Episode 90

Tech Talent Partner em Amsterdã, Holanda com Alana Pacheco #90

A Alana já morou em alguns países diferentes, mas Amsterdã se tornou a sua nova casa. E a Alana nos conta a sobre a sua jornada até chegar lá, e também como Amsterdã é muito mais que os estereótipos.

Alana Pacheco

Vivendo em Amsterdã a cerca de 8 meses. Hoje sou Tech Talent Partner (com foco em recrutamento) em uma das maiores fintechs da Holanda. Comecei a trabalhar com recrutamento em 2018, em 2021 depois de terminar meu mestrado em RH decidi tentar o mercado europeu.

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Por Gabriel Rubens ❤️

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Transcript

WEBVTT

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Fala pessoal, bem vindos ao TPA Podcast, aqui novamente o Gabriel Rubens e hoje a gente vai falar da vida de mais um brasileiro, ou brasileira melhor, que está morando fora

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do Brasil e o país de hoje é a Holanda, cidade é Amsterdã, aqui com a Alana Pacheco que vai contar pra gente dessa jornada dela lá em Amsterdã.

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Tudo bem, Alana?

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Tudo, tudo ótimo. Obrigada pelo espaço. Espero poder compartilhar alguns insights legais aí para quem tem interesse em me estudar para a Holanda e trabalho com várias vagas de produtos.

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Então se você for de produto, manda uma mensagem no LinkedIn e ficamos em contato.

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E muito obrigado. Sei que vai ter bastante insight porque já dá para ver no teu LinkedIn os insights de como é morar na Holanda e morar fora e nas suas experiências. Então, estou curioso para ver como vai ser nesse papo aqui.

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E aí, acho que a gente já pode começar contando primeiro quem é você e depois a gente vai para morar fora mais especificamente.

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Então, eu sou a Alana. Eu gosto sempre de começar a contar um pouquinho de mim, meio que meu background. Os meus pais, nenhum deles se formou em universidade e eles sempre tiveram essa preocupação muito grande de me ensinar a trabalhar. Então eu comecei a trabalhar aos 18 antes de,

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começar a faculdade. Meus pais trabalharam muito para me dar a oportunidade que eles não tiveram de estudar e tudo mais, mas antes de começar a faculdade eu comecei a trabalhar.

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E eu caí em recrutamento em 2018, que é onde eu trabalho agora.

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Eu trabalhei por um ano e meio em recrutamento, mas não na área de TI.

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E quando eu fiz um break da minha carreira de trabalho, eu fiz intercâmbio nos Estados Unidos e foi lá que eu caí na Bay Area, no Silicon Valley,

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bem no centro do coração da tecnologia, onde a área respira tecnologia, eu digo.

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É difícil encontrar alguém que não trabalha com tecnologia na Bay Area.

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E eu fiz esse intercâmbio lá e foi meio que onde eu comecei a ficar mais curiosa pela área, entender e pesquisar, estudar e meio que...

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Visualizar porque é uma área diferente, tem uma cultura diferente, totalmente diferente de onde eu trabalhava antes, eu trabalhava na área de serviços, alimentiços, então não tinha nada a ver com tecnologia.

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Enfim, voltei pro Brasil, comecei meu mestrado em recursos humanos, porque a minha área, eu sou formada em administração, né, que é uma área super abrangente, você tem que escolher o que você quer fazer depois que você termina a faculdade, basicamente.

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E daí, enquanto eu fiz meu mestrado de recursos humanos, isso foi durante a pandemia, né? Eu também morei na Bélgica, estudei francês, morei na Bélgica por seis meses, os primeiros seis meses do meu mestrado.

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E daí voltei pro Brasil, já com emprego na área de tecnologia, e comecei a trabalhar focado com recrutamento de tecnologia.

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E desde então eu trabalho só recrutando desde devs, mas também áreas de produtos, project managers, todas as áreas de suporte relacionadas à tecnologia também já toquei, não só engenharia.

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E daí cheguei na Holanda em maio, então vai fazer 8 meses agora, esse mês. e cheguei numa empresa de intranet, uma B2B, uma empresa que na verdade era finlandesa,

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mas tinha o maior, o maior dos escritórios deles era na Holanda, né?

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Bom, era, não sei mais também, porque o que aconteceu lá foi que eu sempre digo que eu passei por um quadro de layoff, Eu acho que esse é um assunto que a gente pode conversar, porque o monte de tecnologia está um pouquinho diferente do que estava há alguns anos atrás.

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Para quem migrou há cinco anos, três anos, dois anos, até um ano atrás, acho que encontrou um mercado bem diferente do que quem quer migrar agora vai encontrar.

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E daí eu passei por um quase layoff, digamos assim, porque eu comecei a ver que a empresa tava diminuindo, reduzindo demandas, contratando menos.

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E acho que a maturidade de quem já trabalha há alguns anos consegue identificar, né.

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Se as coisas não estão indo muito bem, eu que sou da área de suporte, que não toco no código, sei que as coisas não vão...

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Se as coisas não vão bem, vai atingir primeiro a minha área, né.

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E foi exatamente o que aconteceu. Mas daí eu já estava meio caminho andado com a minha empresa atual. E daí eu fiz essa troca, foi meio assim, eu já estava no processo,

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daí recebia notícia de que o meu contrato, que na Holanda são contratos de seis meses, o meu contrato não ia ser renovado, e daí eu comecei agora meu novo emprego em novembro.

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Que legal, que legal. A gente está gravando agora em janeiro, no comecinho de janeiro, então está um pouquinho tempo nesse novo aí. Está gostando?

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Estou, estou gostando bastante. Mais importante. Estou um pouco menos ativa no LinkedIn por causa disso, porém estou gostando bastante.

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Eu estava comentando antes de começar a gravar que eu via bastante coisa e hoje tem menos, aí você contou que essa transição de trabalho é bem trabalhosa.

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Agora, deixa eu pegar um ponto que tu falou de morar nos Estados Unidos, na Bélgica, e tu já morou em outros lugares, né? Porque depois eu queria conectar isso com o Amsterdã. Como que tu escolheu depois de tantos lugares?

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Exato. Eu fiz seis meses de intercâmbio durante a faculdade na Suécia, né? Eu morei em Borôas, que é 30 minutos de carro, menos de 30 minutos, mas cerca de

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de 30 minutos de carro de Gothenburg, na costa oeste da Suécia e na Bélgica, durante os primeiros seis meses do mestrado e daí nos Estados Unidos por aproximadamente nove meses.

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E eu acho que assim, tem muita gente que não escolhe, eu também não escolhi a Holanda especificamente. Eu nunca tinha vindo a Amsterdã antes de me mudar para cá em maio. Eu cheguei foi a primeira vez que eu vi a amsterdã e é engraçado porque eu já,

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Eu já estive aqui antes, então quando estive na Bélgica estava super perto, mas eu não Então, visitei Amsterdam.

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E eu digo que a Amsterdã tem uma fama que não é justa, eu acho, basicamente. Como alguém que mora aqui há 8 meses, eu acho que a fama de Amsterdã não é justa.

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A Amsterdã é muito mais do que coffee shop e maconha, né?

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A Amsterdã é muito mais do que isso.

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Ou o Red Light District, por exemplo. Mas a Amsterdã é conhecida por isso. Então eu acho que talvez tenha sido essa a razão pela qual eu não tenha visitado a Músterda antes.

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Mas eu não escolhi a Músterda, eu escolhi a Holanda. A única coisa que eu pesei na hora de fazer essa decisão foi analisar o quão internacional a comunidade é.

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Porque essa é uma coisa que eu aprendi de ter vivido na Suécia, na Bélgica, nos Estados Unidos, é que a comunidade que você vai estar como imigrante né, inserida. Se ela for internacional, você se sente em casa.

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Se ela for muito local, você vai se sentir muito deslocado, porque, né, você não é local, você nasceu, não cresceu. Por mais que fale o idioma, não é o seu lugar.

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E, por enquanto, assim, eu tenho... Amistadã tem sido só experiências positivas, eu recomendo pra todo mundo.

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Eu sei que não é pra todo mundo, porém, eu recomendo. Sim, sim. Nada na vida é para todo mundo. Eu espero muito que as pessoas que eu sou podcast entendam que são pontos de vista, personalidades, jeitos, necessidades diferentes,

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mas para ti é perfeito do jeito que ela é. E a gente vai explorar mais isso.

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É engraçado tu falar que a Mestredante escolheu e a Holanda escolheu porque eu fiquei muito surpreso, mas é a maioria dos casos das pessoas no podcast, sabe? Várias pessoas querem morar fora, tá aplicando pra uma vaga, aí aparece um país e fala, deixa eu ir.

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E esse também é o meu caso. Quando eu tava pensando em sair do Brasil, eu tinha na cabeça Irlanda, depois de fazer estudar no Canadá, eu descobri que eu não conseguiria ficar tanto tempo no frio, porque o pessoal falava, venta muito.

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Talvez sim, eu preciso testar, né, mas eu falei, acho que não vai ser melhor.

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Só que eu comecei a aplicar pra vagas na Alemanha, Holanda e acho que eu gosto na Espanha, na na Espanha também, mas acabei em Portugal e não me arrependo. Já são quatro anos,

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então mais um que o país acabou escolhendo, né? O LinkedIn. Alguém mandou uma mensagem, eu vim e tô gostando. Que legal. Deixa eu conectar isso com a P. Eu moro no Porto. Já.

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Veio aqui? Não, só Lisboa e Cascais. Olha, então, eu não quero entrar na briga dos portugueses mas eu estou muito melhor.

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Mas assim, porque o que tu achou da Holanda comparado com a Suécia, Estados Unidos e Bélgica? Tu falou da comunidade e já tive até episódios com psicóloga Isabella e ela

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contou muito disso que a comunidade é rede de apoio, que é o que segura a gente nos momentos difíceis, pandemia por exemplo. Então isso mudou, mas o que mais que tu viu nos outros países da comunidade que talvez tu não gostou ou gostou, mas em comparação,

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com a Holanda? Como você compararia as Estados Unidos e Bélgica?

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Então, eu acho que nos Estados Unidos, por exemplo, o clima era super tranquilo. O clima de São Francisco é a menos, basicamente o mesmo o ano inteiro. Então você não vai

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ter neve, essas coisas assim. Só que o que eu senti muito forte em São Francisco é é essa questão de ser latina e imigrante.

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E daí existe um quadro do que... De onde você considera a mão de obra latina bem-vinda.

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E o quadro de... Vamos dizer assim... O quadro de tecnologia e tudo mais não é necessariamente o lugar onde eles dão toda essa credibilidade.

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Eu como mulher, que já não é a pessoa mais presente na comunidade tech, como mulher e latina, eu não trabalhava na área tech, vou deixar bem claro, eu não trabalhei na área tech,

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eu só entrei em contato com a comunidade em networking e tudo mais, eventos informais, então eu não sei como é trabalhar,

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Mas eu senti muito forte essa questão de preconceito com o imigrante latino mesmo.

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Bem sincera, os Estados Unidos me decepcionam um pouco por causa disso.

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Tá bom, então fica os Estados Unidos e aí já fica o porquê ou não, né? Mas assim, é uma experiência individual, eu acho que dependendo da quantidade que você vai estar,

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pode ser que dê certo, né. Então essa foi a minha experiência e como eu me senti.

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Não me senti bem-vinda. E em Amsterdam me sinto bem-vinda. Então é uma sensação diferente. Eu não sinto como intrusa, né.

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Como se, ah, eu estou aqui roubando o emprego de alguém, ou sabe.

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Essas coisas assim, eu não sinto isso, eu sinto o contrário.

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Na Suécia, bom, eu amei a Suécia, o problema da Suécia pra mim.

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Eu amo a Suécia, os suécos são super gentis, é claro, são super fechados e tudo mais, essa é uma outra questão, mas eles são muito educados, extremamente educados, e eu gostei muito da minha experiência,

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eu acho que a Suécia também tem uma política de imigração bem forte, e eles assim, na imigração, eu sempre comento, a imigração da Suécia me deixou de chocada,

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porque eu visitei a Austrália por um período pequeno e a imigração de lá, assim, só falta ativirar a doves quando você chega, né?

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Tanto pra conseguir ouvir isso quando na fronteira.

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E na Suécia não, assim, a delicadeza, a gentileza da imigração quando eu cheguei do Brasil pra estudar, foi assim, já um impacto pra mim.

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Então eu tenho a Suécia, assim, com muito carinho pelo país e tudo mais. Porém, o inverno não é brincadeira. O inverno holandês é nada.

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Eu tô aqui, as pessoas a menos cinco, menos cinco é tranquilo.

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Menos dez é que daí começa a ficar ruim.

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E a Suécia era exatamente isso. Durante os meses que eu cheguei no final do verão, E eu passei o semestre de inverno lá, e daí durante os dois últimos meses,

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eram 20 centímetros de neve. E a escuridão, né?

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Você amanhece às dez horas da manhã, eu já tava na sala de aula, não vi amanhecer, saía da aula às quatro, ou às três, que fosse,

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e já tava escuro. Então assim, são noites muito longas.

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E para quem vem de um país, por mais que tem uma variaçãozinha ali do que é a noite no inverno e a noite no verão, para quem vem de um país que tem uma exposição ao sol consistente, a Suécia é assim...

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É só para quem é muito forte mesmo.

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Tem que gostar, né? Eu gosto de algumas pessoas que gostam do freu, assim. E eu falo que é bom porque eu tenho mais dificuldade. Eu acho que dá pra acostumar com tudo né.

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Tem que estar disposto, tem que ter muito mais outras vantagens pra se acostumar, pelo menos pra mim.

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Mas sim, eu conheço pessoas na Suécia mesmo que gostam, falam que o frio é tranquilo, talvez a noite é o que...

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É a noite. Que eu não conheço ninguém que gosta dessas noites tão longas assim, mas o frio é com as pessoas que gostam desse frio. Eu acho que é bonito. Acho que é legal em férias, né? Mas para morar eu acho que deve ser bem difícil mesmo.

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Sim.

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Eu não... O frio até seria ok se não fosse as noites tão longas, mas ainda acho que filho da Suécia exagera.

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Legal, então eu queria pegar agora e voltar no trabalho, depois eu queria explorar muito mais das cidades e mais especificamente a Amsterdam mesmo.

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Só que na parte de trabalho, como foi o seu processo seletivo?

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É onde você tem bastante experiência, então você consegue falar bem como foi, o que você viu de diferente nos processos que foram no Brasil,

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e como o pessoal até pode se preparar para saber o que eles vão perguntar mais, o que é diferente, não sei.

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Então, eu do contrário do pessoal que é abordado, a minha área, eu sempre digo, gente, quem é da área de recrutamento, se você quer migrar, você precisa ir atrás do que você quer, né?

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E foi basicamente o que eu fiz, eu terminei o meu mestrado no final de 2021, e daí eu comecei a olhar pro que eu queria fazer, qual seria o meu próximo passo.

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E daí, quando chegou, foi final de janeiro do ano passado, eu comecei a aplicar pra vagas na Europa.

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Que eu queria migrar. Não tinha nenhuma cidade... Então, eu tava aplicando pra Suécia.

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Porque eu sou fã da Suécia. Por mais que as noites sejam escuras, eu confesso, sou fã da Suécia. Amo, tive uma experiência muito boa e tudo mais.

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Então, eu tava aplicando pra Suécia. Eu apliquei... Engraçado, mas eu apliquei... Eu acho que eu só apliquei pra uma vaga na Holanda.

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Que foi a minha. E daí eu apliquei algumas vagas na Suécia e algumas vagas na Estônia, porque também tem um Polo Tech bem forte lá.

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E daí caiu na minha pesquisa uma vaga digital no Taxation Partner, nessa startup que tinha um escritório em Amsterdam.

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E daí eu disse, ah, porque não? Vou aplicar. Gostei da proposta da empresa, gostei da proposta da vaga. E eu disse assim, ó, vou ver o que dá.

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E daí, eu fui chamada pra entrevista. E daí, eu fiquei surpresa, porque eu não… Tipo assim, eu tava jogando um vídeo pra Coleg Maduro, basicamente, né.

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Eu tava só vendo o que tava acontecendo, como é que tava o mercado.

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Porque eu não tive ninguém pra me dizer assim, ó, o mercado é assim, é se assado. Você faz isso, você faz aquilo. Eu tava realmente fazendo a minha pesquisa de mercado.

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Jogando o meu currículo e vendo o que ia dar. Qual que ia ser o retorno que eu ia ter, basicamente. E daí eu fui chamada.

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E daí eu conversei com uma recrutadora aqui, que hoje é minha amiga inclusive, a gente se dá super bem. E ela nem sabia se eles podiam patrocinar visto pra savaga, na verdade.

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Ela só tava tipo… Ela viu meu currículo, achou que fazia sentido, me chamou pra conversar. E daí na primeira entrevista, eu já fui bem transparente, porque não queria perder meu tempo. Não queria que eles perdessem o tempo deles, né.

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Olha, eu preciso de visto, né. Eu não posso trabalhar na Europa sem visto. Então, você vai ter que me… Se vocês podem patroçar meu visto, beleza.

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Senão, daí não faz sentido a gente conversar e tal.

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Daí a gente conversou sobre minha experiência, sobre quais eram os desafios.

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E assim, eu acho que principalmente quando você vai emigrar em geral, você já deve fazer isso, né.

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Uma entrevista, essa é duas partes. Você quer conhecer a empresa, a empresa quer te conhecer.

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Mas quando você vai migrar, você precisa prestar mais atenção nisso ainda.

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Então você precisa perguntar sobre tudo. E claro, uma das perguntas com certeza é o quão internacional é a sua workforce hoje?

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Ou o quão internacional é a sua empresa hoje?

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Para tentar entender se a empresa em si já tem essa cultura e essa abertura. Porque vai ter muita vaga, tem muita vaga.

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Até aqui quando eu comecei a olhar vagas de novo por causa dessa questão, de redução e de possível final do meu contrato, eu vi que tem muitas empresas que são grandes e

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que daí tem uma ou outra vaga específica que não vai pedir o holandês, não dentro do mercado de startups, empresas grandes, maiores, internacionais ou já bem estabelecidas no mercado holandês e tudo

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Mas que a cultura da empresa, de informação de pessoas que eu conheço aqui, da comunidade e tudo mais,

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é que eles falam holandês dentro da empresa. Então já é um ambiente diferente, não é um ambiente tão internacional assim, porque significa que você vai ter que aprender o holandês em algum momento pra você poder ser incluída dentro dessas conversas.

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E daí essas questões foram coisas que eu perguntei durante a entrevista, né? Durante toda a entrevista, na verdade, eu perguntei pra várias pessoas, porque é mais fácil se você perguntar pra três pessoas diferentes.

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E qual o internacional da sua comunidade? Se todas elas te responderem, é muito internacional, temos pessoas do mundo inteiro.

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É a possibilidade de que isso seja a verdade é maior do que só a recrutadora lá no começo te dizer que é assim, né?

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Sim, sim. Então eu acho que é super importante explorar e fazer pergunta mesmo para tentar conhecer a empresa. ao mesmo tempo que eles vão tentar conhecer você, entender se você é a pessoa que eles estão buscando.

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Legal, eu acho que faz bastante sentido isso, porque tanto na parte de entrevistar a empresa, quanto na parte internacional.

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Tem um episódio com a Brenda, que ela foi para a Áustria, inclusive numa empresa que não era tão internacional, ela teve dificuldade porque o pessoal não queria falar inglês, por exemplo, sabe? E aí...

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Mas claro, tem dois episódios com ela, depois ela foi para outra empresa, conseguiu um lugar que ela está gostando bastante, mas acho que é uma coisa que me abriu muitos olhos.

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Claro que não dizendo que só porque só tem pessoas do país, a empresa é ruim, mas você já sabe que é uma barreirinha a mais que você pode ter que quebrar lá dentro.

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Você é o diferente e se você gosta disso tudo bem, mas eu acho que torna o ambiente um pouco mais complexo e que talvez o pessoal não vai sentir a vontade. Se você é só um falando que tem que falar inglês, às vezes a conversa vai ficar de fora.

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Exatamente. São coisas para prestar atenção. Muito bom.

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Acho que dá para a gente fazer um inteiro só sobre isso, porque você contou que não tinha uma referência sobre como fazer essas entrevistas, o que perguntar e como aplicar.

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E acho que agora já tem bastante. Então acho que daria para a gente fazer um inteiro só sobre isso, porque acho que muitos do público do podcast vai querer ouvir, porque só pessoas estão querendo entender como é trabalhar fora.

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Com certeza.

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A gente pode explorar mais dessa aí. Vamos, vamos sim.

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E agora como que foi o trabalho? Nossa primeira fase...

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Pensou em vários países e a Holanda resolveram patrocinar o teu vício, porque é muito legal, nenhuma vaga. Então...

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Isso não é tão comum, normalmente a gente faz algumas.

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Mas é chegando na empresa, porque você tem a impressão de quando você conversa com as pessoas e depois tem o dia a dia, como que é a cultura de trabalho, como que é lidar com o chefe, com o colega de trabalho.

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Então, qual tem sido a tua experiência nessas duas empresas? Então, a minha... Eu, assim...

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A minha primeira empresa foi fantástica. Você vai me ser para com você.

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Eu acho triste a maneira como acabou, simplesmente porque eles não estavam mais crescendo, eles não tinham mais necessidade e basicamente fomos três pessoas do time de recrutamento que dentro da reorganização deles não faziam mais sentido manter.

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Mas assim, em geral a minha experiência foi muito boa.

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Muito boa mesmo. A minha gerente era holandesa, o meu gerente atual também é holandês. E eu sinceramente estou amando, eu acho que assim, me deu muito bem com o estilo de gerenciamento holandês.

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Os meus dois gerentes holandeses foram fantásticos.

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A minha primeira gerente era, na verdade, por ser uma empresa pequena, ela era gerente de pessoas, então ela era 100% assim.

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Você é dono do seu trabalho e acho que essa é uma cultura muito startup, então assim se você vai migrar para uma startup e você não trabalha em uma startup no Brasil ou se você já trabalha em uma startup no Brasil, eu acho que espere muita independência,

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porque a empresa é pequena, não há uma estrutura super grande, então foi isso que Quando eu cheguei, eu tive muito espaço para...

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Trazer o que eu tinha que trazer e reinventar e estruturar processos e tudo mais. Então eu senti que por ser uma empresa internacional e uma empresa que estava crescendo,

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porque eu entrei, que foi muito louco, porque uma empresa que está crescendo, dois meses depois ela não está mais crescendo e daí dois meses depois ela está fazendo layoff.

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Então foi muito louco, muito rápido, bem estilo emprego de tecnologia mesmo.

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E daí eu senti muito essa coisa de espaço e por ser uma empresa finlandesa eu sentia muito essa coisa do Scandinavian Management assim, sabe?

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Era muito, pouquíssimo controle porque existe muita essa coisa da confiança, né? E foi uma das coisas que eu conversei com o CEO. A última etapa do meu processo seletivo foi exatamente uma conversa com o CEO.

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E daí eu falei pra ele, assim, qualquer tipo... Perguntei qual era o tipo de gerenciamento dele e tudo mais.

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E ele falou, assim, que a gente é uma empresa internacional, mas a gente é uma empresa holandesa também. Então, o nosso estilo de gerenciamento com certeza tem essa raiz escandinávia. E eu senti muito, muito forte realmente essa raiz escandinávia na minha empresa anterior.

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Porque eles tinham essa coisa de muita independência, né? Se você está doente, você diz que está doente, tá bom.

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Ninguém vai perguntar mais, ninguém vai querer justificativa ou vai querer entender o porquê você está doente.

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Essa é uma questão sua, essa informação é privada, a gente não precisa saber, você diz que está doente, você fica em casa e não trabalha.

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E a mesma coisa assim, com o time off, assim. Eu nunca precisei justificar o porquê eu precisava decidir off. Era assim, posso ficar, né, posso tirar esse dia de folga?

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Posso fazer essas férias? Pode.

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É a questão de controle, que é uma coisa muito diferente do que você vê no Brasil, né.

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Que pelo menos do que eu tinha experiência no Brasil, era muito diferente. Você tinha que trazer...

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Se você ficar doente, você tem que trazer outras estados. Se você vai tirar férias, você tem que avisar com 30 dias de antecedência. Às vezes você precisa perguntar se pode, porque o time precisa se estruturar.

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Aqui era mais assim, olha, era mais uma informação do que um pedido, né? Olha, vou tirar a férias dessa jeito.

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Ok, pode tirar sua folga.

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Então, eu senti muito forte essa coisa da administração de Esquadronávia e tive uma experiência muito boa.

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Eu não tenho nada... Não tenho coisas a reclamar da minha última empresa, não.

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Que legal. Essa é a minha experiência também. Na empresa que eu trabalhei, trabalhei na portuguesa e agora estou na holandesa. E eu acho que a questão de férias e não trabalhar doente nas duas são bem fortes assim. E também não ter que justificar as coisas.

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Para mim no começo foi um pouco estranho, sabe? Tipo, de ficar doente, alguém falar, não, vai para casa, aí depois eu pergunto, o que é que eu tenho que trazer?

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Não, tipo, ficou em casa um dia, não tem que trazer nada.

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E eu sei que se forem mais dias por lei, até quando uma vez eu tive o problema mesmo de garganta, eu tive que ficar uns dias em casa e eles foram, ó, só estou te pedindo, né?

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Teve até justificativa, porque por lei a gente precisa, sabe, disso, porque sei lá, questão de imposto da empresa, sabe? Eles precisam lançar alguma coisa assim.

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Mas eu senti que foi muito de boa e eu não posso reclamar do que eu tinha no Brasil. Eu acho que eu sempre trabalhei em empresas bem legais, assim, depois de começar a escolher melhor.

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Mas tem uma diferença. Por mais que eu gostei muito de todas, eu sinto essa diferença também. Tanto nas férias que tem muito menos burocracia mesmo.

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Se tu não tem nada urgente, né? Normalmente não tem. Às vezes tem essa pressão, mas não tem nada urgente. Normalmente. Só fala, sei lá.

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Semana que venha, não venho na sexta, não venho na segunda.

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Tá todo mundo ok. Também foi estranho para mim no começo. Sabe? Sempre me senti meio ocupado para lançar férias nas outras empresas.

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Sim. Existia pressão, né? Eu também sinto isso, sinto essa flexibilidade muito maior. E também assim, por exemplo, na minha empresa anterior era muito assim, se você entregou,

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a gente não vai contar quanto tempo você tá trabalhando, se você fez as suas 8 horas por dia, se você entregou o que você precisava entregar, você pode sair antes se você precisar.

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Ninguém se importa, assim.

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Não tem essa... porque você não fez isso? não trabalha até às 5? Terminou o que vocês tinham para fazer? Ok, então...

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Não tem.

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Que é um choque, né? É. Pra mim, essa questão mesmo foi um choque. Sim, sim. Porque no Brasil nunca, jamais, né?

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A minha experiência também tem sido assim, e às vezes eu fico até com medo de falar isso pras pessoas, porque eu fico com medo de, sei lá, se eu tô numa bolha que eu escolhi bem, sabe?

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Porque realmente eu sinto a diferença, mas eu fico...

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Começando com mais pessoas eu vou vendo que é uma tendência, né? de ser assim. Mas às vezes eu fico pensando, será que é uma bolha de tecnologia, por exemplo? Ou a gente tá escolhendo bem as empresas?

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Então, eu acho que... Bom, na Holanda, vou falar pra você, eu acho que não. Por quê?

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Eu acho que... Eu tenho uma amiga que trabalha na área de logística, na verdade, e ela disse que os holandeses agem da mesma maneira. Que é tipo assim, entregou, fez tudo, não dá pra fazer, não dá pra mover mais,

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não tem mais o que fazer hoje, quatro meses e vão embora.

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Sabe? Porque não dá. Tipo, eu estou esperando a resposta do cliente que a gente não responde. Então vou embora amanhã e resolvo.

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Que bom, que bom. E como que foram as suas colegas? Tu contou um pouco da gestão. Essa tua equipe de três outras, posso chamar de recrutadoras?

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Na verdade, quando eu entrei nós éramos quatro recrutadoras na Holanda e uma nos Estados Unidos. E daí, éramos todos internacionais, né?

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A gente tinha a minha gerente holandesa, e daí nós tínhamos uma recrutadora holandesa, que era freelancer, uma recrutadora portuguesa, uma italiana, uma do adesé bajão,

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e daí uma americana, uma irlandesa, que estava nos Estados Unidos também, e eu, brasileira.

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Então, nosso time de recrutamento era super internacional. O time de pessoas da empresa era mais internacional ainda, era um inglês,

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uma pessoa da Islândia, uma pessoa da Estônia.

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E eu acho que mais ou menos era isso o time de pessoas e cultura. Super, super, super diverso, assim como a empresa.

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A empresa tinha cerca de 120, 130 pessoas e mais ou menos 36 diferentes nacionalidades.

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Então era uma empresa pequena, mas era uma empresa muito diversa mesmo.

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Bem diferente da tua equipe mesmo, né? E tu sentia culturalmente as pessoas diferentes de trabalhar com?

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Ou novamente, por estar na empresa internacional, estar todo mundo junto, então a cultura se formava ali? Como que eram essas colegas de trabalho?

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Eu acho que...

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Eu nunca senti diferença, eu nunca senti uma grande diferença.

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Porque assim, no Brasil eu já trabalhava numa empresa que o meu time era espalhado pela América Latina, mas os Estados Unidos também. Então, nós tínhamos... Era um time só, que era Brasil, Argentina, daí tinha algumas...

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Tinha pessoas nos México, mas essas pessoas também eram, tipo, da Colômbia, Então era meio que uma mistura da América Latina.

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Porém, também tinha... o meu time também tinha uma... dividia meio que o gerente com os Estados Unidos.

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Então, eu reportei pra uma gerência americana durante muito tempo.

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E na minha empresa anterior, a essa também, reportava pra uma gerente que tava no Canadá.

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Então, assim, eu acho que eu já vinha de um ambiente que era muito internacional.

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E daí, não vi muita diferença do meu ambiente do Brasil, digamos assim, com relação a colegas e relacionamentos,

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pra minhas empresas aqui na Holanda por causa disso.

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Porque a minha equipe era Superintendacional no Brasil, ela era Superintendacional na Holanda também. Então, eu vi muitas coisas que eram compatíveis, digamos assim.

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Mas eu senti uma diferença na questão de como todo mundo era expat, tinha uma afinidade maior, eu diria até.

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Então, como todo mundo está longe de casa, a gente acaba tendo um relacionamento mais forte, estabelecendo relacionamentos mais próximos.

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Então, eu, por exemplo, eu ainda vejo com certa frequência as minhas colegas da minha empresa anterior.

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Um número maior do que eu veria, por exemplo, no Brasil. No Brasil, eu tenho algumas colegas do Brasil que eu ainda converso, que eu ainda mantenho contato e tudo mais.

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Mas é menor o número das minhas colegas aqui da Holanda, exatamente porque a gente também é expar, a gente se dá bem, e nós passamos por coisas similares.

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Pro mais que eu passe por um problema mais que é visto, a minha amiga que é da Itália também é expar, também ela tem uma experiência de vida um pouco mais latinizada,

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e ela também passa pelos mesmos dificuldades que eu como expar na Holanda.

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Então a gente acaba tendo essa proximidade.

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Estava ouvindo uma vez um podcast sobre isso, sobre amizades em geral, e eu vi essa diferença de quando a gente se muda.

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As amizades acabam sendo muito mais por afinidades do que quando a gente está no próprio país, que é por localidade muitas vezes.

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Porque a gente começa fazendo amigos por causa da escola, a faculdade e depois morando fora esses amigos tu acaba se afastando normalmente. né, e aí tu vai encontrando pessoas que tenham coisas em comuns.

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Por isso que eu acho que expatriados acabam sempre se juntando, porque mais que as pessoas do local, elas sejam muito empáticas e ajudam bastante a resolver problemas burocráticos,

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mas eu acho que não dá pra ter aquela empatia, não sei se empatia é a mesma palavra, mas,

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não sabem, não tem a mesma sensação que você tem de quando você está fora, de como é mais difícil resolver alguns problemas.

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Então eu acho que isso acaba aproximando os expatriados.

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Com certeza.

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E antes de passar para a cidade, na verdade, tu falou de várias empresas internacionais desde o Brasil, né? Então, pra ti o inglês nunca foi o problema, certo? Já era alguma coisa que tu tava acostumada.

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Isso, já na verdade eu já vinha de duas empresas no Brasil que eu trabalhava mais em inglês e espanhol do que em português mesmo. Então, o inglês não foi uma dificuldade porque já tava na minha rotina.

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No teu dia a dia. Tá bom, que bom, que bom. Porque é uma coisa que muita gente tem problema, né? Mesmo quem fala, mas passar o dia inteiro falando em inglês não é...

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Sim, até se habituar cansa, né? Até se habituar cansa muito, você termina o dia muito mais cansado que você terminaria o dia cansado, tipo, se você estivesse falando português, né?

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Sim. Mas, eu acho que esse é o valor, né? Quando você se coloca numa empresa internacional você trabalha no Brasil com bastante inglês, quando você vai migrar você tem essa facilidade,

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o que é ótimo porque quando você migra você usa inglês não só na hora de trabalho,

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né?

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Você precisa do inglês no seu tempo off também.

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Tu já precisou ter que usar o holandês ou o inglês sempre serviu? Não.

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Até tem algumas pessoas que me mandam mensagem no LinkedIn e elas me falam assim, ah porque eu sei holandês e eu... ah, que bom! Mas...

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Assim, pra todas as vagas que eu já trabalhei na Holanda, que foram algumas, nenhuma delas tinha a preferência holandês, nenhuma.

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Porque o mundo de tecnologia é muito internacional. E as empresas são muito internacionais, todas as que eu trabalhei.

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Então não fazia sentido pra nenhuma delas pedir holandês. A não ser que seja uma vaga muito específica,

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O holandês é pra você no seu tempo pessoal, se você for morar fora de Amsterdã, às vezes pode ser que você precise de holandês uma outra vez, por uma ocasião, ou pra alguma coisa assim.

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Mas assim, em 8 meses, a única razão pela qual eu tô fazendo holandês é porque eu quero entender o que eles dizem nos avisos do trem. Hahaha.

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É, justo, justo, sim. É, não, faz sentido.

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Porque, às vezes, fica mais fácil de se integrar num grupo, né, sei lá, tem que pedir informação, tipo de coisa.

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Sim. Mas não é a maior parte do teu dia, né? O inglês é o suficiente pra morar em Amsterdã.

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Sim. Amsterdã e eu tenho amigos que moram fora também, né? Cidades, todas as cidades grandes da Holanda são super expat-friendly e o inglês só com o inglês você resolve tudo.

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Se você for pro interior, fica mais difícil.

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E é legal, eu acho que se você quer ficar longo prazo na Holanda, eu acho legal aprender, mas não é uma coisa que você precisa.

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Eu diria assim, se você quer migrar pra Holanda, primeiro prioriza o seu inglês. Tenha certeza de que você consegue se fazer entender, você consegue entender tudo que as pessoas te falam, que você consegue se expressar da maneira correta, com nível profissional e tudo mais.

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E daí depois se tiver tempo você dá uma olhada no holandês, porque realmente se você trabalha com tecnologia você não precisa.

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Sim, o inglês é o mais importante. Então quanto, se você está no Brasil não, mas se para morar fora é tão importante quanto saber de tecnologia mesmo, porque a gente trabalha em comunidades, não isoladas, então tem que se comunicar.

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Deixa eu pegar nesse ponto que você comentou sobre cidades, cidades vizinhas e passar para como é morar mesmo na Holanda.

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Você já comentou que a Holanda você falou no começo que ama porque é muito mais do que o distrito da luz vermelha do que cof shops com o spice cake.

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Tem muito mais coisas para fazer então eu queria saber da tua experiência como que está sendo morar e aí também o que dá para fazer aí.

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Eu digo que a minha experiência é de Amsterdã. né, Amsterdã, porque eu vivo em Amsterdã e dentro da Holanda todo mundo sabe que é uma bolha, né? Mas a Amsterdã é extremamente internacional.

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E muito nessa vibe hipster, né? Eu acho que isso sim, essa é a única parte da fama de Amsterdã que você pode confiar, essa coisa mais hipster, essa coisa mais assim, você quer você quer andar, sei lá, se você quer vestir biquíni hoje que tá cinco graus, você faz, a vida é sua,

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ninguém tem nada a ver com isso e não tá machucando ninguém, não tá entrando no espaço do outro, tá tranquilo.

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Então, eu acho que a Amsterdã tem muito essa coisa de liberdade, né? E essa, sim, é muito forte.

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Então, você...

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Eu converso com outros amigos expats e eu sinto que não existe uma pressão para que você... Você seja holandesa, ou para que você aja como holandesa. Você está em Amsterdã, você expara e ser você basta.

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Eu acho que essa é uma coisa muito forte que você sente em Amsterdã.

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Que não existe essa pressão de que você aja mais assim, que você aja mais de outra maneira, que você tem um sotaque mais assim, ou que você não tem o sotaque.

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Eu não tive nenhuma experiência de ninguém corrigir o meu sotaque no inglês, por exemplo, que não é uma verdade pra vários outros lugares do mundo, principalmente os Estados Unidos.

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Então assim, eu senti que mesmo trabalhando com nativos, interagindo com nativos e não nativos,

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existe uma flexibilidade, uma liberdade muito maior, uma aceitação. Eu acho que a Amsterdã tem essa combinação de um lugar que é muito

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livre. Então assim, tem várias coisas que são ilegais, mas eu pergunto pros holandeses e eles me dizem assim, é ilegal, mas só se o policial resolver que ele vai te abordar,

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sabe? Então assim, existe ainda muita essa coisa de liberdade, por exemplo, os fogos de artifício foram ilegais no ano novo na Holanda.

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Porém eu assisti jogo de fogos. Foi legal. A minha gestora é holandesa ela falou isso.

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Exato eu achei que eu achei que o pessoal seguia mais a regra. Ela falou não a gente aqui não é não segue tanta regra como na Europa em geral.

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Não não aqui na Holanda é assim tipo é ilegal tem várias coisas que são ilegais.

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Eu já perguntei pros holandeses, tipo, por exemplo, várias drogas que são ilegais, mas na Holanda tem uma cultura muito assim, é ilegal, ninguém vai encorajar, mas a gente não vai ser idiota de achar que as pessoas não estão fazendo.

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Então assim, se existe alguma coisa que eles podem fazer pra prevenir as pessoas de morrerem por overdose ou por alguma coisa assim, eles vão falar sobre isso, eles não vão fingir que as pessoas não vão chegar aquilo.

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E eu acho uma coisa, pra mim é um choque, porque no Brasil geralmente a gente tem uma a cultura é muito acendida.

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Ah, vamos fingir que não existe. Se a gente não falar disso, não existe.

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Não, na Holanda, não. A gente não vai fingir que não existe.

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É ilegal, sim. A gente não vai encorajar. Mas assim, por favor, não morram disso. Se vocês tiverem algum problema, chamem essa linha aqui que vai estar disponível pra vocês resolverem.

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Eu conversei com uma colega de trabalho que estudou na Holanda e ela me falou que o primeiro o primeiro choque dela de Amsterdam, eu não sei se agora vou falar de Amsterdam especificamente

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que eu não sei se isso acontece em outros lugares da Holanda, mas o primeiro choque foi assim, que tinha várias questões, não use drogas e tudo mais, mas assim, se você

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precisar conferir se essas drogas são realmente o que você comprou, a gente testa pra você não morrer usando uma coisa que é ilegal e que pode te matar.

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Mas basicamente é assim, a gente não vai fingir que você não vai usar droga, mas se você for usar, por favor, não usa uma coisa que vai te matar na hora.

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Então a gente vai tentar reduzir a probabilidade de que você morra ou que você tenha algum problema sério usando esse tipo de coisa.

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E pra mim é um choque.

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E essa cultura é muito a Amsterdã. A Amsterdã tem essa coisa muito forte de a gente, de liberdade, você quer fazer suas próprias escolhas, você pode fazer suas próprias escolhas.

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Mas a gente também vai te informar de que isso, isso, isso pode acontecer, né?

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Dessas escolhas que você vai fazer. — Quais são as consequências? — Isso, e daí não vai ter essa...

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Ah, não vamos prender você porque você fez isso, porque você fez aquilo.

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A escolha é sua, você é dono do seu...

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Da sua própria will.

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Legendas pela comunidade Amara.org

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Entendi. E além dessa diferença cultural das regras como eles abordam as coisas que são proibidas. Eu nunca fui para Amsterdã por exemplo. Já fui para Holanda mas não para Amsterdã.

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Então se eu quiser ir eu não quero ir em Cof Shop. Não quero ir na Stris da Luz Vermelha.

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O que mais que eu tenho para fazer. O que que tu indicaria como a moradora da cidade.

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Gente assim eu amo qualquer café que seja perto dos canais. né, então centro tem muito café, café mesmo, assim, lugares de tomar, né, um café, um chá ou alguma coisa assim, que não são coffee shops, porque na Holanda coffee shops são,

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uma coisa e café são outra, né, então tem muitos cafés e restaurantes próximos aos canais, que eu adoro, então são, você vai ter ambientes totalmente diferentes, mas que,

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que trazem essa vibe em Amsterdã. Eu acho que andar de bicicleta é muito bacana, porém se você não tem prática, eu não recomendo, eu acho que vai de a pé que você tá mais seguro.

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Mas andar de bicicleta em Amsterdã é muito bom, para quem tem experiência, prática e consegue lidar com o trânsito, porque é um trânsito intenso. Minhas primeiras duas semanas foram traumas,

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Eu estava, ai não, não vou fazer isso, andar de bicicleta em Amsterdam demais, e agora eu já estou mais acostumada.

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Depois de um tempo você se acostuma, mas assim, é bem diferente andar de bicicleta em Amsterdam que andar de bicicleta no Brasil, né? Então...

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Fica essa dica. Andar a pé. Andar a pé é muito bom.

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Isso, mas eu quase fui atropelado na Bélgica. O cara ficou bem nervoso, porque é distraído.

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Tipo, tem aquela prioridade para bicicleta. Foi na cidadezinha, não lembro se foi, Bruges, sei lá.

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E aí o cara fez um show gigantesco, porque eu estava andando meio distraído, e acho que a prioridade era dele, sei lá.

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Então, como que é aí? É um pouco mais organizado? Porque na cidade que eu estava, não tinha sinal nenhum, Não dá pra saber quem era a via de bicicleta, sabe?

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Então, volte e meia eu vi o pessoal gritando com turista.

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Eu acho organizado, mas as bicicletas têm uma abordagem bem agressiva, tá? Por isso que eu digo, andar de bicicleta na Holanda não é pra todo mundo.

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É uma experiência diferente de andar de bicicleta no Brasil.

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Mas eu acho que, assim, se você prestar atenção quando você for cruzar a rua, ninguém vai te atropelar na calçada.

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Na calçada, as bicicletas não andam. Se você andar de bicicleta na calçada, você empurra a sua bicicleta. Você não anda de bicicleta na calçada.

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Então, se você estiver na calçada, no lugar pra pedestres, ninguém vai te atropelar. Agora, se você estiver na ciclovia ou atravessando a rua, você precisa olhar pra vários lugares e ter certeza de que você não tá atravessando na frente de uma bicicleta, que eles ficam nervosos assim.

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Mas eu também recomendo museus, eu acho que a Holanda tem muito, muito, muito a oferecer. Quando a gente fala de arte, tanto arte moderna quanto coisas mais clássicas e tudo mais,

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Então eu acho que vale super a pena explorar essa questão de museus e...

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Um dos mais famosos é com certeza o Van Gogh Museum. E daí eu acho que é super bacana.

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Porque você tá no país do artista, né. E eu também gosto muito de que você sempre… Se você quer fazer alguma coisa, você tem o que fazer.

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A Amsterdã é assim, se você tem a intenção de sair, você tem pra onde ir. Fica tranquilo, você não vai ficar em casa.

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Você querendo, não vai ficar em casa querendo sair. Você sempre tem onde ir.

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Então, eu acho que explorar andando, eu acho muito legal. Eu gosto muito dos museus.

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No verão, fica melhor pra tentar visitar os parques. Tem vários parques, assim, na cidade, né.

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Mas assim, agora não é a vibe.

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Eu gosto de caminhar no centro. Eu, pelo menos uma vez por semana, uma vez por mês, eu tiro pra andar e descobrir novos lugares, assim, no centro.

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E sempre tem um lugar que eu não vi, ou uma paisagem, ou um ângulo que é diferente. Porque existem vários tipos de canais diferentes e várias pontes diferentes.

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A Amcedda tem até, inclusive, a primeira ponte 3D, feita inteiramente em 3D. impressa em 3D. Então eu acho assim, tem várias experiências que outras cidades não te dariam.

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Mas para mim, eu acho que a Amsterdã é uma cidade fantástica para se morar. Como turista, eu acho que alguns dias já te entregam o que um turista consegue absorver da cidade.

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Curioso, aqui eu tô vendo as fotos dessa ponte 3D. Que legal. Ela cruzou um canal, né? Aham. Que legal. Pô, muito legal. Eu acho que eu vi alguém, algum amigo, postando uma foto no Jardim

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Japonês, algo assim. Em Amsterdam também? Tem Jardim Jap... tem de tudo. É. O que você quiser achar em Amsterdam tem.

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De japonês, a minha amiga mora, por exemplo, numa comunidade super chinesa, então teve uma preview do Ano Novo Chinês na rua dela também, durante o Ano Novo convencional,

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porque o Ano Novo Chinês vai acontecer ainda, né, mas já teve uma dança dos dragões, fogos, que estão ilegais, né, porém...

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Porém não estão, estão ilegais, porém não estão, porque é super irônico, né, é ilegal, mas vende, né? É ilegal.

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Ah!

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Mas tá vendendo. Achei que tinha que comprar meio que escondido. Não, tá ilegal de soltar. Mas assim, quer comprar, compra.

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É o Landa, é isso que eu falo. Essa é a Landa.

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Não pode mais usar fogos de edifício.

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Mas se você quiser comprar também, pode comprar, fica à vontade.

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Mas não vai. Que louco. Porque quando minha editora falou, né, que eu perguntei como foi o ano novo, ela falou. Teve bastante fogos, não era pra ter.

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Só que eu achei, eu realmente achei que quem comprou foi escondido. Então tem falas nas lojas.

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Tem. Você quer comprar? É a Holanda. Eu acho que essa é bem a exemplificação do que é a Holanda. Não é para fazer. Mas você quer fazer... Olha...

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Quer fazer compra, né? Vamos fazer o quê?

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Eu acho que a gente conseguiu passar. Dá para perceber que está sendo uma experiência bem legal aí. Eu espero que essa tua nova empresa também seja tão legal quanto a primeira.

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Essa fase que eu estou também, eu te contei que eu também mudei de empresa, essa fase que é muito cansativa mesmo. Mas espero que ela passe rápido.

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E antes de fechar, eu queria deixar o espaço para ti, deixar teus links e alguma mensagem final. E já dizendo que eu aconselho todo mundo para os links que a Lana falar, vão ficar na descrição e lá.

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Confirir porque tem bastante coisa legal se eu morar na Holanda E vai ter mais em breve, né?

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Não, eu volto. Depois que eu passar essa primeira adaptação, nessa fase de adaptação, eu volto. Obrigada pelo espaço. Eu gosto sempre de dizer que a experiência vai depender muito de cada um,

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muito do objetivo, do que você quer tirar dessa experiência, do que você quer ganhar com essa experiência de migrar, mas estar de ter a mente aberta e entender que você vai precisar aprender.

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Eu acho que faz toda a diferença. Não é fácil, tem dias que são difíceis, mas o aprendizado é assim, vai ser... quando ficar fácil você já aprendeu, daí tem mais uma coisa para aprender. Então,

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obrigada pelo espaço, meu LinkedIn para quem quer entrar em contato. Lembrando,

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eu tô trabalhando muito com time de produto da minha empresa, então, pessoal de produto,

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Gente, vamos lá.

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Eu sempre compartilho as minhas vagas lá no LinkedIn.

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É a Alana Pacheco, tá? Me perguntam outras redes sociais, mas pra ser sério com vocês, eu consigo manter o LinkedIn, as outras redes sociais eu não consigo.

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Então, como recrutadora, eu mantenho o LinkedIn. Se vocês querem saber as últimas atualizações, sempre no LinkedIn vai ter, tá bom?

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Perfeito, perfeito.

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E como última pergunta, Pegando nesse ponto que você falou que tem direção difícil, qual é a coisa mais difícil de morar fora?

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Eu acho que é a dificuldade de ir para casa. É tão longe, e para você visitar, não dá para ir visitar com tanta frequência quanto você gostaria.

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Então, vai ter várias coisas que você queria ir para casa hoje, ficar só um tempinho em casa, e daí não dá.

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Acho que essa é a maior dificuldade.

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Ah, interessante, é... também sento a mesma coisa, eu acho que é exatamente a mesma coisa, essa é uma dificuldade. De resto dá pra adaptar mais fácil.

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Lana, muito obrigado mesmo, foi uma conversa muito legal, obrigado pelo teu tempo e por compartilhar e já fico com o convite pra gente fazer outro só pra falar do que você aprendeu e compartilhar com o pessoal de como que é e como tem que se preparar pra uma vaga fora do Brasil e até mesmo quais perguntas você tem que fazer, né?

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Então acho que isso pode ajudar bastante gente. Então obrigado novamente.

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