de médica.

Speaker: 01:03:44

Quando a gente fala médico da família, é o nosso clínico geral, né?

Speaker: 01:03:47

É, sim. É, certo?

Speaker: 01:03:49

Eu nunca perguntei, mas eu sempre assumi.

Speaker: 01:03:52

Porque quando a gente vai fazer alguma coisa sempre com o médico da família, sempre te vê como o mesmo.

Speaker: 01:03:55

Então é isso. Eu acho que sim.

Speaker: 01:03:58

É um conceito, eu acho, na verdade, que em São Paulo tinha esse conceito. Ah, tá.

Speaker: 01:04:06

No hospital, quando eu trabalhava lá em São Paulo, tinha clínicas dentro da empresa e tinha o conceito de médico de família.

Speaker: 01:04:13

Que é um médico que ele realmente vai ter toda a história, que ele vai fazer exames desde o coração até...

Speaker: 01:04:21

E ele que vai redirecionar seria o clínico geral? Mais ou menos.

Speaker: 01:04:26

Só que tem um acompanhamento para cada pessoa. Aquele médico vai ter um grupo de famílias.

Speaker: 01:04:31

É, acho que é por aí.

Speaker: 01:04:33

Mais ou menos. Tá bom, tá bom. Aqui eles têm esse perfil também.

Speaker: 01:04:40

E a medicina interna é como se fosse um médico de família, assim, que ele consegue ver todo o contexto.

Speaker: 01:04:50

Mas ele olha bastante aquelas doenças que são mais, vamos dizer assim...

Speaker: 01:04:55

Relacionadas. Por exemplo, quem tem problemas circulatórios geralmente tem algum problema no

Speaker: 01:05:00

sangue, geralmente tem colesterol, geralmente tem ali uma outra coisa junto, então ele olha todas

Speaker: 01:05:07

as doenças, entendeu? A minha, no meu caso, foi porque eu já sou hipertensa já, há muitos anos,

Speaker: 01:05:13

de família, e eu tinha diabetes gestacional, que é uma doença que às vezes aparece durante a,

Speaker: 01:05:19

gravidez. E eu tinha desde o primeiro trimestre, então eu precisava controlar bastante os meus,

Speaker: 01:05:25

e aí eu podia só com obstetra, mas é legal você ter uma outra médica que olhe tudo isso junto,

Speaker: 01:05:31

porque já era hipertensa também. E aí eu fui procurar uma obstetra também que fosse bastante

Speaker: 01:05:35

experiente, porque eu queria alguém que estava bastante insegura, com medo e tudo assim. Então.

Speaker: 01:05:41

Eu fui acompanhada por essas duas. Então eu tinha todo mês as duas. No início da gravidez eu tive

Speaker: 01:05:48

bastante dificuldade com a diabetes sensacional, então eu ia mais vezes na medicina interna,

Speaker: 01:05:53

porque ela precisava me ajudar, a gente precisava trocar o tratamento quando não dava certo,

Speaker: 01:05:58

então assim, tinha muito a ver com alimentação, mas eu precisava tomar medicamentos, etc

Speaker: 01:06:02

então a gente ia lá e trocava o medicamento, a dosagem certa, então eu precisei ir mais vezes,

Speaker: 01:06:09

depois que eu cheguei ali pelo quarto, que tudo mesmo assim, aí ficou tudo estável e fui bem até o final da gravidez Não precisei mais...

Speaker: 01:06:16

Assim, foi bem tranquila, bem mesmo mas sempre fui bem acompanhada e todo mês fazia os exames,

Speaker: 01:06:24

fazia ultrassons, que é o que eles chamam de ecografias,

Speaker: 01:06:29

fazia as ecografias Se você faz acompanhamento pelos médicos particulares, os exames também são pagos?

Speaker: 01:06:36

Tudo fica no particular? Sim, fiquei tudo no particular, sim Eu acho que se eu fosse...

Speaker: 01:06:41

Eu acho que se fosse o oposto, se você fosse na clínica e o médico de família, que é público, te recomendasse, você poderia ir no particular com a co-participação do governo.

Speaker: 01:06:58

Isso. O oposto pode ser feito. Mas quando já vem direto do particular, você tem que pagar por tudo, certo?

Speaker: 01:07:05

Sim. Você gastou um dinheirinho.

Speaker: 01:07:08

Foi uma gravidez um pouco cara. Foi sim, gastei um dinheirinho sim.

Speaker: 01:07:14

Mas olha, com o seguro saúde eu consegui levar bem, assim, porque eu gastava, vou botar uma média de valores assim,

Speaker: 01:07:23

as consultas eram 15 euros toda vez que eu ia.

Speaker: 01:07:26

As ecografias eram mais 8 euros por aí, porque na minha gravidez, como a minha obstetra tinha

Speaker: 01:07:34

com aparelho de ecografia no próprio consultório, eu fazia toda vez que ia lá.

Speaker: 01:07:39

Então, fiz ali mais 8 euros assim e exames mais uns 20, porque eram sempre as mesmas análises sanguíneas, sabe?

Speaker: 01:07:47

Então, eles repetiam as mesmas análises de vez em quando pra poder ir acompanhando.

Speaker: 01:07:52

E então, era mais ou menos uns 50 todo mês, não foi tão caro, poderia ser muito mais, mas não foi.

Speaker: 01:07:58

É, é. É o valor de um ginásio bom, hein? Ginásio mais caro.

Speaker: 01:08:03

Não foi nem o...

Speaker: 01:08:08

Creche né? creche, a creche, sim. acabou saindo o valor que o governo te deu todo mês,

Speaker: 01:08:15

sim, foi para pagar os exames. o que pesou para nós foi o parto, que eu paguei uma parte,

Speaker: 01:08:22

tive que pagar uma parte de parto. então, eu queria perguntar, o parto foi pago e foi no hospital particular

Speaker: 01:08:27

porque eu tô aí, tô perguntando, tô fazendo um mini curso aqui com a Carol agora no podcast, tá gente?

Speaker: 01:08:33

É a pergunta, já aproveitando para fazer o minicurso, mas é no sentido de que eu ouvi e até portugueses já me falaram isso, o pessoal do meu time, que aliás é muito experiente, eles têm muitos filhos, e eles falaram assim, se você for ter filho um dia você tem que ir para o hospital público.

Speaker: 01:08:53

Não, mas e se eu quiser pagar? Não, não adianta. Eu fiquei sem entender. Eles basicamente explicaram,

Speaker: 01:09:03

que mesmo que você se você passar mal ou precisa de algum socorro, eles não têm a estrutura no

Speaker: 01:09:08

particular que tem no público, então eles vão te encaminhar para o público no final das contas.

Speaker: 01:09:15

Mesmo você pagando. Eu fiquei sem entender nada. Tudo bem que o seu caso era um caso já que ia

Speaker: 01:09:21

de cesárea por conta dos riscos, né? Diabetes gestacional, geralmente, a maioria é cesárea.

Speaker: 01:09:29

Não, então, não. Aí que tá. Todo mundo é enganado nessa. Não. A minha via de parte

Speaker: 01:09:34

preferencial era a parte natural mesmo. Porque pra você fazer uma cirurgia numa pessoa que

Speaker: 01:09:39

tem diabetes gestacional é pior, sabe? A questão do diabetes gestacional é, que a

Speaker: 01:09:44

minha obseta começou comigo. Quando você tem que tomar medicamento, se você não entrar

Speaker: 01:09:50

trabalho de parto naturalmente até as 39 semanas, aí é preciso induzir o parto.

Speaker: 01:09:56

Porque aí começa a ficar perigoso. Mas até as 39 semanas, se o bebê não estiver crescendo demais, porque o grande problema da diabetes assassinal são os

Speaker: 01:10:04

bebês grandes, são os bebês enormes, muito grandes. Como o meu bebê não estava, estava

Speaker: 01:10:10

dando os parâmetros para a idade dele e tudo, então assim, não tinha perigo, a gente

Speaker: 01:10:14

A gente podia levar até os 39.

Speaker: 01:10:16

Aí, qual é a questão do público aqui? Os hospitais particulares, inclusive, aqui, eles não aceitam receber grávidas,

Speaker: 01:10:24

com menos de 32 semanas, por causa das UTIs neonatais.

Speaker: 01:10:29

Eles não aceitam, inclusive porque as UTIs neonatais ficam muito caras no privado.

Speaker: 01:10:33

Muito, muito caras. A minha obstética mesma não tinha me dito.

Speaker: 01:10:36

Se você entrar em trabalho de parto antes das 32 semanas, você vai pro público.

Speaker: 01:10:42

A gente conversou sobre isso, escolhemos um hospital, cheguei aí, conheci um hospital

Speaker: 01:10:46

público para poder me direcionar lá caso fosse preciso e tudo. Mas em termos de

Speaker: 01:10:54

vamos dizer assim, de estrutura, é mais para criança, para as UTIs neonatais,

Speaker: 01:11:01

porque para fazer a cirurgia, se fosse necessário ou ter o parto normal, os.

Speaker: 01:11:06

Os privados também têm. É uma questão que, nos privados, existem mães que escolhem a via de parto,

Speaker: 01:11:14

elas escolhem fazer cesariana, entendeu?

Speaker: 01:11:16

E no público, não é possível escolher a via de parto.

Speaker: 01:11:20

Você vai sempre ser assim, vai ser...

Speaker: 01:11:23

Se chegar a data, vai induzir ou você vai entrar em trabalho de parto naturalmente.

Speaker: 01:11:28

Se o parto estiver sendo complicado, se houver indicações ali no meio do trabalho de parto,

Speaker: 01:11:33

Você vai fazer uma cesariana, mas você não tem como escolher a via de parto

Speaker: 01:11:38

E os obstetras privados, se você combinar com ele, ele vai aceitar Ele vai marcar a cesariana e fazer, entendeu?

Speaker: 01:11:44

É por isso que as pessoas, às vezes, escolhem o privado Eu só escolhi o privado, mas porque eu queria ficar com a minha obstetra,

Speaker: 01:11:52

Porque o que ia acontecer?

Speaker: 01:11:54

Eu fui acompanhada no privado e a minha obstetra já não atende nenhum hospital público,

Speaker: 01:12:00

Então, eu não tinha como encontrar ela em algum hospital público,

Speaker: 01:12:04

e eu ia ter que ter o meu parto com uma obstetra que eu não conheço, não foi ela que me acompanhou, sabe?

Speaker: 01:12:09

Então, era mais uma segurança minha, mesmo sabendo que eu ia ter que pagar uma parte do parto,

Speaker: 01:12:13

e eu decidi fazer só porque eu fiquei insegura mesmo.

Speaker: 01:12:17

Cheguei a conhecer um hospital... O seguro, ele cobre, então, uma parte?

Speaker: 01:12:22

Cobre uma boa parte. Não necessariamente que você precisa pagar tudo.

Speaker: 01:12:25

Dependendo da sua modalidade de seguro, inclusive, ele paga quase tudo.

Speaker: 01:12:28

A franquia é baratinha, 200 euros, algo assim, baratinha, né?

Speaker: 01:12:34

É um valor pagável, sabe? Não são 10 mil euros, né? Não, é um valor pagável.

Speaker: 01:12:39

O seguro que eu tenho pela empresa é que não pago tudo. Então eu paguei mil e poucos, 1200 euros, algo assim.

Speaker: 01:12:45

Foi me preparando pra isso, enquanto eu era grávida, porque eu sabia que eu ia ter que pagar.

Speaker: 01:12:49

É possível você saber antes também, sabe?

Speaker: 01:12:52

Você liga lá no seguro, ou então você acompanha as suas coberturas,

Speaker: 01:12:57

você tem como entrar em contato com o hospital descobre quanto é que é o valor ele te fala

Speaker: 01:13:01

isso também é um ponto né você mudou de empresa quando você mudou de empresa trocou o seguro?

Speaker: 01:13:06

Trocou o seguro mas eu não tive carência não tive

Speaker: 01:13:12

aqui eles tem uma coisa interessante que se você trocar de seguro mas você pegar uma carta,

Speaker: 01:13:18

não sei o nome declaração da saúde uma coisa você é isento dessa carência Então eu não tive carência

Speaker: 01:13:28

Aí, você é possível saber o valor antes, então você vai se preparando se for o caso, sabe?

Speaker: 01:13:33

Os públicos são bons os hospitais aqui, isso é verdade Os hospitais são bons,

Speaker: 01:13:39

Mas eu só fiquei insegura porque a minha biceps não ia estar lá, sabe?

Speaker: 01:13:45

Eu me afeiçoei muito a ela, eu passei uma situação...

Speaker: 01:13:51

Enquanto eu estava grávida, a minha cunhada, esposa do irmão do meu marido, estava grávida também

Speaker: 01:13:59

E ela sofreu pré-câmpus com 29 semanas, o meu sobrinho nasceu com 29 semanas,

Speaker: 01:14:05

E eu estava grávida, e eu já tinha pressão alta E aí, assim, o que aconteceu comigo? Fiquei doida, né?

Speaker: 01:14:11

Falei, vai acontecer comigo, certamente, vai acontecer, não vai dar certo e o neném vai, sabe?

Speaker: 01:14:16

Meu sobrinho tá super bem, graças a Deus, mas foi uma barra, sabe?

Speaker: 01:14:20

Foi uma barra. Ele ficou dois meses na UTI e na Natal. Foi uma barra mesmo.

Speaker: 01:14:25

Então eu fiquei muito insegura nessa época. Então eu me ofecioei muito a minha obstécula porque ela me tranquilizava

Speaker: 01:14:31

de todas as formas possíveis pra eu ficar calma.

Speaker: 01:14:33

Que a gente tava acompanhando tudo, que tava dando tudo certo, etc.

Speaker: 01:14:37

Então eu não queria que ela não estivesse lá, sabe? Eu tava assim, bem...

Speaker: 01:14:41

Estava bem assim, com medo mesmo de ela não estar lá. Então foi por isso que eu optei pelo privado,

Speaker: 01:14:50

porque eu conheci os hospitais públicos e eles são bons, eles têm boas, boas...

Speaker: 01:14:54

É possível escolher qual o hospital que você vai se direcionar, né? Eles não podem te recusar,

Speaker: 01:15:04

porque você não é daquela área, né? Exatamente. Eles têm que te atender. Deixa eu perguntar uma

Speaker: 01:15:10

o teu filho nasceu já com a cidadania portuguesa já ele é português sim ele é português já foi

Speaker: 01:15:18

registrado direitinho ele é português curiosamente tem aqui para você registrar o bebê você tem que

Speaker: 01:15:24

levá-lo ao cartório então com cinco dias de vida o meu bebê foi um bebê assim não é isso sabe

Speaker: 01:15:34

Fiquei pensando nisso exatamente quando tive que levá-lo.

Speaker: 01:15:36

Mas eu cheguei lá no cartório, ele se chama Pedro, aí ela...

Speaker: 01:15:43

Ah, esse é o bebê, como ele chama a gente? Ele chama Pedro, então ela olhou pra ele, ela olhou de fato pra ele, assim, tipo, realmente tem um bebê ali dentro

Speaker: 01:15:50

Aí ela foi explicar pra gente como funcionava e tudo, porque ela tem que explicar que a gente tá concordando em registrar o bebê,

Speaker: 01:16:03

Que ele vai ser português, que a gente não tá a serviço do Estado brasileiro, porque acho que não poderia se fosse,

Speaker: 01:16:10

e então tem que fazer tipo um discurso, sabe?

Speaker: 01:16:12

Pra gente concordar e depois você assina lá e diz que concorda sim, eu concordo com aquilo ali,

Speaker: 01:16:19

e aí ela faz o registro dele ele tem aquele cartãozinho da União Europeia?

Speaker: 01:16:25

Ele tem o cartão cidadão, esse que você tá falando é, é, de europeu mesmo

Speaker: 01:16:32

isso, e teve que tirar a foto recém-nascida, muito bonitinha a foto, inclusive porque ele tava dormindo.

Speaker: 01:16:37

E a gente não conseguia direcionar ele na foto.

Speaker: 01:16:40

Costou conseguir, mas ele tem tudo. Aí ele já sai com todos os números que a gente, quando chega, precisa fazer, sabe?

Speaker: 01:16:47

Já tem o cartão cidadão, já tem o utente, já tem tudo. O número da saúde, já tem o NIF, já tem tudo.

Speaker: 01:16:54

Tudo certinho.

Speaker: 01:16:55

Mas ele tem a... ele também tem a certidão brasileira? Eu não sei como que...

Speaker: 01:17:00

Ó, a gente não fez ainda, né? Mas a gente vai fazer.

Speaker: 01:17:03

A gente não fez... Mas ele tem direito, né? Sim.

Speaker: 01:17:06

Sim, pelo que eu li. Mas tecnicamente se você entrar com ele no Brasil ele entra como turista, então.

Speaker: 01:17:11

Ele é portugues. Ele não tem passaporte ainda, mas...

Speaker: 01:17:16

Flamoça, ele só pode ficar aqui durante três meses, senão ele vai estar ilegal no país.

Speaker: 01:17:22

Curioso, né? Sim, ele já tem. Interessante, interessante.

Speaker: 01:17:28

É, e aí que tem toda uma burocracia, e esse processo de volta pra pegar a certidão brasileira, né, o CPF,

Speaker: 01:17:39

É um processo humoroso que também a gente não percebe, mas a gente nasceu no Brasil, isso já tava lá,

Speaker: 01:17:45

Mas que eu percebo quando a pessoa tem o filho fora e vai tentar fazer esse processo ao contrário é bem complexo.

Speaker: 01:17:54

Aqui nós precisamos ir ao consulado, não precisa levar o bebê, é melhor.

Speaker: 01:18:00

E aí você vai lá e precisa preencher o formulário, levar os documentos dos pais e pronto. E aí levar.

Speaker: 01:18:08

Aqui tem uma questão também, se você tiver o filho no hospital público,

Speaker: 01:18:13

a maioria deles tem um balcão cidadão, que é o nome, onde você pode ir lá mesmo registrar.

Speaker: 01:18:19

Os hospitais privados aqui não tem.

Speaker: 01:18:21

E aí você precisa ir lá no cartório, aqui chama notário, né?

Speaker: 01:18:27

Que é o... Como é? Registro de... Registro natural, algo assim que é o nome.

Speaker: 01:18:31

E aí você leva o bebê lá pra ver.

Speaker: 01:18:36

E quantos meses que teu filho tem? Ele vai fazer quatro meses semana que vem.

Speaker: 01:18:40

Tem três mesinhos... Quatro meses.

Speaker: 01:18:43

Music.

Speaker: 01:18:50

Que a sua mãe tá aí, né? Ainda tem a questão da sua mãe, né?

Speaker: 01:18:54

É, sua mãe, eu não sei se ela tá morando aqui ou não, mas acaba sendo uma rede de apoio e eu imagino,

Speaker: 01:19:01

que seja uma grande rede de apoio pra um casal, né? Que trabalha e, enfim, pra rotina, né?

Speaker: 01:19:09

São seis mãos ao invés de quatro e tudo se torna um pouco melhor.

Speaker: 01:19:14

Eu não sei o quanto isso, como que tá sendo a questão perpério, porque por mais que você tenha a sua mãe próxima,

Speaker: 01:19:24

eu acho que rede de apoio não é só você ter alguém que você conhece, porque às vezes as opiniões não são as mesmas,

Speaker: 01:19:32

o que você quer pro seu filho às vezes não é o que a sua mãe quer, enfim, a convivência não deve ser,

Speaker: 01:19:39

a mesma situação aqui, então assim, por mais que meu marido seja um santo, se dê super bem com a minha mãe, enfim,

Speaker: 01:19:46

é uma pessoa diferente, né, ali do casal, opinando, dando, né, e como que tá sendo, se você tem rede de amizades,

Speaker: 01:19:57

de, você fala que você lê, mas como que é essa questão do ser mãe, né, se você procura,

Speaker: 01:20:06

Aonde você procura apoio e como tá sendo essa fase do Puerpério?

Speaker: 01:20:10

Olha, o Puerpério é muito doido, viu? Muito doido, é um sentimento muito doido, assim.

Speaker: 01:20:18

No início, quando eu cheguei em casa com o bebê, uma sensação enorme de meu Deus, o que que eu faço com esse bebê aqui agora, sabe? Meu Deus do céu.

Speaker: 01:20:28

E aí vai passando, você vai aprendendo, vai entendendo. A minha mãe ajuda super.

Speaker: 01:20:33

Nossa, é uma... sabe? Especialmente no gerenciamento da casa, porque se eu tivesse que fazer tudo,

Speaker: 01:20:39

eu não sei como seria, sinceramente. E Diego não teve licença. Então, assim, ia ser difícil.

Speaker: 01:20:44

A gente ia conseguir, certamente, mas ia ser mais difícil. Ela ajuda muito.

Speaker: 01:20:47

Mas, né, como toda mãe, opina bastante.

Speaker: 01:20:52

Mais, de sofrer não é o sucesso.

Speaker: 01:20:56

E nós somos criados de modos muito diferentes também, né? Tipo assim, hoje em dia a gente tem vários...

Speaker: 01:21:03

A gente tem mais estudos sobre o que funciona pro bebê, o que não funciona.

Speaker: 01:21:07

A minha mãe não tinha tanta informação na época, sabe? Então ela fez de acordo com as informações que ela tinha, sabe?

Speaker: 01:21:13

Então hoje em dia, ela acaba que aprende muitas coisas também comigo.

Speaker: 01:21:16

Porque assim, eu pesquiso sobre o assunto, converso com a minha pediatra.

Speaker: 01:21:20

A minha pediatra, encontrei a minha pediatra brasileira, que eu gosto bastante também.

Speaker: 01:21:23

A nível cultural faz diferença, ser uma pediatra brasileira, sabe?

Speaker: 01:21:28

Faz bastante diferença. E ela é muito, assim, atenciosa.

Speaker: 01:21:33

Eu, como mãe de primeira viagem, o neném dá uma tosse e eu já fico, né?

Speaker: 01:21:37

Meu Deus, o que que tá acontecendo?

Speaker: 01:21:39

A gente já começa a perceber se ele tá bem, se ele não tá e tal.

Speaker: 01:21:42

Então, assim, ela me responde, eu mando o vídeo, ela vê, ela avalia, fala não, não precisa trazer, se ela achar que precisa levar, ela fala, traz ele aqui.

Speaker: 01:21:51

Então, assim, não é fácil não, sabe? É uma rede de apoio que custa alguma coisa.

Speaker: 01:21:59

Custa sim, mas ajuda muito. Não vou dizer pra você que não ajuda, porque ajuda.

Speaker: 01:22:04

Eu conheço muitas mulheres que foram mães junto comigo, com diferença de poucos meses,

Speaker: 01:22:11

então a gente conversa bastante. Muitas delas eu só conheço pela internet,

Speaker: 01:22:15

porque elas moram no Brasil. Outras moram em outros países, então, assim,

Speaker: 01:22:20

conheço elas pela internet, mas ajuda muito escutar.

Speaker: 01:22:25

Quando a gente tá ali preocupado, ansioso, sabe? Por exemplo, eu tive muitos problemas com a amamentação no início,

Speaker: 01:22:35

foi muito difícil a amamentação pra mim, tudo.

Speaker: 01:22:37

Então foi legal conversar com outras mães que tiveram também as mesmas coisas,

Speaker: 01:22:41

Porque tem coisas que ninguém te conta, sabe?

Speaker: 01:22:44

Você pode estudar muito, ler sobre tudo e etc. Mas tem coisas que ninguém te conta.

Speaker: 01:22:51

Por exemplo, o bebê chora muito nos primeiros meses. Isso é normal.

Speaker: 01:22:54

E eu ficava, meu Deus, esse bebê tem alguma coisa errada. Ele chora muito.

Speaker: 01:22:57

Meu Deus, por que ele chora tanto? Eu tô fazendo alguma coisa errada.

Speaker: 01:23:01

E aí você pensa, não, é normal, ele vai chorar. Ele não sabe fazer outra coisa.

Speaker: 01:23:04

Fica calmo. Você vai entendendo o que ele vai precisando. Calma, tudo.

Speaker: 01:23:08

Então, assim, é um sentimento muito doido, assim.

Speaker: 01:23:11

O que eu fiz agora que o bebê tá chorando? O que eu fiz agora? Agora ele dormiu muito, agora ele dormiu pouco. E agora? Tá certo, tá errado, sabe?

Speaker: 01:23:18

Essa mente, esse sentimento muito doido, assim.

Speaker: 01:23:21

A minha mãe ajuda muito, mas é uma ajuda que custa às vezes, viu?

Speaker: 01:23:24

Mas tem que encontrar, tá? É aquilo que você falou, encontrar uma profissional, que nem você encontrou

Speaker: 01:23:30

uma pediatra brasileira, eu acho que faz total diferença, assim.

Speaker: 01:23:34

Sim, faz. Porque realmente, se você vai pra um médico que... É uma outra cultura, né?

Speaker: 01:23:39

Existe muito aquela coisa de dizer que existe o jeito da mãe latina.

Speaker: 01:23:44

Eu não sei o que é, mas existe, não sei se as mulheres que são da América Latina são mais preocupadas,

Speaker: 01:23:53

o que que acontece, mas existe uma mudança cultural e aí você encontra,

Speaker: 01:23:58

acaba sendo também parte de sua rede de apoio esse tipo de profissional.

Speaker: 01:24:02

Sim, foi, foi sim. Eu não sei dizer pra você se eu senti diferença nesse sentido assim, de como as portuguesas tratam os filhos ou... não sei, assim.

Speaker: 01:24:14

Mas eu sinto diferença no quanto é atenciosa a minha pediatra.

Speaker: 01:24:21

Porque é muito comum, por exemplo, os pediatras não darem o contato para os pais.

Speaker: 01:24:25

Do telefone ou só responderem por e-mail, sabe? Mas eu acho que eu ficaria bem nervosa se eu tivesse que,

Speaker: 01:24:32

tratar com o pediatra do meu filho sentindo alguma coisa só por e-mail, sabe?

Speaker: 01:24:36

Eu acho que eu ia ficar, meu Deus do céu, ele não vai ler isso? Não?

Speaker: 01:24:39

Pelo amor de Deus, qual hora ele vai me responder? Eu acho que eu ficaria, sabe, bem agitada.

Speaker: 01:24:43

Então ela é super solista. Sempre que ela vê, ela...

Speaker: 01:24:46

No início, a gente teve uns probleminhas de ganho de peso, então eu levei lá mais vezes.

Speaker: 01:24:50

Um dia ela me ligou, ó.

Speaker: 01:24:52

Tá tudo indo bem, pode ficar tranquila, eu tenho acompanhada aqui os pesos, sabe?

Speaker: 01:24:56

Então assim, fez diferença pra mim sim, me tranquilizou bastante.

Speaker: 01:25:00

Nas consultas ela conversa muito comigo também, porque assim, a mãe é meio que esquecida, sabe?

Speaker: 01:25:07

Tipo, todo mundo tá preocupado com o bebê, a mãe é meio que, tá ali só dando mamar, resistindo, sabe?

Speaker: 01:25:13

Então, ela conversa muito comigo, como é que eu tô me sentindo, como é que vai ser a minha volta ao trabalho

Speaker: 01:25:19

se a gente vai ter que dar leite artificial, se a gente vai conseguir manter a amamentação.

Speaker: 01:25:26

Aqui eu fui fazer uma consulta pré-natal, pra conhecer ela antes de ele nascer, pra

Speaker: 01:25:31

saber se eu queria continuar com ela.

Speaker: 01:25:33

Então ela sempre foi muito aberta comigo, você vai querer amamentar, você não vai,

Speaker: 01:25:38

como vai ser pra você a volta do trabalho, ele vai logo pra creche, você trabalha como

Speaker: 01:25:44

autônoma, pra gente poder montar uma... pra gente poder mandar uma rotina pro bebê, sabe?

Speaker: 01:25:51

Ter um plano de como vai acontecer essa volta.

Speaker: 01:25:55

Então assim, me senti muito apoiada por ela também, gosto muito dela.

Speaker: 01:26:01

Eu não tenho muitas amizades aqui, eu falhei nesse ponto. Mas na verdade, logo que eu ia começar a encontrar as pessoas, eu conheci muita gente que mora aqui,

Speaker: 01:26:12

mas eu não encontro com eles, inclusive com você, não encontrei ainda, por exemplo.

Speaker: 01:26:15

Encontro com as pessoas, sabe?

Speaker: 01:26:18

Mas, quando eu ia começar a se solidificar mais, veio a pandemia.

Speaker: 01:26:23

Ficamos todos presos, né?

Speaker: 01:26:25

Então, agora a gente tá voltando aí devagar pra fazer essa...

Speaker: 01:26:28

Sim, e agora teve o bebê, o Puerperi, toda uma rotina nova.

Speaker: 01:26:33

Agora você vai voltar em breve a trabalhar mais uma coisa na rotina,

Speaker: 01:26:38

até orquestrar tudo, né?

Speaker: 01:26:41

Sim. casa, serviço, filho...

Speaker: 01:26:44

Com certeza somos privilegiados de poder trabalhar de casa, então assim, não tem nem como imaginar, né, o tanto de privilégio, mas com grandes poderes, vem grandes responsabilidades.

Speaker: 01:26:56

Já dizia lá o moço do Homem-Aranha. E aí, com o fato de você estar trabalhando de casa com uma criança, também implica que o seu cérebro está o tempo inteiro sendo requisitado de dois caminhos, né, diferentes.

Speaker: 01:27:11

Então, sobrecarrega muito mais, você imagina E como você deve estar agora pensando, né?

Speaker: 01:27:18

Porque daqui a pouco volta aquela rotina, né? Então dá aquela ansiedade, aquela coisa,

Speaker: 01:27:23

Todos os dias eu peço, todos os dias Porque ao mesmo tempo que eu tô sentindo muita falta de ser alguma coisa além de ser mãe, sabe?

Speaker: 01:27:32

Hoje em dia eu sou mãe 24 horas por dia, sabe? Então, eu sinto falta de ser outra coisa, de ser profissional,

Speaker: 01:27:40

Também, ao mesmo tempo que eu sinto falta disso, eu fico me perguntando que tipo de profissional eu vou ser,

Speaker: 01:27:46

Porque eu vou ter uma outra grande parte da minha vida, né?

Speaker: 01:27:50

Eu vou ter duas coisas ali concomitantes Muitas vezes o meu filho vai ser a minha prioridade, como que vai ser essa volta, sabe?

Speaker: 01:27:57

Então eu penso muito nisso,

Speaker: 01:27:58

Tava brincando com uma colega outro dia que, inicialmente, no início eu ficava pensando assim

Speaker: 01:28:03

Ai meu Deus, será que eu ainda sei fazer um IFE?

Speaker: 01:28:06

Hoje em dia eu não sei nem se eu sei ligar o computador mais Porque realmente a minha cabeça já está toda tomada por outros assuntos, etc.

Speaker: 01:28:13

Então não sei como vai ser. É o meu grande desafio agora, pensar como vai ser essa volta.

Speaker: 01:28:19

Me tranquilizar para que essa volta seja o melhor possível também.

Speaker: 01:28:24

Porque a gente fica muito ansiosa e às vezes não é tão ruim como foi quando eu contei com a gravidez, como é que foi.

Speaker: 01:28:28

Então às vezes nem vai ser tão ruim quanto eu penso.

Speaker: 01:28:31

Mas tenho pensado todos os dias.

Speaker: 01:28:34

Sim, tem o episódio com a Thaisa. Tu falou que está no meio, no final ela vai contar a experiência dela

Speaker: 01:28:41

de como que foi essa volta ao trabalho e como, dependendo da cultura do país e também da

Speaker: 01:28:48

empresa, acaba influenciando positivamente ou negativamente.

Speaker: 01:28:52

Então espero que a tua continue positivo como foi no primeiro momento da gravidez.

Speaker: 01:29:00

E pra fechar, eu queria que tu deixasse também, avaliasse tua experiência em geral em Portugal,

Speaker: 01:29:09

tem bastante coisa diferente em quatro anos.

Speaker: 01:29:12

E o que que tu aprendeu nesse tempo falando de e aí fica totalmente aberto para te pensar,

Speaker: 01:29:18

se foi a chegada, foi a pandemia, foi a gravidez, foi o pós gravidez.

Speaker: 01:29:24

O que que tu deixaria de conselho para se fosse a Carolina lá atrás que estivesse pensando em vir para o Portugal agora, o que que tu aprendeu

Speaker: 01:29:32

que tornaria a experiência um pouco diferente ou melhor?

Speaker: 01:29:36

Eu acho que eu devia confiar mais no meu instinto também, principalmente, de achar que... de estar

Speaker: 01:29:47

sentindo que vai dar certo, fica calma, vai dar certo, porque dá certo. Às vezes parece que não

Speaker: 01:29:51

dá, mas dá certo, sabe? A preparação que eu fiz foi muito importante quando cheguei, porque não

Speaker: 01:29:58

cheguei com as expectativas elevadas e não me frustrei tanto. O que me frustrei era possível,

Speaker: 01:30:04

assim que era a vida profissional é possível a gente recalcular a rota e encaminhar mas com o

Speaker: 01:30:10

país eu não me frustrei fiquei feliz eu gosto muito daqui é ter uma vida confortável gosto bastante

Speaker: 01:30:17

das pessoas, tive sempre boas experiências.

Speaker: 01:30:23

O que eu diria pra mim mais? Deixa eu ver. Eu acho que eu diria ficar calma, porque,

Speaker: 01:30:28

nesse turbilhão de coisas que foram acontecendo, muitas vezes eu me sentia um pouco desamparada, desesperada e deu certo.

Speaker: 01:30:37

Eu podia ter aproveitado mais o caminho, não só o destino final, vamos dizer assim.

Speaker: 01:30:45

Acho que era isso que eu diria pra mim. Fica de lição pra o que tu tava falando antes, né?

Speaker: 01:30:50

É agora que tá gerando essa ansiedade.

Speaker: 01:30:52

É fácil falar, é difícil colocar na prática, senão ninguém tinha ansiedade na vida, né?

Speaker: 01:30:57

Mas acho que fica a experiência pra ti, que eu tenho certeza que vai dar certo,

Speaker: 01:31:02

ainda mais tendo uma empresa legal.

Speaker: 01:31:05

Não sei como que era a outra, que tu gostava bastante das pessoas também,

Speaker: 01:31:07

então talvez fosse a mesma, né? Mas acho que sempre que a gente tá num lugar

Speaker: 01:31:11

que as coisas são boas, eu fico muito nesse momento gratidão, né?

Speaker: 01:31:14

De pensar, cara, que legal que tô passando por isso nesse lugar que faz as coisas um pouco mais fáceis.

Speaker: 01:31:21

Sim.

Speaker: 01:31:23

É bom relembrar que tudo que tentamos fazer, conseguimos fazer.

Speaker: 01:31:26

Achamos que não íamos conseguir, mas olha pra trás, deu tudo certo até aqui.

Speaker: 01:31:31

Então, às vezes, a gente tem que ficar meio que usando isso como um mantra, principalmente

Speaker: 01:31:35

quando você tá nessa vida de imigrante, que é uma coisa que não é tão simples,

Speaker: 01:31:43

E tudo é aquilo que você falou, né? Não é fácil ter filho em nenhum lugar do mundo, mas quando você não está no seu lugar de origem,

Speaker: 01:31:51

eu acho que sempre gera várias outras situações novas, porque você realmente tá num ambiente novo, né?

Speaker: 01:32:01

Então, acho que você repetir isso e com certeza vai voltar. Eu achei interessante, teve um cara que ele pegou uma licença pra cuidar da filha.

Speaker: 01:32:14

E ele voltou agora há pouco tempo e é o mais sênior do time, ele já é quase principal.

Speaker: 01:32:20

E eu conversando com ele, ele falando, super tranquilo, ah, eu nem liguei o computador, ou ah, eu não lembro como que faz isso, sabe, muito tempo sem codar,

Speaker: 01:32:31

Então assim, meu, muito legal assim, porque você vê quando a gente tem a oportunidade de ter licença, paternidade, maternidade, né?

Speaker: 01:32:41

Ele ficou, acho que três ou quatro meses fora. Então assim, isso acontece com qualquer pessoa, assim.

Speaker: 01:32:48

Você vai ficar sem codar, você vai esquecer uma coisa ou outra.

Speaker: 01:32:51

Você vai passar pelo processo de novo. Tem que ter, tipo, paciência, né?

Speaker: 01:32:57

Music.

Speaker: 01:33:04

Antes de fechar, eu queria deixar agora para as duas deixar a mensagem final, falar o

Speaker: 01:33:07

que vocês quiserem, sei lá, deixar... fica à vontade as duas para falar qualquer coisa.

Speaker: 01:33:12

Eu vou deixar então primeiro a Paula e depois a Carolina é contigo.

Speaker: 01:33:18

Eu queria dizer que eu já fiz meu mini curso aí pra quando eu quero engravidar e que quero engravidar na mesma velocidade que Carolina engravidou.

Speaker: 01:33:28

Com um mês assim? Decidiu um mês e acabou.

Speaker: 01:33:33

É, decidi um mês, já engravidei, pronto, bola pra frente, segui a cartilha lá das orientações de Carolina e tá tudo certo.

Speaker: 01:33:40

Descobriu os médicos, né?

Speaker: 01:33:42

É, já tenho contato, já tenho contato aqui pertinho de casa, vou ir lá fazer meu cursinho.

Speaker: 01:33:50

Carol, por favor, arranja um tempinho que eu preciso fazer aí um...

Speaker: 01:33:54

Só um checklist com você aqui, que eu engravidei em um mês e preciso aqui das orientações.

Speaker: 01:34:03

Mas obrigado, Carol, pela participação, acho que muita informação é legal nesse episódio.

Speaker: 01:34:09

Interessante ver todo o suporte que você deu para o seu marido, mudar de carreira, uma carreira nova, uma nova relação, morar junto, emigrar junto.

Speaker: 01:34:22

Ter um suporte para ele poder ser essa pessoa numa nova profissão, que legal que depois de dois anos, imagino também a pressão para você de ter sido essa pessoa que está trazendo ali a única fonte de renda.

Speaker: 01:34:38

Um monte de renda, né, e a gente sabe que isso não é fácil. Ter que lidar ali com aquele medo, aquela

Speaker: 01:34:45

frustração de que o que tá fazendo não serve pra nada, tecnicamente. Ter a coragem de mudar, né, de,

Speaker: 01:34:52

sair da zona de conforto, de uma certa forma, de um lugar que parecia ser mais seguro para ir para,

Speaker: 01:35:00

uma outra totalmente mais avançada, né, e ter que lidar com todo esse mundo novo da maternidade

Speaker: 01:35:07

no novo país. Muito obrigada.

Speaker: 01:35:12

Ai, eu que agradeço, nunca tinha tido a oportunidade de falar sobre isso, gostei bastante.

Speaker: 01:35:17

Tudo novo, muito novo, mas dá certo no final.

Speaker: 01:35:22

A gente fica nervoso no caminho, mas dá certo. Mas tem muito mais coisa de informação pra você precisar, pra te passar, muito mais coisa.

Speaker: 01:35:30

Eu fiz um resumo, mas muita coisa acontece quando você tá em outro país, engravido.

Speaker: 01:35:36

Então, tem muito mais coisa. Se você quiser, somos as outras.

Speaker: 01:35:40

Você deixou seu contato também, tinha passado o LinkedIn, se quiser aproveitar para falar.

Speaker: 01:35:46

E aí, qualquer outra pessoa na mesma situação?

Speaker: 01:35:51

Eu passei meu LinkedIn para ficar bem mais bonitinho, porque o meu Twitter é bagunça.

Speaker: 01:35:56

Ah, porque é seu Twitter, né, Carol?

Speaker: 01:35:58

Carol mora no Twitter.

Speaker: 01:35:59

Eu moro, é. Melhores tweets da sua semana.

Speaker: 01:36:04

Pois é, então. É porque eu não falo nada de tecla a não ser reclamando das pessoas, etc.

Speaker: 01:36:10

Mas eu posso passar, meu Twitter é bagunça, meu LinkedIn é mais organizado, vamos dizer assim, mais sério e tal.

Speaker: 01:36:17

Mas eu vou passar o meu Twitter também.

Speaker: 01:36:20

E se alguém quiser falar sobre morar aqui também, fica à vontade pra falar comigo também.

Speaker: 01:36:24

Eu sempre dou as informações reais, as boas e as ruins.

Speaker: 01:36:27

Cada um tem que decidir o que quer, mas tem que entender do bom e do ruim.

Speaker: 01:36:32

É isso, então vão ficar todos aqui na descrição do episódio e uma coisa muito importante, né?

Speaker: 01:36:38

Se estiver ouvindo até aqui, não esquece de seguir, deixar o like, se estiver no YouTube ou seguir também no Spotify, Apple, Deezer, qualquer plataforma, porque 70% ou 80% das pessoas que ouvem não seguem.

Speaker: 01:36:53

Então, galera, tem muita gente aí que tá ouvindo, então não esquece de seguir que isso é muito importante para não perder os próximos episódios.

Speaker: 01:37:01

Carolina e Paula, muito obrigado, muito legal. Novamente, acho que completa muito a experiência da Thais agora tua aqui, de países diferentes, né, dá pra gente comparar um pouco.

Speaker: 01:37:12

Existem certas tendências, né, nos dois. Acho que foram duas gravidezes tranquilas pelo local.

Speaker: 01:37:18

Não vou dizer que foi tranquilo porque foi gravidez de risco, né, mas que teve suportes

Speaker: 01:37:23

legais e eu fico feliz, né, tipo, eu fico ouvindo a história e às vezes eu vou ficando

Speaker: 01:37:27

aflito, tu falou gravidez de risco no começo, aí já comecei a ficar aqui o coração,

Speaker: 01:37:31

já passou, né, mas mesmo assim eu vou ouvindo a história e eu meio que me envolvo aqui,

Speaker: 01:37:37

então que bom que deu tudo certo, que tá dando certo, né, eu fico muito feliz mesmo.

Speaker: 01:37:42

Muito obrigado e as duas estão em Portugal, então não vou falar tchau, é até a próxima,

Speaker: 01:37:48

que dá pra se encontrar fácil quando estiver aqui pelo porto ou por aí por aí.