Episode 91

Migração de Carreira para Data Engineer em Berlim, Alemanha, com Laura Gualda #91

Nesse episódio nós vamos ouvir a jornada da Laura Gualda, que tinha o sonho de ir morar na Alemanha, e consegui fazer isso após mandar um e-mail para um professor universitário alemão, pedindo para ir assistir o seu seminário.

Tudo perfeito, né? Não! Chagando lá as coisas não eram como a Laura esperava, a vida acadêmica na Alemanha era diferente e solitária. Mas, foi aí que surgiu a ideia de sair da vida acadêmica e ir para o mercado em tech, e assim na Laura virou Data Engineer, mas é claro, também não foi fácil mudar de carreira.

Laura Gualda

Sempre quis morar na Alemanha e tentou a vida acadêmica em Matemática lá, mas acabou fugindo pra Tech. Atualmente trabalha como Engenheira de Dados na DeepL e é voluntária numa escola de integração digital em Berlim, sempre aproveitando a flexibilidade do trabalho pra viajar.

Créditos

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Por Gabriel Rubens ❤️

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Transcript
Speaker:

Fala pessoal, bem vindos novamente ao TPA Podcast aqui, o Gabriel Rubens e hoje para,

Speaker:

mais um episódio na Alemanha e novamente o Berlim que é uma das cidades, né, destino

Speaker:

de muitos brasileiros.

Speaker:

E para contar sobre como está sendo a experiência lá na Alemanha tem aqui a Laura Gwalda que,

Speaker:

Também a amiga da Stefanie, que teve um episódio bem legal sobre a colônia.

Speaker:

E a Laura, que é engenheira de dados, vai contar pra gente como tá sendo morar em Berlim desde 2018.

Speaker:

Muito obrigado por aceitar o convite e eu queria que vocês apresentassem e também contassem

Speaker:

como que foi essa tua história e ideia de ir pra Berlim aí, que se eu não me engano

Speaker:

foi pra começar a estudar em pesquisa, né?

Speaker:

Fazer pesquisas.

Speaker:

Oi Gabriel, obrigado pelo convite. Prazer meu de estar aqui. Primeira vez gravando um podcast,

Speaker:

animada, mas... Então, eu tô morando em Berlim desde abril de 2018, então quase cinco anos agora.

Speaker:

Mas eu sou de Belo Horizonte, fiquei lá até acabar a escola e depois fui pro Rio, onde eu fiz graduação e mestrado.

Speaker:

Eu estudei economia e depois fui fazer mestrado em matemática aplicada e durante todos os meus estudos eu sempre trabalhei com dados.

Speaker:

No começo mais relacionado à pesquisa econômica e depois mais voltado à modelagem estatística e tudo mais.

Speaker:

E eu sempre tive duas ideias na cabeça.

Speaker:

Uma era que eu queria seguir carreira acadêmica e a outra era que eu queria morar na Alemanha.

Speaker:

Sabe sei lá porquê. E no final do meu mestrado eu finalmente consegui realizar esse sonho que foi me mudar aqui para Berlim.

Speaker:

Passando para essa tua mudança para Berlim. Quando você foi para aí, você já pensava em ficar por aí e trabalhar ou a ideia foi

Speaker:

só estudar primeiro e aí depois isso mudou conforme você chegou aí?

Speaker:

Não, foi tudo tudo muito inesperado e espontâneo. Eu como eu falei eu tinha esse sonho de morar na Alemanha.

Speaker:

Então a primeira vez que eu tentei vir morar permanentemente aqui foi quando acabei a graduação.

Speaker:

Tentei aplicar para um mestrado e não passei para os mestrados que eu tentei.

Speaker:

E depois, durante o meu mestrado, eu tava focado assim, não, eu quero ir fazer um doutorado na Alemanha.

Speaker:

Então, durante a pesquisa que eu tava fazendo, na época eu trabalhava na IBM Research no Rio,

Speaker:

e eu comecei a fazer uma pesquisa que tinha um professor na Universidade Livre de Berlim,

Speaker:

que pesquisava naquela área e tinha um livro relacionado a isso, e eu falei,

Speaker:

vou mandar um e-mail pra ele.

Speaker:

E eu mandei um e-mail para o professor falando, olha, eu estou usando o seu livro para minha pesquisa aqui.

Speaker:

E a gente começou a conversar e eu perguntei se eu podia,

Speaker:

vir e assistir uma aula seminário dele que durava por três meses,

Speaker:

em Berlim,

Speaker:

logo depois que eu acabasse o meu mestrado.

Speaker:

Isso tentando ser uma porta de entrada para o doutorado. Que legal!

Speaker:

Mandou e-mail e do teu e-mail tu conseguiu. Mas aí tu foi contra próprio depois desse e-mail ou...

Speaker:

Eles colocou em contato com a faculdade?

Speaker:

Não, então... o e-mail começou assim, com a minha cara de pau mesmo,

Speaker:

pedindo pra vir por minha conta em risco.

Speaker:

Eu tinha um dinheiro poupado do...

Speaker:

Porque no mestrado eu trabalhei muito, e muitas coisas diferentes.

Speaker:

E eu pensei em realmente vir só pra ser minha porta de entrada,

Speaker:

como eu nunca tinha estudado fora, para ser um jeito de ganhar experiência acadêmica fora do Brasil.

Speaker:

Mas acabou que ele falou, não, então eu posso te pagar uma bolsa de 500 euros por mês.

Speaker:

Que na época para mim, nossa, muito dinheiro. Fiquei super feliz, né?

Speaker:

Já ajudava muito, pagava o meu aluguel e comida.

Speaker:

E fiquei muito animada. Ele me, em vez de ser só eu assistindo as suas aulas dele,

Speaker:

virou um projeto de pesquisa. Então, realmente tinha um projeto para trabalhar nesses três meses,

Speaker:

e tinha um deliverable para esse final dos três meses. Eu tinha que apresentar um seminário naquele.

Speaker:

Tópico. Ah, eu esqueci de falar, era também matemática aplicada. Então, eu tinha que apresentar,

Speaker:

E até então, tudo lindo, né? Mas só que não foi...

Speaker:

Não foi... Deu tudo certo, mas tudo mais ou menos errado também.

Speaker:

Quase só tão tudo errado. Deu tudo certo porque eu vim.

Speaker:

E... bom, eu vim e no final das contas eu consegui realizar o sonho de vir morar aqui.

Speaker:

Mas o projeto de pesquisa não era bem o que eu tinha em mente, na verdade mudou no meio do caminho.

Speaker:

Eu fiquei bem isolada, isso não era época de pandemia ainda, mas a vida acadêmica na Alemanha

Speaker:

é muito solitária, isso é tópico para uma outra conversa. Mas não é como eu estava acostumada no,

Speaker:

Brasil, em que a gente tem a universidade, todo mundo fala com outro, você fica na sala de estudos e

Speaker:

eu tinha que ficar muito realmente focada sozinha e eu não gostei da experiência de pesquisa aqui.

Speaker:

Tanto eu não gostei quanto o professor também não gostou tanto de trabalhar comigo

Speaker:

então foi dos dois lados não deu muito certo,

Speaker:

que é uma longa história mas como que tu resolveu isso?

Speaker:

Porque eu acho que vai conectar com o que vem depois que eu trabalho então esses três meses foram bem difíceis,

Speaker:

Foi assim eu lutando, querendo esse sonho de entrar na academia e não tava dando tão certo.

Speaker:

E o professor falou, Laura, ele foi na verdade um dos melhores mentores que eu tive até hoje,

Speaker:

porque ele falou assim, Laura, você não tem que se forçar, você não tá feliz com isso,

Speaker:

você vai ser feliz em outras áreas. As habilidades que você tem são super demandadas no mercado de trabalho.

Speaker:

Você, por que você não dá uma chance para procurar um emprego em tech na época?

Speaker:

Ele me sugirou, vai entrevistar com Google, com Facebook, eu tenho certeza que você passaria,

Speaker:

sabe? Ele me incentivou muito a tentar a vida fora da academia, que ele viu que eu não estava feliz.

Speaker:

Que legal, que legal. Que tipo, ele não levou para o pessoal, né?

Speaker:

E ele, que nem que você falou, ele te mentorou ali de que, ah, você é uma boa profissional,

Speaker:

talvez não aqui, né? E a gente deu um caminho. Isso é bem legal.

Speaker:

Ele foi super legal. Foi inclusive muito diferente de toda a academia que eu conhecia no Brasil

Speaker:

em que os professores eram, não, você tem que fazer doutorado, mas ficou pronto com

Speaker:

essa também. Mas e aí o que aconteceu? Eu comecei a aplicar para alguns empregos que

Speaker:

eu via no LinkedIn. Até esse ponto eu tinha trabalhado no Brasil como estagiária de graduação

Speaker:

e depois como estagiária de mestrado em análise de dados e depois com aplicações de machine

Speaker:

learning nesse trabalho na IBM. E eu comecei a aplicar para posições de cientista de dados

Speaker:

e analista de dados. Fez algumas entrevistas em alemão. Nossa, foi um terror. Eu tentando

Speaker:

explicar a regressão logística alemão pela primeira vez.

Speaker:

Eu não consigo em português, então eu acho que não foi tão ruim assim.

Speaker:

As primeiras vagas que eu apliquei, nenhuma deu certo, todo mundo estava procurando gente

Speaker:

com mais experiência que eu não tinha, e tudo bem, né?

Speaker:

E aí chegou o dia do... Então, rapidinho, deixa eu voltar um passo atrás aqui só para ter ainda essa decisão.

Speaker:

Antes de falar das vagas, Ed, qual que era o teu estado aí?

Speaker:

Porque você foi para fazer a pesquisa com a faculdade, certo?

Speaker:

Sim. Ele era associado a essa pesquisa ou não? Eu não tinha visto. Eu vim pra ficar três meses dentro desse período que você não precisa de visto na Europa.

Speaker:

Ou de turismo? Sim, de turismo estudante, né? Porque se eu decidisse ficar para o doutorado,

Speaker:

o visto de estudante você pode aplicar de dentro da Alemanha mesmo.

Speaker:

Então o professor achou, ah não, você não precisa aplicar.

Speaker:

Eu tinha tudo regulamentado para receber a bolsa e tudo, mas não tinha o visto oficial.

Speaker:

Então realmente tinha que sair da Alemanha depois dos três meses.

Speaker:

Tá bom. E aí então, Quando você começou a procurar emprego, começou a aplicar para essas vagas, já tinha passado esses três meses ou foi ainda antes?

Speaker:

Foi antes, foi... isso assim, depois dos dois meses que eu já vi que não estava indo muito bem,

Speaker:

eu comecei a aplicar para umas vagas só para ver, porque eu não tinha ideia de como seria fazer entrevista na Alemanha.

Speaker:

Acho que hoje em dia...

Speaker:

Existem muitas páginas para você aprender como aplicar o seu podcast, por exemplo, mas no LinkedIn tem vários brasileiros dando dicas, mas naquela época, em 2018, não tinha, né? Que louca, né?

Speaker:

Então, foi um pouco narraço assim eu tentando.

Speaker:

É, hoje em dia seria muito melhor, com certeza, com os aprendizados aprendendo com todo mundo.

Speaker:

Mas aí a parte mais legal é que essas primeiras vagas não deram certo, mas depois eu modificar

Speaker:

meu LinkedIn um pouco, aprendi mais ou menos o que eu precisava para procurar emprego.

Speaker:

Bem no dia que eu estava indo embora, indo para o aeroporto de Berlim, eu recebi uma

Speaker:

mensagem no LinkedIn do que depois se tornou meu primeiro emprego aqui.

Speaker:

Um recrutador falando comigo pela primeira vez e eu li e falei, ah, não acredito, acredito

Speaker:

que alguém está falando comigo. Não vou responder, fiquei nervosa, não respondi,

Speaker:

só respondi uns três dias depois. E aí fui fazendo o processo, na época eu estava viajando

Speaker:

na Escócia, depois desse três meses aqui eu viajei um mês lá. Fui fazendo o processo

Speaker:

enquanto viajava, eu lembro que eu não sabia SQL, por exemplo, e aí eu ficava lá no café

Speaker:

estudando SQL. E aí acabou que deu certo, no momento que eu cheguei no Brasil, umas,

Speaker:

semana, duas semanas depois eles me fizeram oferta e aí eu fiz todo o processo de visto no Brasil.

Speaker:

Caramba, que sensacional! E mas o que você mudou no LinkedIn?

Speaker:

Porque você falou que depois de fazer algumas mudanças aí...

Speaker:

Aí você recebeu essa oferta, né? Pra entrevista.

Speaker:

Sim, então eu acho que quando eu vim eu não consigo lembrar exatamente,

Speaker:

mas provavelmente eu só tinha o LinkedIn em português, então assim, eu não estava sendo visível.

Speaker:

Ainda que eu mandasse o meu currículo traduzido para inglês,

Speaker:

eu não estava ainda me expondo da maneira que os outros candidatos por aqui estariam.

Speaker:

Eu não sei nem se eu tinha realmente formatado meu currículo para o modo em que se espera na Alemanha.

Speaker:

Na época, sempre pediam para colocar foto, por exemplo. Hoje em dia, eu reviso alguns currículos e mais e mais pessoas não colocam, que eu

Speaker:

acho melhor, eu não entendo essa partida. É vituviais, né?

Speaker:

Mas naquela época, eu só fui aprendendo isso com a prática.

Speaker:

Nesse meio tempo que você comentou entre não é o que eu quero,

Speaker:

para o professor também não é o que ele quer, e a gente está vendo aqui que eu preciso mudar,

Speaker:

como você se sentiu nessa mudança?

Speaker:

Porque não é fácil quando você tem na sua cabeça que você quer estar na academia

Speaker:

E aí quando você consegue, no outro país, conseguiu a bolsa, todo o mérito teu de ter mandado e-mail,

Speaker:

ter tido coragem de conseguir buscar uma vaga lá, mas aí chega a hora de o sonho,

Speaker:

se encontra com a realidade e às vezes eles se chocam em vez de darem as mãos.

Speaker:

É, foi bastante difícil, como eu falei um pouco, a vida na academia que é muito solitária,

Speaker:

então eu já tava vindo assim de alguns meses trabalhando muito sozinha, em um tópico bastante.

Speaker:

Difícil, então já vem com a carga de estar um pouco mais isolada, não tinha tantas pessoas no

Speaker:

meu dia a dia, e ao mesmo tempo eu vi que isso não deu certo. Então foram duas coisas juntos,

Speaker:

não ter contato com tantos amigos, não ter gente trabalhando junto. E ao mesmo tempo ver que eu não

Speaker:

ia realizar esse sonho, ou pelo menos não agora, não naquela hora, foi difícil, foi difícil me convencer.

Speaker:

Eu comecei a conversar com uma psicóloga, eu já conversava, já tinha contato com uma psicóloga e.

Speaker:

Eu tive alguns momentos um pouco mais deprimidos do que outros. Eu tive que refletir sobre muitas

Speaker:

coisas assim, porque uma mudança dessa de carreira com qualquer mudança de carreira é difícil,

Speaker:

mas quando você tem um sonho que dura muitos anos e de uma hora para outra você percebe que talvez

Speaker:

não seja a hora de realizar aquele sonho, é um processo difícil. Mesmo que eu tenha conseguido

Speaker:

depois do emprego e tenha me mudado para a Alemanha, foram vários meses assim de aceitação mesmo,

Speaker:

de entender que não era a hora, mas que eu ainda assim poderia ter uma outra trilha profissional,

Speaker:

que pudesse me fazer feliz também. Não posso falar que eu tô 100% convencida que eu quero ser

Speaker:

de dados para sempre, mas...

Speaker:

Eu acho legal isso porque... Eu li isso em algum lugar, não vou citar o autor,

Speaker:

mas fica o que eu aprendi, que é que quando você tem alguma meta,

Speaker:

como parte da sua identidade, é sempre mais difícil você ter que mudar ela.

Speaker:

E aí o choque é maior quando o que você acha que você é, não que você está, não é realmente tão bom assim.

Speaker:

Então o processo de mudança acaba sendo mais doloroso.

Speaker:

Então acho que como engenheira de dados é parte de hoje está legal.

Speaker:

Amanhã pode ser academia, mas pode ser alguma coisa nova que suja com a inteligência artificial.

Speaker:

Sim, com certeza. Não é muito. Eu consigo me relacionar bem com essa frase e acho que para mim,

Speaker:

esse aprendizado também foi muito importante porque eu realmente eu sempre me conectava muito com essa meta. Eu me via como a Laura que vai ser pesquisadora,

Speaker:

sempre. E hoje em dia eu levo minha vida profissional muito mais leve. Eu sou engenheira

Speaker:

de dados agora, mas talvez em cinco anos eu queira ser enfermeira, quem sabe? A minha sogra acabou de

Speaker:

acabar a escola de enfermagem com quase 60 anos, por isso que eu dei esse exemplo. Talvez, sabe,

Speaker:

Se você tem interesse e está disposto a mudar de carreira, sempre é possível.

Speaker:

Sim, se tiver oportunidade. E tem os recursos. É sempre bom.

Speaker:

E tem os recursos. É, é.

Speaker:

Então, entendi. Então, teve esse momento difícil, né? E aí foi quando você começou a aplicar para as vagas.

Speaker:

E eu acho que...

Speaker:

Que deve ter sido muito difícil ainda quando você não consegue, né? Porque...

Speaker:

E tem isso que é muito complicado que...

Speaker:

Eu não sei, pode ser só um viés cognitivo de... Quando você precisa mais de uma vaga, você fala,

Speaker:

po, você não quer estar nessa empresa, às vezes é que trava e aí eu...

Speaker:

Porque eu já passei por isso e aí eu...

Speaker:

Não sei se é o ego que é ferido, né? Que eu falo, po, tinha tanta vaga aqui,

Speaker:

agora que eu quero mudar, eu não quero trabalhar aqui, eu não consigo passar, sabe?

Speaker:

Não é possível que eu estraguei a entrevista porque eu não falei bem, eu estava com...

Speaker:

Não sei. Já aconteceu comigo isso e eu acho que no teu caso, como era ainda um pouco mais crítico,

Speaker:

deixa a gente ainda um pouco mais para baixo.

Speaker:

É bastante. Não, teve entrevista que eu acabava chorando, chorando, mas eu acho que faz parte.

Speaker:

A questão foi não desistir, sabe?

Speaker:

No final das contas, essa empresa que eu fui, uma das entrevistas que eu fiz com eles,

Speaker:

eu não consegui achar um lugar para fazer no meu rosto, eu estava num quarto com 30,

Speaker:

pessoas, eu sentei e botei o computador na lata de lixo e fiz o que dava.

Speaker:

E talvez porque eu tivesse mais relaxado, assim, já tem tudo para dar errado, né?

Speaker:

Que talvez isso tenha me ajudado porque realmente eu, a cinco anos atrás, era uma pessoa muito

Speaker:

mais rígida e muito mais... Então teve esse processo, né?

Speaker:

Agora as coisas vão mudando, né? Agora é hora de ir pra lá.

Speaker:

Deixa eu voltar numa coisa também que é sobre o alemão. Tu comentou sobre ter que explicar coisas em alemão.

Speaker:

Então, tu já falava alemão antes de ir pra lá? Eu comecei a estudar alemão quando eu comecei a faculdade, então já tenho 11 anos, até hoje eu não me considero fluente, mas até no Brasil acabei o nível B1 que é intermediário.

Speaker:

Então quando eu vim pra cá, primeiro que eu já tinha no meio da...

Speaker:

Entre minha graduação e mensal eu também vim pra Alemanha ficar um mês estudando alemão.

Speaker:

Então quando eu vim eu já conseguia me virar na rua e eu conseguia pedir tudo que eu precisava.

Speaker:

Até hoje eu não me sinto confortável pra ter uma discussão no nível que eu tenho em português ou inglês.

Speaker:

Então isso pra ti... Mas era uma coisa que era...

Speaker:

Era um requerimento da vaga ou era só algo assim que você tinha lá?

Speaker:

Eu falo alemão e eles queriam testar, sabe?

Speaker:

Não, essa empresa era uma empresa alemã, o job description estava em alemão e a entrevista era por telefone em alemão.

Speaker:

Pô, telefone é o pior. É.

Speaker:

Então, você estava bem, porque eu acho telefone muito mais difícil do que o vídeo.

Speaker:

É, não, e isso era nessa época ainda que estava, que estava difícil, mas enfim, eu não passei também.

Speaker:

Por vários motivos, que quando eu comecei a aplicar para essas vagas eu realmente era,

Speaker:

bastante júnior, então assim, por mais que eu tivesse tido experiência de estágio no,

Speaker:

Brasil, eu realmente nunca tive essa mentalidade que muitas pessoas envolvem na faculdade mesmo,

Speaker:

sabe, sobre o mercado de trabalho e já com mais que os de liderança, de comunicação,

Speaker:

de projeto. Eu era realmente uma pessoa acadêmica. O meu foco tinha sempre sido,

Speaker:

ah, eu vou nos mínimos detalhes de qualquer projeto que eu vá trabalhar em matemática aplicada,

Speaker:

não tinha visão do todo de...

Speaker:

Realmente fazer o planejamento de um processo de custos, do impacto, tudo isso.

Speaker:

Então, realmente, eu aplicava para vagas de data scientists,

Speaker:

por mais que eu tivesse mestrado em modelagem aplicada.

Speaker:

Eu não me contrataria hoje em dia.

Speaker:

Sendo, hoje em dia, vendo eu naquela época, eu não estava preparada.

Speaker:

O que eu acho que é uma dificuldade de muita gente saindo da academia para o mercado de trabalho.

Speaker:

São mundos um pouco diferentes, né?

Speaker:

Tipo mais que se complementam.

Speaker:

Não dá para falar assim uma coisa coisa outra coisa coisa se complementa mas você tem ainda,

Speaker:

que aprender um pouco de como que o pessoal está aplicando as coisas.

Speaker:

Sim. Então você voltou para o Brasil voltou para o Brasil como você contou esperou por essa vaga.

Speaker:

E aí quando saiu o visto você foi para Berlim.

Speaker:

Sim. Então falando um pouco mais sobre esse meu primeiro emprego aqui. O cargo que foi contratado nessa empresa era analista de fraude,

Speaker:

e basicamente era uma empresa que era uma startup que tem uma API de detecção de fraude, que fica,

Speaker:

integrada na parte de pagamentos, né? E como analista de fraude era basicamente uma analista

Speaker:

que tinha que fazer melhorias no algoritmo usado pela, no algoritmo principal usado pela empresa e etc.

Speaker:

Aí vem, explica um pouco mais porque eu fui contratada, é que eles queriam três trainees,

Speaker:

então realmente pessoas bem juniors, que eu tive muita sorte, eles contrataram três pessoas juniors,

Speaker:

e eles treinaram a gente por dois meses, então por dois meses eu não produzi nada para a empresa

Speaker:

só o treinamento intensifica os processos da empresa, bastante ciclo, python, todas as ferramentas que eles tinham,

Speaker:

e eu nunca tive um outro onboarding assim, nunca nem...

Speaker:

Nem sei como que eles tiveram o orçamento para organizar isso, mas para mim foi ótimo,

Speaker:

porque meu primeiro emprego tendo tudo separadinho, um bootcamp dentro da empresa.

Speaker:

E com mais dois colegas entrando junto comigo e a gente podia compartilhar tudo, e foi bastante legal.

Speaker:

E aí tu tem, né, já de começo, o que faltava na faculdade, né?

Speaker:

E duas outras pessoas para compartilhar o processo.

Speaker:

Exatamente. Aí eu tinha duas pessoas para compartilhar o processo,

Speaker:

eu tinha agora uma empresa que estava realmente focada em fazer esse onboarding,

Speaker:

da gente realmente transformar a gente de estudante para profissionais.

Speaker:

Porque no Brasil tem bastante cargo de trainee, mas aqui na Europa eu não vejo tanto, aqui na Alemanha pelo menos.

Speaker:

Eles têm bastante do working student e depois eles têm estágio depois que acaba a graduação.

Speaker:

É assim, tem umas pessoas que eu trabalho daqui que acontece muito isso de faz toda a formação primeiro, né?

Speaker:

Com mestrado, tudo, às vezes até mais e aí depois começa a fazer um estágio.

Speaker:

É.

Speaker:

Tipo um pouco diferente da vida do Brasil. É que a gente trabalha.

Speaker:

Trabalha e estuda ao mesmo tempo desde sempre.

Speaker:

E como que foi fora esse processo da empresa que tu comentou de ficar estudando por esse

Speaker:

tempo mas como que foi trabalhar aí dado que você não só mudou o teu campo de atuação

Speaker:

não sei se essa é a melhor forma de falar mas foi para a indústria agora e além disso

Speaker:

você foi para a indústria fora do Brasil.

Speaker:

Então se na parte acadêmica tu viu a diferença de que as pessoas eram muito mais isoladas,

Speaker:

como que foi dentro da empresa mesmo trabalhando numa empresa alemã.

Speaker:

Eu acho que para começar eu tive um pouco de sorte porque eu fui direto para uma startup,

Speaker:

que era metade alemã e metade israelense, os fundadores.

Speaker:

Então a empresa era muito internacional.

Speaker:

Na época que eu entrei nós éramos 60 pessoas e...

Speaker:

Eu acho que menos de 10 seriam alemães se eu tivesse que chutar.

Speaker:

Então desde o começo eu não sabia como seria, como que era uma empresa alemã,

Speaker:

mas desde o começo eu já me senti numa empresa internacional.

Speaker:

Então a língua falada era em inglês, muitos meus colegas não falavam, nem tinha interesse em falar alemão, em aprender alemão,

Speaker:

apesar de estarem morando em Berlim há muitos anos.

Speaker:

E a cultura da empresa era muito focada em seguir modelos semelhantes a startups nos Estados Unidos.

Speaker:

Então, assim, eu não senti muito o que eu conhecia. Você não sentiu a barreira de estar na Alemanha, como foi na faculdade?

Speaker:

Não, definitivamente não. Porque na faculdade, realmente, os processos eram mais estereótipos alemães.

Speaker:

Toda a burocracia e papel e formalidades, tudo isso nas start-ups que eu já entrei de cara não tinha,

Speaker:

nada. Eu até vindo, como eu trabalhava na IBM antes, e aí fui direto para uma start-up, eu na verdade

Speaker:

senti muita falta de processo de uma hora para outra. E eu ficava perguntando, mas como que eu falo com

Speaker:

ou com RH? Que RH? Manda um Slack pra essa pessoa aqui, pergunta se alguém... Então.

Speaker:

Não foi nada difícil me adaptar, na verdade, desde o começo fiz bons amigos e aprendi

Speaker:

muito desde o primeiro dia. Todo mundo tava sempre muito disposto a colaborar, a compartilhar

Speaker:

todas as responsabilidades da empresa, então eu realmente senti, ah, o meu professor lá

Speaker:

já estava certo, eu posso ser feliz fora da academia.

Speaker:

O que eu senti um pouco foi primeiro falar inglês, porque na academia eu tava trabalhando

Speaker:

inglês aqui, mas como eu não falava tanto, eu não sentia tanta pressão, mas aí meu

Speaker:

primeiro trabalho em inglês, que você chega no fim do dia e mal consegue pensar no cérebro

Speaker:

derretido, pelo menos nos primeiros meses. E além disso, a questão da comunicação mais direta,

Speaker:

que é um ponto que até a Stephanie falou, e é bem verdade que na Alemanha, seja os alemães ou a

Speaker:

maioria das pessoas que moram na Alemanha, a gente aprende a ser muito direto. Então, assim, fez mais

Speaker:

Eu tenho, por exemplo, o feedback do meu professor naquela época do doutorado, que é assim, se a coisa não tá indo bem, já vou cortar, já vou falar isso agora.

Speaker:

Não tem papas na língua, tipo, ah, não, isso não tá bom, mas você pode fazer melhor.

Speaker:

Isso nos primeiros meses foi assim, tá bom, não levar pro lado pessoal.

Speaker:

Veio isso como crítica construtiva e como alguém querendo te ajudar e ajudar a melhorar

Speaker:

a colaboração e o produto da empresa e tudo mais.

Speaker:

Então para ti, apesar desse sucesso inicial, essa forma mais direta de trabalhar é tranquila?

Speaker:

Hoje em dia eu gosto muito. primeiros meses aqui.

Speaker:

Eu achava difícil. Alguns dias eu voltava para casa, na época ainda tinha escritório,

Speaker:

eu voltava para casa e falei, putz, não sei se eu aguento. Aí você fica relembrando,

Speaker:

assim, o meu code review, as pessoas, tudo minimamente, qualquer apresentação que você

Speaker:

faz, as pessoas vem e falam, olha, eu gostei desse ponto, mas no começo é difícil. E eu

Speaker:

Eu ainda sou bem sensível, mas eu era muito mais antes.

Speaker:

Hoje em dia eu consigo receber esse feedback e achar bom, mas no começo é difícil.

Speaker:

Teve mais alguma coisa assim, apesar de ser startup, então a startup facilitou mais,

Speaker:

mas agora pensando na tua experiência em geral nas empresas na Alemanha, mas teve mais

Speaker:

alguma coisa além do fato deles serem muito mais direto? Teve mais alguma outra que tu acha que é

Speaker:

difícil e tu deixaria de aviso para algum outro brasileiro que quer ir para a Alemanha?

Speaker:

Varia de empresa para empresa. Agora eu estou no meu terceiro emprego na Alemanha, que é também

Speaker:

uma startup, mas sim um estágio um pouco mais avançado. Mas a minha segunda empresa era muito

Speaker:

muito grande e aí a burocracia era muito grande, tanto em termos de processos com a empresa, mas,

Speaker:

também entre times, mesmo em TEC. Os times acabam se bloqueando demais, mas eu acho que isso

Speaker:

tem empresas no Brasil também, não é muito diferente. Eu também não tenho tanto para

Speaker:

do Brasil, porque como eu falei eu trabalhei como estadiaria só.

Speaker:

E os pontos que eu vejo são mais positivos do que negativos em relação ao trabalho.

Speaker:

Exato, então eu já ia passar para isso.

Speaker:

E quais são, o que você está gostando do mundo corporativo aí?

Speaker:

Eu acho que a qualidade de vida de uma pessoa que trabalha em tech aqui na Alemanha é muito boa.

Speaker:

Eu às vezes eu penso em uma carreira fora de tech, eu penso não, para que? Porque as coisas são muito,

Speaker:

boas. Eu acho que a flexibilidade que a gente tem aqui, isso vem desde a minha primeira empresa antes,

Speaker:

Eu sempre tive a possibilidade de trabalhar de casa quando eu quisesse, desde 2018, o que.

Speaker:

Eu não sei se empresas no Brasil era o que a gente poderia imaginar naquela época.

Speaker:

Eu acho que nas três empresas que eu trabalhei eu sempre me senti muito respeitada e sempre

Speaker:

eu tive suporte para desenvolver minha carreira. De novo, eu não sei como comparar isso com

Speaker:

o Brasil, mas eu acho que...

Speaker:

Não sei se é comparação, mas é a tua experiência aí. Sim.

Speaker:

Mas eu entendi. E como que é esse suporte? Quais são os exemplos práticos que tu viu,

Speaker:

que tu sentiu que estavam te ajudando?

Speaker:

Eu sinto que às vezes a gente em Taika é muito privilegiado com as coisas.

Speaker:

Total, total, total. Eu tenho essa conversa volta e meia.

Speaker:

E às vezes eu sinto que, às vezes quando eu falo com meus amigos no Brasil, parece

Speaker:

que a gente vive em outro mundo aqui na Europa.

Speaker:

Então, com isso. Mas mesmo aqui dentro, pelo menos para mim, quando eu vou falar com os brasileiros que

Speaker:

aqui, mas são de outras áreas também eu vejo a diferença.

Speaker:

Sim. É... E...

Speaker:

Eu, como eu já mencionei, quando eu entrei nessa primeira empresa, eu tinha, não tinha experiência

Speaker:

ainda como analista de dados fora do estágio e a empresa ofereceu dois meses pagos, assim, eu já

Speaker:

era contratada, eu já tinha bancado o vício, eu tive dois meses de treinamento intenso para aprender

Speaker:

tudo que eu precisava para aquele trabalho. Isso foi só o começo, né, porque depois disso, eles,

Speaker:

literalmente perguntavam a cada um de nós o que é que você quer seguir, você sabe, já viu aqui mais

Speaker:

ou menos nessa empresa, o que é que você quer fazer, com o que você quer se desenvolver e foi mais

Speaker:

ou menos assim que eu fui entrando em engenharia de dados e mesmo que fosse uma startup bem menor,

Speaker:

eu recebi todo o apoio, eles pagaram curso do Udacity, depois eu fiz um Nano Degree in Data Engineering,

Speaker:

que eles me pagaram. Quando eu mudei de emprego depois, eu senti que desde os primeiros meses eles

Speaker:

já estavam... não, vamos... eu tinha que traçar objetivos para cada seis meses e como eu queria

Speaker:

me desenvolver e aí sempre recebia feedback para ver se eu estava no caminho, trilhando aquele caminho.

Speaker:

E agora na terceira empresa, algo similar assim também, eu sinto que talvez tenha sido sorte

Speaker:

minha com as empresas que eu escolhi, ou talvez seja algo que tá acontecendo muito na área de dados.

Speaker:

Ou talvez até por ser mulher e na área de tecnologia, acho que as empresas estão fazendo

Speaker:

maior para promover a gente, mas por qual motivo seja eu me sinto muito... eu sinto que

Speaker:

eu tenho um suporte muito bom.

Speaker:

Nem sei se vale a pena falar isso.

Speaker:

Não sei se... Acho que sim, porque...

Speaker:

Tu tem pontos, né? Eu acho que isso é a vida, né? E eu espero que todo mundo seja assim, não só ponto negativo, mas você tem dificuldade na tua chegada até aí, tu tem as vantagens também, né?

Speaker:

Eu acho que um ponto bom que vale o Pena falar é que talvez agora eu esteja falando como sorte

Speaker:

nas empresas que eu fui, mas pelo menos a partir da segunda empresa foi algo que eu ativamente

Speaker:

procurei nas entrevistas de realmente entender como que era a preocupação com o desenvolvimento dos

Speaker:

como que era a preocupação de aumentar a igualdade de mulheres na liderança ou de representatividade.

Speaker:

Então, eu acho que essa é uma mensagem dessa só que eu tenho de que é um agente que está em TEC

Speaker:

e tem esse privilégio de entrevistar as empresas também para a gente escolher realmente as melhores.

Speaker:

Claro que quando eu comecei meu primeiro emprego eu não tinha.

Speaker:

Quem não imaginava nem qualquer salário que eu podia negociar, nem benefício, qualquer

Speaker:

coisa estava valendo.

Speaker:

Mas com o tempo é uma coisa que vale muito a pena a gente se valorizar e perguntar.

Speaker:

Sim, total, faz total sentido.

Speaker:

Já teve alguns episódios que eu tive essa conversa também na importância de você

Speaker:

entender a empresa que está indo porque é o contrato. Às vezes tu sai de uma aqui, não é tão ruim,

Speaker:

pode ir para outra que é ruim. Então é sempre bom conversar. Não dá para saber 100%, mas tu pelo

Speaker:

menos elimina um pouco ali do que tu acha que pode ser ruim, pode ser um entrave para o tipo de empresa

Speaker:

que você está tentando procurar.

Speaker:

É, com certeza. E além disso, só o benefício, como eu falei, da flexibilidade de... Bom, eu acho que a gente tem muitas férias aqui.

Speaker:

Na minha empresa total tem 30 dias úteis. 30 dias úteis, mas é a Alemanha inteira, sim?

Speaker:

Não, depende da empresa, que também é muito importante. Quando eu estava indo para a Alemanha, eu sempre negociei dias de férias.

Speaker:

Tem empresa alemã que dão 40, 50 dias de feiras.

Speaker:

Nossa. É. Mas quantos dias são obrigatórios? Vinte.

Speaker:

Vinte dias úteis não é tão ruim né? Dias úteis. Já é bom também. Pô, quarenta.

Speaker:

É. Dá pra viver.

Speaker:

É. E a vantagem de, pelo menos a minha empresa atual também deixa a gente trabalhar dois

Speaker:

meses de outros países da União Europeia.

Speaker:

Então eu gosto muito de viajar. Então para mim, pelo menos enquanto eu sou jovem, não tenho filhos, não tenho tantas

Speaker:

responsabilidades ainda, para mim é um benefício muito grande que dá para aproveitar para

Speaker:

conhecer a Europa e trabalhar sem usar todos os dias de férias.

Speaker:

É verdade, é verdade.

Speaker:

Então eu queria conectar isso sobre como está sendo então morar em Berlim.

Speaker:

Você comentou sobre viajar a Europa, eu acho que isso é parte dessa experiência também,

Speaker:

mas como está sendo em geral?

Speaker:

Já são quase cinco anos aí, então tu já teve muitos, né? Tu comentou no começo que o inverno é difícil, então já teve vários invernos aí para conseguir,

Speaker:

pesar com as suas desvantagens da cidade.

Speaker:

Sim. Então, como eu falei, eu tinha o sonho de morar na Alemanha, né?

Speaker:

Desde que eu era adolescente.

Speaker:

Sabe se lá por que... mas meu sonho nunca foi de morar em Berlim, especificamente.

Speaker:

Eu vim pra Berlim porque foi...

Speaker:

Foi o professor que eu contactei, tava na universidade aqui e era um bom começo.

Speaker:

Então... quando eu vim pra Berlim pela primeira vez...

Speaker:

Na verdade, a primeira vez que fui estudando alemão antes, eu não sabia de toda a coisa de Berlim,

Speaker:

com as festas e das loucuras daqui. Então tudo isso pra mim foi uma surpresa. Ainda eu tinha na

Speaker:

minha cabeça Berlim, que sabe que você aprende nas aulas de história e toda a Guerra Fria, etc.

Speaker:

E pensava uma cidade de Alemanha, mas aí quando a primeira vez aqui foi um choque, foi um...

Speaker:

Então tá, então existe toda uma cultura tecno de Berlim e drogas e é uma cidade grande que não é

Speaker:

tão limpo e perfeito como eu imaginava que as coisas eram na Alemanha.

Speaker:

Essa foi minha primeira impressão. Então isso, como eu falei, eu vim estudar alemão aqui acho

Speaker:

que foi em 2015 e aí tive essa impressão. Então quando eu já consegui a bolsa para pesquisa.

Speaker:

Eu já decidi que eu não queria morar no centro de Beilin, porque eu não sou muito defesa. Então

Speaker:

eu procurei áreas que fossem mais afastadas do centro em que o aluguel também fosse mais barato

Speaker:

e que também eu conseguisse ter um pouco mais de paz, um pouco mais do que eu imaginava que seria

Speaker:

a vida na Alemanha mesmo. E aí desde que eu vim para essa parte de pesquisa eu comecei a morar nesse

Speaker:

que é fora do centro, hoje em dia eu moro no mesmo bairro. Tentei morar no centro por dois anos,

Speaker:

não gostei e voltei para o subúrbio, como o meu namorado fala. Então eu tenho uma visão de

Speaker:

Berlim um pouco diferente da Berlim cosmopolita que está lá no centro de Berlim, o que é muito legal.

Speaker:

Eu acho que um dos lados bons de morar aqui onde eu moro é que eu tenho um pouco de paz e tudo é

Speaker:

mais organizado e funciona um pouco melhor, mas o centro está à meia hora e quando eu

Speaker:

quero ir para a festa, etc. Está lá.

Speaker:

E como que foram esses dois anos no centro?

Speaker:

Foram os dois anos de Covid. Então... Então não...

Speaker:

Acabou que eu não vi tanto... tanto do momento. Você não podia ir para as festas?

Speaker:

É, eu só sei se eu iria do jeito. Eu vou para os bares. Eu gosto muito de beber cerveja.

Speaker:

Então foram dois anos mais tranquilos, mas mesmo assim, pra ti,

Speaker:

mesmo com o Covid, não era...

Speaker:

Na hora que você procurava.

Speaker:

Não, porque para mim, quando eu morava no Rio como estudante,

Speaker:

eu morava em Copacabana, numa rua muito movimentada,

Speaker:

num prédio com 200 kitnets, que era aquele caos.

Speaker:

Eu morei seis anos assim. E quando eu quis sair lá, eu falei, não quero mais morar no centro, eu quero um passo.

Speaker:

Então, você já está aí quase cinco anos, já teve experiências em vários lugares,

Speaker:

tanto no subúrbio na parte mais afastada do centro e no centro de Berlim.

Speaker:

E eu queria ouvir de ti com todo esse tempo aí o que você vê de vantagem de morar em Berlim,

Speaker:

apesar de não ser o que você esperava da Alemanha.

Speaker:

Como você comentou contigo aí você esperava uma coisa um pouco diferente e Berlim tem principalmente no centro tem todo esse,

Speaker:

essa vibe alternativa.

Speaker:

Né? É, eu acho que a vibe alternativa também é um dos primeiros pontos positivos da cidade.

Speaker:

Eu acho que a gente fica muito mal acostumado depois de morar um tempo em Berlim, porque no

Speaker:

geral as pessoas aqui têm a mente muito aberta. Então você se acostuma a falar sobre qualquer

Speaker:

de maneira positiva, né? E de pessoas que, em geral, têm uma visão mais aberta de mundo,

Speaker:

que se importam com outro, ainda que os berlinenses sejam mal-humorados e tudo. As pessoas,

Speaker:

em geral, têm... É uma parte especial do mundo, sabe? Em que é mais fácil ser você mesmo,

Speaker:

quem você seja. Eu sinto isso aqui. E isso eu sinto tanto no centro quanto aqui onde eu moro no

Speaker:

subúrbio. Às vezes eu tenho amigos que moram fora e falam, ah, mas você mora lá no subúrbio, lá não é,

Speaker:

cheio de... não mora só mais alemães e os alemães não são mais preconceitosos. Não, os vizinhos são a

Speaker:

aqui, as pessoas são muito abertas. Eu acho que um dos meus grandes amigos aqui foi meu primeiro

Speaker:

o meu friend lord que tem quase 60 anos e eu já convenci com ele sobre tudo.

Speaker:

Parece que essa mentalidade de Berlim de ser alternativa está na cidade quase inteira. Entendi.

Speaker:

Essa é uma das coisas que eu tenho mais medo de às vezes me mudar daqui.

Speaker:

Porque eu sei que nem no Brasil, eu não consigo pensar em nenhuma cidade em que eu pensaria

Speaker:

na comunidade sendo tão, tão mente aberta para as coisas.

Speaker:

Sim.

Speaker:

Sem entrar em... muito disso sem entrar em política ou questões mais de convivência.

Speaker:

Convém aceitação de pessoas com ideias diferentes.

Speaker:

Exatamente. E isso me faz sentir muito confortável aqui.

Speaker:

Eu acho que também é uma das é realmente uma uma metrópole uma metrópole sei qual que é o nome que se usa mas é uma cidade internacional.

Speaker:

Está de grande.

Speaker:

Ah você fala cosmopolita. cosmopolita é uma eu acho que das cidades da Alemanha ou é a única ou a mais cosmopolita,

Speaker:

que realmente se convive com culturas do mundo inteiro e não existe uma uma dominância da cultura,

Speaker:

alemã aqui tanto que a maioria dos meus amigos realmente não nem quer falar alemão eles vem,

Speaker:

e mora, vem morar e continua morando em Berlim, vivendo uma vida internacional,

Speaker:

não necessariamente uma vida na Alemanha,

Speaker:

e eu acho que em nenhuma outra cidade na Alemanha você pode continuar assim por tantos anos

Speaker:

um exemplo disso é meu namorado da Espanha, que tem 8 anos aqui e não fala alemão,

Speaker:

nada, nada?

Speaker:

E nem quer? não Eu acho que muita gente no resto da Alemanha vê como um lado negativo, ou nada que bem

Speaker:

lindo parece tanto a Alemanha, mas acaba sendo um lado positivo, assim, de ter uma cidade

Speaker:

que é tão internacional também, mas no estilo de Londres ou de Nova York ou São

Speaker:

São Paulo é um pedaço diferente da Alemanha mesmo.

Speaker:

E ainda sobre morar aí, eu fico sempre curioso como que a adaptação das pessoas com comida e bebida do lugar.

Speaker:

A cerveja aprovada, né?

Speaker:

Pelo que você falou que você gosta da cerveja, mas e a comida?

Speaker:

É, comida é complicado.

Speaker:

É complicado. É. O estereótipo de comida alemã é bastante batata, carne de porco e não com muito tempero

Speaker:

também, então não tem aquele gostinho especial de...

Speaker:

Mineiro.

Speaker:

É, mineiro. Nossa senhora nem fala. Mas então assim, se dependesse da comida alemã para adaptar, seria muito difícil. Só que em Berlim.

Speaker:

Tem restaurantes de todos os tipos, né? Para mim foi a primeira vez que eu provei comida indiana,

Speaker:

ou vietnamita, israelense. Eu não conhecia todas essas cozinhas, né? Então assim, em termos de se

Speaker:

comida comendo em restaurantes aqui é muito fácil porque acho que a Alemanha é o lugar que mais tem,

Speaker:

restaurantes de todos os tipos e ainda é muito... e ainda não muito mas ainda é acessível comer fora

Speaker:

em comparação a outras capitais eu ainda consigo ter almoço aqui por menos de 10 euros em alguns

Speaker:

por menos de 7 euros. Mas em comparação ao Brasil eu faço muito mais comida em casa,

Speaker:

né? E com muito menos carne. Tem que ir, né? Eu, ao contrário da técnica que é vegana.

Speaker:

Eu gosto muito de carne e tive que aprender a reduzir bastante. Acho que hoje em dia

Speaker:

eu não como nem um quarto do que eu comia de carne em geral no Brasil e na maioria dos dias não como

Speaker:

porque realmente não vale a pena. Acho que os dois, assim, é caro então eu prefiro comprar vegetais

Speaker:

e se precisar de proteína, você compra o tofu que é um pouco mais barato.

Speaker:

É... Mas... E não vale a pena. Nunca vai chegar...

Speaker:

Na minha opinião, não chega no...

Speaker:

Não se compara o que a gente tinha no Brasil e aí você vai reinventando os jeitos de...

Speaker:

De fazer comida. Mas tem muitos ingredientes bons e...

Speaker:

Mas tem algum prato que te chama a atenção positivamente? Tem. Eu amo chinitsu.

Speaker:

Chinitsu é o... É o aquele frango empanado? É, o mais famoso, o mais tradicional é de carne de porco.

Speaker:

Carne de porco.

Speaker:

Desculpa, é isso. É o começo, eu comei, comei. E eu gostei bastante.

Speaker:

E aí no mês de abril tem temporada de aspargos. Ah, eu amo aqui que tem essas temporadas.

Speaker:

Você já comeu, aspargos é bom.

Speaker:

É, aí abril tem o spargotsite, que eles chamam aqui. que é a temporada que eles colhem o aspargo das fazendas perto de Berlim.

Speaker:

E aí eles fazem schnitzel com aspargo. É muito bom.

Speaker:

E eu... não... eu... Quando eu vim para a universidade, no começo,

Speaker:

tem a cantina da universidade. Eu estava comendo schnitzel todo dia.

Speaker:

E aí uns 10 quilos. Aprendi que não pode.

Speaker:

Do que não pode? O quê? O que o teu corpo falou? É, prendi aqui.

Speaker:

Schneidser todo dia não dá. Nem cerveja todo dia.

Speaker:

É. O corpo mesmo que mostrou pra ti que não dava. Vamos lá, thank you.

Speaker:

Tem que ir para os vegetais. De vez em quando. É.

Speaker:

E ainda tem... Queria voltar para a temperatura.

Speaker:

Daí. Porque para mim foi muita diferença. A gente começou, né?

Speaker:

Antes de começar a gravar, a gente estava conversando sobre viagem para Espanha, né?

Speaker:

Sobre a água, né? Em Málaga, em Valência, que dá para mergulhar, etc.

Speaker:

Porque isso acaba influenciando muito. Eu sei que tem muitos brasileiros que gostam muito de frio, mas pelo que eu conheço, pelo,

Speaker:

menos dos que eu conheço, isso não é a maioria.

Speaker:

Então quem mora fora acaba pesando outras vantagens para compensar o tempo que tem frio.

Speaker:

Então para ti, como que é essa variação de temperatura durante o ano e o que que muda

Speaker:

na tua vida quando você está chegando ali no outono, no inverno?

Speaker:

O frio é muito difícil para mim também. eu não sou das pessoas que vai falar que é uma frio, não. Eu sofro quando o inverno está começando sempre.

Speaker:

Eu sofro com o inverno, mas ainda assim, desde que eu sobrevivia ao meu primeiro inverno aqui,

Speaker:

uma coisa que eu gostei muito foi realmente ter as estações bem definidas.

Speaker:

Então assim, ainda que o inverno seja esse período de introspecção, seja muito escuro,

Speaker:

aqui em Beilin em dezembro e janeiro o dia é entre oito e meia e quatro da tarde, então,

Speaker:

realmente muito curto

Speaker:

ter essas estações definidas dão meio que um ciclo para a vida então assim eu já fico esperando

Speaker:

pela primavera e eu sei que na primavera você é uma pessoa bem diferente do que eu sou agora e

Speaker:

sabendo disso eu já planejo o meu evento de maneira em que eu vou passar mais tempo lendo,

Speaker:

eu vou assistir mais série no Netflix mesmo, eu vou montar quebra-cabeça, eu vou ficar jogando,

Speaker:

E aí eu aprendo a aceitar que esse é o tempo de ficar em casa e fazer coisas que são mais em casa.

Speaker:

E isso me ajudou a sofrer menos.

Speaker:

E ao mesmo tempo quando chega a primavera e o verão tá chegando já me planejo pra aproveitar tudo que dá.

Speaker:

Viver a vida como se não fosse amanhã.

Speaker:

Não, assim também não. Mas é realmente planejar os dias, aproveitar que os dias são mais longos pra planejar andar de bicicleta,

Speaker:

caminhado no parque, encontrar os amigos, realmente aproveitar que o sol, a temperatura

Speaker:

mais alta, porque o sol nem sempre está, né?

Speaker:

Só a temperatura mais agradável está aí.

Speaker:

O sol engana, né? Acaba descobrindo fora do Brasil, pelo menos para mim.

Speaker:

Eu descobri que dá para estar sol e frio, assim.

Speaker:

Não sei, eu não lembro muito, às vezes, de ir no Brasil, o sol que eu falo, pô, vai

Speaker:

está quente, aí quando tu abre a porta, toma um um taba na cara do vento.

Speaker:

É, e aí eu acho que essas situações, no final das contas, trazem esse lado mais poético

Speaker:

assim para a vida e ainda que seja difícil, dá para olhar pelo lado bom e aprender a,

Speaker:

Mas isso, ontem eu estava no sofá reclamando o dia inteiro.

Speaker:

Poesia e a vida na prática.

Speaker:

Eu acelerei uma caminhada que eu ia fazer com uma amiga ontem.

Speaker:

Eu não parava de chover, não aguento se enver. A verão é mais quente esse ano do que o normal.

Speaker:

Na Europa inteira está um pouco mais quente.

Speaker:

Agora né, mas dezembro fez menos 11. Ah tá, não, a gente aqui ficou, foi mais ou menos.

Speaker:

É, sim, teve uns diazinhos, não menos né, que ainda bem, graças a Deus, que não.

Speaker:

É bem melhor. Acho que a coisa mais difícil para mim é que todo começo de inverno a minha imunidade baixa bastante.

Speaker:

Então assim, uma coisa para realmente prestar atenção quando você está mudando para Alemanha é!

Speaker:

Fazer os checkups de como estão os níveis de vitamina D, de ferro, primeiro que é como a gente,

Speaker:

falou, por exemplo, para quem come carne, de uma hora para outra reduz bastante a quantidade de,

Speaker:

ferro em todos os tipos de alimento que você consome e vitamina D porque de repente você tem,

Speaker:

muito menos sol, então muita gente tem que tomar suplemento e eu, por exemplo, fico doente quase,

Speaker:

toda vez que o inverno começa. Os vírus começam a circular e de repente você está,

Speaker:

em quente frio.

Speaker:

É, está tudo fechado, né? Tudo fechado e menos imunidade, falta de sol.

Speaker:

Na minha empresa, em dezembro, então é uma semana que não tinha quase ninguém, todo mundo doente.

Speaker:

Então, mas na minha também, acho que está tendo algum vírus, porque na minha também,

Speaker:

aconteceu. Ainda está essa semana.

Speaker:

Acho que de dezembro para cá não tivemos uma semana inteira que estava que todo mundo do time trabalhou a semana inteira.

Speaker:

Todo mundo doente em algum momento. Às vezes por um dia a dor de cabeça.

Speaker:

Eu acho que eu passei imune mas não sei porque estava eu mais uma e essa mulher hoje estava doente de manhã estava na reunião com a cara horrível,

Speaker:

todo mundo falou desliga.

Speaker:

Nossa, só que se eu tomar aqui continue, porque eu já tive duas vezes.

Speaker:

E não era Covid, era essa coisa. É, não, acho que só uma pessoa foi Covid, mesma coisa.

Speaker:

Tipo, todo mundo aqui, só uma pessoa foi Covid.

Speaker:

Agora, tu comentou dessa parte poética de budança de estação.

Speaker:

E eu não sei, eu acho que a estação definida sendo o verão. Mas uma coisa que mudou foi a primavera.

Speaker:

A primavera pra mim virou uma estação muito boa.

Speaker:

É uma estação que eu fico muito feliz mesmo. E no Brasil hoje não tinha tanto essa assim.

Speaker:

Tipo, tá legal porque tem aqueles Iperroxo, Iperamarelo nas ruas.

Speaker:

Eu morava onde eu morava em Santinha Alguns então achava muito legal nessa época.

Speaker:

Agora aqui em Portugal e não é tão frio. A primavera pra mim dá realmente o tipo caramba.

Speaker:

O mundo é bonito, a vida é bonita, e sozinho, ainda não é um sol forte, mas você já consegue ter aquela...

Speaker:

Às vezes eu fico até arrepiado, sabe, quando o Jovem chega...

Speaker:

E as pessoas... Você vê mais gente na rua, de repente. Acomoda. Então, assim, eu fiquei pensando nessa parte poética,

Speaker:

e sim, eu acho que a primavera foi uma situação que eu nunca nem pensei,

Speaker:

a não ser pelos IPs, da rua, que eu achava legal.

Speaker:

Agora aqui, sim, é uma coisa meio mágica de transformação, de tudo cinza para as ruas mais coloridas.

Speaker:

É, eu concordo. Ache que...

Speaker:

Nesse ponto, a primavera seria a melhor época para escolher se mudar para cá. É. É.

Speaker:

Aquela parte que tu tava falando lá do tempo de pesquisa na academia,

Speaker:

foi no inverno também? Não.

Speaker:

Eu vim na primavera, bem... Foi de abril...

Speaker:

Do meio de abril a meio de julho.

Speaker:

Pô, imagina. Tudo isso... Em menos 10 graus.

Speaker:

É, nossa, Deus me lembra. Mas eu lembro que uma das coisas foi realmente a cidade tava vibrando e eu

Speaker:

tinha que... eu ficava o dia inteiro dentro da minha salinha fazendo pesquisa. Isso era muito difícil,

Speaker:

talvez fazer pesquisa no inverno seja mais fácil, tem menos coisa que você tá perdendo fora.

Speaker:

Sim, é verdade, é verdade. Mas eu concordo, primavera... para visitar Berlim, inclusive,

Speaker:

melhor época é final de abril e maio. E aqui no final de abril e começo de maio tem as cerejeiras,

Speaker:

que não sei se você chegou a ver isso, mas em várias partes onde existia o Muro de Berlim,

Speaker:

principalmente na parte que divide o fim de... onde acabava Berlim começava o estado de Brandenburgo,

Speaker:

passava o muro ali, fechando a parte oeste. Hoje em dia tem cerejeiras em quase trajeto,

Speaker:

É bem bonito. Se você procurar fotos no Instagram, sempre nessa época tá cheio de gente.

Speaker:

Tem um corredor imenso de cerejeiros rosos. Que legal.

Speaker:

Então, é uma época que vale a pena. Em abril, você falou? É, final de abril, começo de maio, dependendo de como que o inverno e a primavera estão.

Speaker:

Music.

Speaker:

Laura, antes de fechar, eu queria que tu falasse também do teu trabalho voluntário aí, né?

Speaker:

Tu comentou que tava fazendo trabalho voluntário, que era legal, que poderia servir também

Speaker:

pra outros brasileiros que estão aí, então eu queria que tu explicasse o que que esse

Speaker:

trabalho que você tá fazendo.

Speaker:

Então, faz mais ou menos um ano que eu sou mentora numa escola de integração digital

Speaker:

aqui em Berlim, que está presente em várias cidades na Alemanha, depois eu posso passar

Speaker:

o link. Se chama REDI, R-E-D-I, e é uma escola voltada para estudantes que já estão na,

Speaker:

Alemanha, estudantes ou pessoas que trabalham em outras áreas que estão na Alemanha, não,

Speaker:

têm condição de pagar por um bootcamp ou para algum curso especializado, mas têm interesse,

Speaker:

entrar na área de tecnologia, seja como desenvolvedor backend, frontend, analista de dados.

Speaker:

E eles têm vários cursos com duração de alguns meses e eu tenho mais ou menos um ano

Speaker:

que eu me juntei como mentor no final dos cursos, ajudando os alunos a prepararem o portfólio deles.

Speaker:

E estão ajudando.

Speaker:

Realmente, depois que aprender alguma coisa de Python, tá? Eu quero virar cientista de dados, como que eu faço meu primeiro projeto?

Speaker:

E é bem hand-zoned. E para mim foi muito legal ter a minha primeira experiência mais assim,

Speaker:

voltando para a academia. Não estou na academia, mas pelo menos eu estou ajudando a ensinar.

Speaker:

A ensinar e formar e incentivar pessoas a entrarem na área de tech.

Speaker:

Que a gente sabe tem muitas vantagens hoje em dia e é muito legal.

Speaker:

Às vezes eu acho que eu viajo demais, mas eu estava pensando aqui como é legal,

Speaker:

até bonito isso de tu estar aí, tu não conseguir estar na área acadêmica no começo,

Speaker:

é o que te jogou lá embaixo pensar em termos de sentimentos, porque era uma situação difícil.

Speaker:

Que tu não se encaixou e aí por acaso por lá que eu conheço o professor tu vai pro mercado de,

Speaker:

tecnologia né sai da academia e agora tu volta nesse ciclo que é beleza não estou como pesquisadora

Speaker:

mas o minha formação me ajuda a estar ensinando outras pessoas aqui né tu consegue trazer tua,

Speaker:

experiência juntando com tecnologia ajudar pessoas que podem entrar na situação que era tua lá atrás,

Speaker:

de estar aqui na Alemanha, o que eu vou fazer agora para conseguir o emprego e tal.

Speaker:

Acho que é muito legal quando a gente vê esses ciclos de momentos complicados, a gente

Speaker:

consegue fazer as coisas, dar certo, dar certo, e a gente fecha o ciclo ou completa

Speaker:

ele ajudando de volta alguém.

Speaker:

Que legal mesmo fazer isso. Vou deixar os links aqui na descrição e vou até mandar na newsletter que eu estou

Speaker:

mandando agora, depois de cada episódio, um pouco mais de detalhe, porque eu quero ler,

Speaker:

eu fiquei bastante curioso agora e quero enfatizar muito isso porque eu queria incentivar mais

Speaker:

pessoas também a quem consegue fazer trabalho voluntário, né?

Speaker:

É uma coisa que é sempre bem legal, né? Acho que minha mãe, meu pai sempre dizia que é legal quando você está ajudando, né?

Speaker:

Porque você pode, né?

Speaker:

Porque alguma hora vai ser você que pode precisar, então...

Speaker:

É, com certeza. Parabéns, Vema. Eu fico sempre feliz de falar que pessoas estão fazendo esse tipo de trabalho.

Speaker:

Acho que tem muita coisa que a gente pode fazer e ainda mais agora que a gente pode fazer tanta coisa

Speaker:

remotamente, seja ajudando coisas aqui na Europa mesmo ou no Brasil também dá para a gente fazer,

Speaker:

um lanco, nesse sentido quem quiser conversar comigo, eu senti que eu posso ajudar em qualquer coisa,

Speaker:

também estou aberta. Eu gosto de falar, compartilhar experiências e que eu puder ajudar.

Speaker:

Tá aqui. Tá bom, vai ficar o teu link aqui, né, do Linkedin, na descrição, então as pessoas

Speaker:

vão saber como entrar em contato e eu acho que falando em compartilhar a experiência

Speaker:

a gente pode até pensar em outro episódio, né, para aprofundar mais essa transição

Speaker:

de vida acadêmica para o mercado de trabalho e tecnologia, porque acho que tem muita coisa

Speaker:

aí que dá para explorar ainda mais, porque eu sei que você não é a única que passou

Speaker:

Só por isso de, tá bom, eu mudo ou não mudo, né?

Speaker:

E quais foram as minhas dificuldades e como que eu superei cada uma delas.

Speaker:

Então eu queria já deixar o convite pra gente explorar essa parte específica mais a fundo.

Speaker:

Vamos falar assim, vamos combinar. Obrigada de novo.

Speaker:

Nada e antes de fechar, eu deixo o espaço pra ti, repetir qual que é o teu LinkedIn

Speaker:

e como que as pessoas te acham e sabendo, claro, que vai estar aqui na descrição do,

Speaker:

episódio e fica um espaço aberto também para tu deixar alguma mensagem final.

Speaker:

Bom, acho que o meu link é se você quiser, quem quiser me procurar no link é a Dinha Laura Gualda, a gente vai deixar o link e a mensagem final é,

Speaker:

se um sonho não der certo, parte para o outro que tem muita coisa boa para,

Speaker:

para acontecer. É isso.

Speaker:

Que legal, que legal. Acho que é sempre bom.

Speaker:

Que é isso que eu agradeço pela oportunidade que tu me deu de poder

Speaker:

ouvir aprender e compartilhar isso com todo mundo.

Speaker:

Então pessoal muito obrigado quem está ouvindo até aqui não se esqueça de seguir

Speaker:

aí onde que você estiver ouvindo assistindo assina newsletter também porque vão ter

Speaker:

informações sobre esse e os próximos episódios e também você consegue ficar

Speaker:

sabendo com antecedência o que que vai vir por aí né quais que já estão gravados

Speaker:

que eu vou gravar e também consegue deixar a tua mensagem e opinar sobre o que vai ser,

Speaker:

o podcast daqui pra frente.

Speaker:

Novamente Laura, muito obrigado, foi um prazer enorme a conversa e vamos repetir daqui a

Speaker:

pouco com um assunto um pouco diferente.

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